Capítulo 33

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Meus olhos não se desgrudavam do caminho que Bernardo e os outros competidores entraram

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Meus olhos não se desgrudavam do caminho que Bernardo e os outros competidores entraram. Aquilo era muito perigoso e arriscado. Eu estava apavorada.

-Odin é o meu melhor competidor. Não se preocupe, Linda. – Capitão falou para me tranquilizar, mas o que fiz foi ficar mais apavorada.

Do local que eu estava só conseguia ouvir o barulho dos motores, eles tinham entrado em uma curva e as paredes das fábricas nos impedia de ver o desfecho da corrida.

Vi as pessoas apostando valores altos naquela competição. E uma pessoa anotando e recolhendo uma quantidade absurda de notas. Me senti deslocada e com vontade de chorar. Bernardo me deixou nas mãos de uma pessoa que nunca vi na minha vida.

O relógio zombava do meu nervosismo, mas foi eu ouvi de longe as sirenes da polícia, que eu soube que iria me ferrar naquele momento.

-Vem comigo, Linda. – Capitão me chamou, mas Bernardo apontou pelo outro lado e ultrapassou a linha de chegada. Recebendo a vibração da torcida, mas muitos já haviam se dispersados. – Seu homem chegou. Até breve. – Ele bateu continência para mim e entrou no banco do carona de um carro preto sem placa.

Bernardo parou ao meu lado cantando pneu e entrei nele muito assustada, e dois carros de polícia atrás de nós. Coloquei o cinto de segurança tremendo e virei a cabeça para o lado vendo os carros cada vez mais próximos da nossa traseira, mas foi olhar novamente para frente, que vi o que ele estava pronto para fazer. Bernardo iria pular um córrego de aproximadamente 3 metros de largura.

Gritei apavorada, quando a frente do carro bateu com tudo do outro lado no chão, quebrando o para-choque e soltando fagulhas no asfalto. A polícia não fez o mesmo e seguimos alguns quilômetros e minha respiração estava densa. Ele parou, terminou de arrancar a peça que estava fazendo barulho e a jogou de qualquer jeito no banco traseiro.

Assim que paramos dentro da carroceria de um caminhão que estava em uma garagem, comecei a bater no Bernardo em qualquer lugar que a minha mão acertava. Ele queria me assustar e conseguiu com louvor.

Ele estava rindo da minha cara. E minha adrenalina estava abaixando rapidamente.

-Você acabou com esse carro. – Sua expressão se fechou na hora. O que eu falei de errado? Ele me tirou de casa e me trouxe para uma aventura louca e agora estamos estacionados dentro da carroceria de um caminhão no fim do mundo.

Comecei a rir, mas algumas lágrimas se misturaram junto. O medo entrou no lugar. Se Bernardo tivesse batido o carro, se ele tivesse morrido, se a polícia nos pegasse. Era tantos se's na minha cabeça que me senti confusa e chateada em igual medida.

Bernardo levava uma vida dupla que aparentemente ninguém da família dele sabia nada.

-Porque escolheu me contar isso, Bernardo. – perguntei enxugando meus olhos.

-Por sua culpa, nossos ímpares se tornaram um par. – falou baixo. – E eu estou com muito medo de errar novamente em uma relação, mas se é para um dia dar certo, eu preciso começar te contando a minha história. Não a versão resumida que meus familiares te contaram. Você quer ouvi-la? – ele estava olhando para a frente e segurava o volante com bastante força.

-Sim. – falei baixinho. Ele acenou e abriu a porta do carro no pouco espaço que tinha dentro daquele caminhão, que tinha as laterais cobertas com uma lona para facilitar a saída de quem coloca os carros no local.

Bernardo saiu e deu a volta para abrir a aba que estava travada do meu lado e segurou a minha cintura para me ajudar a descer da carroceria.

-De quem é essa casa? – perguntei.

-É minha. – Segurando a minha mão, ele levou a outra ao bolso e tirou uma única chave de dentro dele. Destrancou a porta da frente e me guiou a uma sala espaçosa e com alguns móveis.

-Você mora aqui? – questionei, pois não sabia nada sobre o homem a minha frente. Este mesmo homem que dormi por alguns meses.

-Não, Linda. – respondeu e me convidou a sentar no sofá. – Eu moro em interlagos. – Olhei em volta, havia uma cozinha no lado direito e um corredor que dava provavelmente para os quartos. Nos sentamos no sofá e esperei ele falar alguma coisa. – Essa casa eu uso somente quando corro para estes lados.

-E você corre com muita frequência? - A casa está tão limpa e arrumada foi o que percebi.

-Sempre que me chamam. Não temos datas específicas.

-Quem cuida da casa?

-Meu funcionário fica aqui e cuida da manutenção dela. O João trabalhava comigo na oficina, mas por uma infelicidade do destino ele sofreu um acidente no trajeto de casa para o trabalho, sua perna esquerda precisou ser amputada. – Coloquei a mão na boca em choque com a história. – Ele me ajudava a turbinar as máquinas para as minhas corridas. E nunca me julgou pela escolha de vida. Como não poderia continuar a fazer isso, pois foi considerado incapacitado para o trabalho, dei para ele uma função por fora, ele cuida da minha retaguarda e leva o caminhão aos pontos que preciso nas corridas, ele é novo demais para se sentir um inútil.

-Onde ele está?

-Foi para a casa da namorada dele. – passei a mão no rosto, tentando processar todas as informações que ele jogava no meu colo. – Estou te assustando, Linda?

-Um pouco. Não esperava isso, Bernardo.

-Me desculpe descarregar tanta informação de uma vez só em você. – Assenti.

-Sua família sabe sobre as corridas? – perguntei.

-Eles nem sonham com isso e prefiro que continue assim.



Eu sou uma autora muito boazinha e irei publicar os capítulos diariamente até finalizar o livro. Claro que alguns dias podem ocorrer falhas, mas sei que vão me perdoar. 

O avatar e do capitão. Retirei a foto do google.

Votem e comentem. Beijinhos e até amanhã

My care bear( Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora