Capítulo 38

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LEIAM A NOTA DA AUTORA

— Tu quer ir lá pra casa? — Rato questionou, a voz carregada de uma falsa casualidade, enquanto olhava de relance para mim

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— Tu quer ir lá pra casa? — Rato questionou, a voz carregada de uma falsa casualidade, enquanto olhava de relance para mim. O carro avançava lentamente pela rua silenciosa, apenas o som do motor quebrando o silêncio.

— Melhor não, Rato. — Neguei com a cabeça, meu coração batendo mais rápido. — Vão pensar besteira e o Chorão vai surtar.

— Não tem como ninguém descobrir o que a gente faz entre quatro paredes — insistiu, um sorriso malicioso se formando em seus lábios.

— Para com isso, cara. — Tentei adotar um tom sério, mas o sorriso no rosto dele me fez querer rir, apesar de tudo. — Eu não quero ficar contigo.

— Vai me dizer que você não tá louca pra sentir meu pau dentro de você? — Sua voz baixa e provocativa me fez revirar os olhos, enquanto uma onda de excitação percorria meu corpo.

Revirei os olhos e neguei com a cabeça outra vez, tentando afastar a ideia que começava a me seduzir. No entanto, a minha buceta pulsou só de imaginar como seria fazer sexo com ele.

Meu Deus, por que eu sou tão carente?

Tudo culpa do meu pai que não foi um homem presente e agora, eu preciso de validação masculina de homens mais velhos.

— Tô com o seu irmão, Rato. Não vamos estragar tudo fazendo essa sacanagem com o Chorão — falei, tentando manter a voz firme.

— Ele não vai descobrir o que acontecer entre a gente — retrucou, os olhos fixos nos meus, desafiando-me a recusar.

— Mas eu vou saber exatamente o que fiz e vou me sentir extremamente culpada. Não quero ser como o meu pai... — Minha voz saiu mais fraca do que eu queria, a culpa já começando a me assombrar.

— Não sabe o que tu tá perdendo — Rato murmurou, estacionando o carro em uma rua deserta próximo à minha casa.

Eu respirei fundo, pronta para dar um chilique, mas ao recordar dos homens mortos pendurados nos postes da favela, resolvi agir com educação para não perder a minha vida tão nova.

— Me leva pra casa, por favor — pedi, encarando-o séria.

— Só quero te beijar, Emília — Rato disse, aproximando-se de mim e puxando-me pela cintura para perto dele. — Não preciso de mais nada além disso.

— Não posso, cara! — exclamei, empurrando-o com força, enquanto abria a porta do carro e começava a andar em direção à minha casa.

— Volta aqui, garota! — ele gritou, saindo do carro e vindo atrás de mim. — Tá ficando maluca?

— Me deixa em paz, por favor! — supliquei, imaginando o que o Chorão faria se soubesse o que estava acontecendo.

Não deveria querer transar com o Rato.

ATRAÍDA PELO TRÁFICOOnde histórias criam vida. Descubra agora