Capítulo 29

11K 968 329
                                    

Depois que o Chorão desligou, percebi que estávamos em um casebre modesto, claramente projetado para passar despercebido

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Depois que o Chorão desligou, percebi que estávamos em um casebre modesto, claramente projetado para passar despercebido. A sensação de estar em um ponto de drogas tornava impossível me sentir confortável e segura.

— Então, é essa a garota que vai fazer os corres comigo? — Um moreno tatuado saiu de uma porta, deu um sorriso de lado para mim e estendeu seu braço na minha direção. — Eu sou o Vk.

— Eu sou a Emília.

Trocamos um aperto de mão rápido.

— Emília? — Ele franziu o cenho e olhou rapidamente para Diego antes de fixar seus olhos em mim. — A garota do Chorão?

— A própria — Diego respondeu.

— Ele vai matar a gente, porra! — Vk fez uma careta e se afastou de mim, indo em direção ao seu amigo.

— Ninguém tá obrigando ela a nada, Vk. — Diego se defendeu. — Só estamos dando mais uma opção para ela colocar comida na mesa. Se ela quiser, pode continuar dando pro macho casado dela.

— Dando uma opção igual o Chorão deu a escolha de mais uma rola para tua mulher?

— Ele fez o mesmo com a tua sobrinha.

Meu Deus, tem alguém nesse morro que o Chorão não comeu?

— Acho melhor eu ir embora, Diego. — Olhei para o homem que me trouxe. — Eu não quero te ofender, nem nada, mas esse lugar não é ambiente pra mim.

— Tá com medo?

— Um pouco. — Pendi a minha cabeça para o lado.

— Eu entendo. — Ele riu, compreensivo. — Vou te levar em casa.

— Tu tá com a gente, Emília! — Vk se intrometeu. — E todo mundo sabe que você tá no nome do Chorão, então pode ter certeza que ninguém vai mexer contigo.

— Mas é que...

— Você não pensa em dar uma vida melhor e mais luxuosa para sua família? Foca nisso, garota.

Concordei com um aceno de cabeça e inspirei profundamente, fazendo um esforço mental para manter minha compostura e ocultar os tremores de nervosismo que ameaçavam me dominar. Mas me sentia incapaz de evitar a percepção do terror que se enraizou em meu ser, enquanto me via encurralada em um espaço pequeno com bandidos.

Dei alguns passos para longe dos dois e me deparei com uma cena que arrepiou até os pelos mais ínfimos de minha pele. Uma mesa, adornada com instrumentos: uma balança de metal, plásticos translúcidos, facas afiadas o suficiente para desmembrar meu corpo, e um maçarico.

Será que aqui acontecem torturas e assassinatos? Sempre pensei que fossem em lugares mais reservados e ocultos.

— Isso tudo aí serve pra cortar e endolar as drogas — Vk me explicou, mesmo sem eu perguntar, como se pudesse ler minha mente.

ATRAÍDA PELO TRÁFICOOnde histórias criam vida. Descubra agora