[Este livro não retrata a realidade nua e crua das favelas, é apenas uma história fictícia com o intuito de entreter]
❝ Uma conexão obscena entre um sequestrador e sua refém ❞
Após passar 72 horas como refém do temido líder da facção, Chorão, Emília...
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Três meses se passaram, mas os pesadelos com o Chorão, o líder da FDM, ainda assombravam minhas noites. A lembrança angustiante dele invadindo minha casa, mantendo-nos reféns por intermináveis 72 horas, ainda estava fresca em minha mente. Ele exigia garantias de segurança para si mesmo, após a suposta participação na morte do filho de um delegado.
Os gritos e ameaças dele ecoavam na minha mente como uma canção chiclete que se recusava a sair. A única consolação era saber que aquele monstro estava atrás das grades, privado da liberdade que tanto desejava.
Bem, pelo menos era isso que eu repetia para todos, tentando convencer a mim mesma de que aquele lance entre nós dois nunca existiu.
Levantei da cama com um desejo profundo de voltar a dormir, mas logo me dei conta de que não podia me dar esse luxo. A vida adulta tem sido implacável, sugando minha energia vital. Ser uma garota de dezoito anos, responsável por sustentar uma família pobre, é um fardo que pesa mais do que qualquer coisa.
Após a partida do meu pai, eu tinha esperança de que as coisas melhorariam, mas em vez disso, me deparei com uma mãe que lutava contra a depressão e a ansiedade, incapaz de realizar tarefas simples do dia a dia. Seu tremor constante é um lembrete doloroso das lutas que enfrentamos.
Meu salário mal cobre as contas essenciais, como água e eletricidade, e a comida que compro dificilmente dura duas semanas. A pressão financeira é avassaladora, deixando-me cansada e desanimada diante das dificuldades que parecem nunca cessar.
Ao adentrar o bar onde trabalho, fui recebida com um beijinho no rosto pelo Arthur, o proprietário do estabelecimento. Por alguns preciosos segundos, aquele gesto caloroso fez com que todos os meus problemas desaparecessem da minha mente.
Arthur é um homem alto, loiro e de olhos claros, uma verdadeira visão aos meus olhos. É difícil não ficar completamente fascinada por ele.
Enquanto ele se afastava, suspirei e dei uma rápida olhada ao redor do ambiente, com suas paredes revestidas por azulejos brancos e mesas de plástico espalhadas pelo espaço. As geladeiras com portas transparentes adicionavam um toque peculiar à decoração do local.
— Lia, vem cá! — Gabriela, minha melhor amiga, envolveu-me em um abraço caloroso e me puxou para fora do balcão. — Preciso te contar algo urgente.
Apenas quatro clientes ocupavam o bar, suas vozes abafadas pela música ambiente. Enquanto isso, Arthur, o proprietário, estava concentrado na recepção de uma entrega na entrada do estabelecimento. Seu semblante sério denotava a importância da tarefa, enquanto ele trocava algumas palavras com o entregador e conferia a mercadoria com atenção meticulosa. O movimento calmo do bar contrastava com a atividade frenética do lado de fora, criando uma atmosfera de serenidade misturada com a agitação da periferia.
— O que foi? — perguntei, ansiosa por sua revelação.
— Bem, você sabe que às vezes fico com o Rato, né? — Gabriela, de pele negra clara, ajeitou uma mecha de cabelo atrás da orelha, enquanto eu confirmava com um aceno de cabeça, lançando um olhar cauteloso ao redor para garantir nossa privacidade.