Capítulo 33

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Pedi ao Chorão para mandar o GV me buscar e me levar ao presídio

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Pedi ao Chorão para mandar o GV me buscar e me levar ao presídio. Porém, como aquele cão adora testar a minha lealdade, quem apareceu na frente da minha casa foi o Rato, o irmão caçula dele, de quem o chefe da facção tem um ciúme doentio. Já passava das quatro da tarde e eu esperava ver o GV com seu jeito engraçado, mas lá estava o Rato, encostado na porta de um carro preto, que parecia ser caro, com o rosto iluminado por um sorriso provocador.

Chorão sempre gostou de colocar à prova a confiança que eu depositava nele. Era um jogo constante, um teste atrás do outro, como se precisasse ver até onde eu iria por ele. Dessa vez, ele havia mandado justamente o irmão que eu daria a buceta só de raiva.

Definitivamente, Rato era a última pessoa que eu esperava, e sua presença ali só podia significar uma coisa: mais um teste.

O Chorão acha que sou um poço de fidelidade depois de tudo que descobri?

Meus pensamentos estavam confusos enquanto eu observava o Rato sair do carro. Ele era a antítese do irmão: mais magro, mais jovem, com um olhar que misturava desafio e diversão.

— O GV tava ocupado? — perguntei, deixando a ironia escorrer pela minha voz.

Dei dois passos em direção ao Rato que, com um simples sorriso, fazia surgir uma dúvida incômoda em minha mente. Será que eu havia escolhido o irmão certo para me envolver? Toda vez que o Rato sorria para mim, parecia que o mundo ficava um pouco mais complicado. Mas era tarde demais para arrependimentos.

— O Chorão disse que não quer um marmanjo perto da cunhadinha dele. — Rato riu e pegou o malote que eu segurava, dando as costas para mim e voltando para o carro. — Como se alguém segurasse adolescente que quer dar pra bandido.

— Ué, mas a Isadora quase não vê o GV. — Caminhei atrás dele.

— Tu realmente vive no teu mundo, né, Emília? — Ele abriu a porta de trás e colocou o malote no banco. — Os dois tão se vendo há dias.

Como assim eles estão se encontrando às escondidas?

— E aí, marmita?! — GV surgiu atravessando a rua e me cumprimentou do jeito habitual.

— Aconteceu alguma coisa? — Franzi o cenho, tentando entender o que ele fazia na frente da minha casa, já que o Rato era quem iria me dar carona.

— Vou ficar com a Isa e o Pedrinho pra tu foder sem preocupações.

— Não tem necessidade alguma de você ficar aqui em casa, GV.

— Tem sim. — Ele me deu um beijo rápido na bochecha, como se fôssemos amigos íntimos, e entrou na minha casa sem ser convidado.

Revirei os olhos enquanto o Rato ria da minha cara desgostosa.

— Não acredito que esse velho tá querendo a minha irmã de dezesseis anos.

ATRAÍDA PELO TRÁFICOOnde histórias criam vida. Descubra agora