Bernardo
Meu sonho morreu no dia que sofri um acidente automobilístico em uma pista de corrida. Mas, tudo ficaria bem, eu tinha um amor que ultrapassava qualquer limite. Pelo menos era assim que eu pensava, até descobrir o contrário.
Alice
Eu estava...
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Dias atuais
"Próximo evento marcado" – recebi a mensagem no meu telefone com a localização. Não respondi, pois meu irmão estava na minha frente com um senhor problema para resolver. Um carro com chassi adulterado da jovem que estava trabalhando na casa dele e do marido. Ele me pediu para consertar o carro que tinha os dias contados, nem sabia como ainda rodava. E porra, não era o tipo de carro que eu trabalhava na minha oficina. Mas, aceitei como favor pessoal.
Foram tantas novidades naquele encontro com o meu irmão e a dona do carro que fiquei em choque. Mas, eu estava tendo meus problemas também e que não eram poucos.
Eu me tornei um homem frio e distante da minha família, por vergonha do fim da minha relação. Eu fiz tudo que estava ao meu alcance a até o que não estava para dar a Alena uma vida de rainha, abri mão até do meu sonho para agradá-la, mesmo ganhando rios de dinheiro em cada corrida. Estava a um passo de subir o nível, mas por um erro meu, quase acabei com a minha vida. Foram mais de um mês no hospital e outros tantos na fisioterapia, que a minha mãe era responsável.
Encerrei todos os contratos e me dediquei a criação da minha oficina, hoje com reconhecimento mundial. Eu viajava para vários países somente para consertar máquinas de bilionários exigentes. Até contrato com a McLaren eu tinha. Nada daquilo me trazia a real felicidade de estar em um carro de corrida de verdade.
Alena me tirou o coração e o engoliu.
Eu tinha todas as oportunidades do mundo para me mudar para um lugar melhor e expurgar as lembranças que vivi no apartamento de dois quartos em que morávamos juntos, mas eu era um masoquista do caralho.
Fiquei três dias em um hotel e liguei para meu irmão cancelando o aniversário da Alena, ele queria saber o motivo, falei que era algo pessoal.
Deixei as comportas se abrirem e não saí daquela cama, meu telefone tocou uma chamada atrás da outra até quase o fim da bateria. Mandei mensagem para o Lui, meu cunhado e pedi ele para segurar as pontas para mim. Ele era o mais centrado, contei que tinha sido traído e pedi para não perguntar nada no momento, pois não tinha condições para responder ninguém.
Voltei para minha casa com a certeza de que ela tinha tirado tudo que lhe pertencia, por mim ela poderia levar até os móveis que não importaria, só não queria vê-la na minha frente. Minhas preces não foram ouvidas. Ela estava sentada no sofá como se nada tivesse acontecido.
Entrei coloquei a chave no aparador e caminhei em direção ao quarto tentando ignorar a sua presença.
-Bê, vamos conversar. – Foi atrás de mim no quarto.
-Não temos mais nenhum assunto para conversar, Alena. Tudo foi muito claro. – falei sério e tirando a camisa em sua frente. Queria um banho, pois estava precisando.
-Precisamos sim. – falou e tentou colocar a mão no meu braço e puxei das suas garras. – Você não é assim Bernardo.
-Depois que tomamos um chifre aprendemos a ficar, querida. – falei. E ela se abraçou como se sentisse frio.
-Bernardo, eu não queria que as coisas fossem assim. Foi mais forte que eu. – ri com escárnio.
-Se fosse o contrário também aceitaria essa explicação? – perguntei. – Seus pais sabem?
-Não tive coragem de falar com eles. Minha mãe nem vai me aceitar de volta.
-O problema é completamente seu. Meus pais ainda não sabem também, mas eles vão saber logo. – falei. – Eu quero você fora daqui ainda hoje, você teve três dias e não aproveitou, então se vira. Só não dê uma de coitadinha me acusando por algo que eu não fiz ok. Porque isso eu não vou aceitar. – e completei. – Leve o que quiser, incluindo o anel que está no seu dedo. Ele vale qualquer coisinha caso você queira vende-lo. Mas, os seus cartões, pode quebrá-los, pois todos já foram cancelados.
Me arrumei e fui novamente ao encontro marcado. Eu tinha jurado que pararia com aquilo, mas eu era movido por adrenalina e foi a única forma que encontrei de relembrar meus velhos tempos. A cada novo lance, eu levava outra mulher para a cama sem me preocupar com sentimentos envolvidos. Elas eram puramente para uso e alívio de tensão. A minha sorte foi não ter sido contaminado com nenhuma doença pela víbora traidora.
Mais um capítulo para vocês, amores. O próximo teremos o encontro dos dois.