Após o aniversário da Alice, fui para um evento, mas a minha concentração estava toda nas suas lágrimas. E pela primeira vez em anos, eu fui o último colocado na corrida do Capitão. Ainda levei um esporro pela minha distração.
"Hoje você chegou em último, Odin, amanhã pode ser que nem chegue. Ao entrar na porra de um carro, esqueça o mundo lá fora. Os problemas ficam longe. Ok." – Assenti.
Eu respeitei o distanciamento da Alice, mas não significava que doesse menos. A quase dois meses que não a via. Ela me respondeu todas as vezes que enviava mensagens, mas as brincadeiras não estavam mais lá. Ela delimitou nossa relação de forma muito clara.
Eu jurei não sentir esse sentimento intenso novamente, mas ela veio e foi inevitável. Alice colocou de volta um coração dentro do meu peito só para machucá-lo com seu afastamento.
Precisei voltar ao trabalho, pois o meu contrato me obrigava a cumprir todas as corridas do circuito. E foi ótimo, pois coloquei a cabeça em outra coisa que não fosse as lágrimas da minha garota em minha ida a sua casa. Alice me negou um beijo, e eu jamais a forçaria a algo que ela não queria. Eu não queria perder o pouco de conexão que tinha.
Vim para a prova do Brasil, e enviei o convite para a Alice, que foi educada em recusar.
Olivia me enviou uma mensagem querendo me encontrar, então combinamos dela vir ao meu apartamento, já que nunca tinha vindo aqui.
Preparei algo para nós, achando que ela viria acompanhada dos maridos e da minha sobrinha, mas chegou sozinha e vestida com sua roupa impecável de CEO. A cumprimentei com um beijo no rosto e a convidei para dentro.
-Cadê minha pequena?
-Com os pais. Eles vão cuidar dela até eu chegar em casa. – Senti sua tensão para o meu lado e já imaginava o que viria pela frente. Nos sentamos no sofá da sala e ela passou o olhar em volta do meu apartamento não tecendo nenhum comentário.
O lugar era tão clínico, que nem parecia uma casa. Ela tinha o que era necessário para ser funcional e prática.
-Se for para falar sobre a Alice, essa pauta vai terminar antes de começar, Docinho.
-Sabe, Bernardo, você foi a segunda pessoa a me aceitar na família quando fui apresentada. Nunca teve uma vírgula de julgamento da sua parte com o tipo de relação que tenho com o Lui e o Bene, e agradeço por isso. – Falou. – Só que eu tinha te pedido para não se envolver com a minha amiga se não fosse algo sério. – Abri a boca para falar, mas ela levantou o dedo de forma atrevida. – Mas, aconteceu, e eu não posso proibir isso. Vocês dois são maiores de idade e sabem o peso do certo e errado. Alice nunca confirmou nada além da noite que passaram juntos no meu aniversário. Só que a conheço bem o suficiente para saber que houve um depois e esse depois deixou ela com um brilho, que se apagou até sumir por inteiro. Então você me deve a porra da explicação, porque estamos falando da minha irmã aqui.
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My care bear( Concluído)
RomanceBernardo Meu sonho morreu no dia que sofri um acidente automobilístico em uma pista de corrida. Mas, tudo ficaria bem, eu tinha um amor que ultrapassava qualquer limite. Pelo menos era assim que eu pensava, até descobrir o contrário. Alice Eu estava...