Capítulo 7

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Cheguei na casa da Helena no dia seguinte com o coração disparado, eu tinha sido infantil e fugido do irmão da Bia, mas em minha defesa, não estava preparada para me envolver com ninguém

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Cheguei na casa da Helena no dia seguinte com o coração disparado, eu tinha sido infantil e fugido do irmão da Bia, mas em minha defesa, não estava preparada para me envolver com ninguém. Mentira, estava sim, mas eu queria alguém que quisesse me assumir e ser meu namorado de verdade. Não um segredinho sujo como todos os outros. Como foi com o Igor. Assim seria com Bernardo. Um arrepio passou por mim ao lembrar dele e sua cantada direta. Lembrar dela me causava um calor imenso.

Olivia e Bia vieram me questionar sobre a minha saída repentina da festa, mas dei a desculpa que estava muito cansada, pois o dia tinha sido muito puxado no trabalho. Olivia me avaliou, mas mantive a postura.

Fomos trocar de roupas, e fui surpreendida pelo Bernardo sentado em uma das cadeiras ao redor da piscina. O cumprimentei, mas ele nada falou sobre a minha saída a francesa ontem.

Mantive ele distante e conversamos somente quando todos estavam participando da nossa interação. Diferente das cantadas diretas, hoje ele estava sendo muito respeitoso e não lançou nenhuma sugestão de duplo sentido. Cheguei a pensar que fosse invenção da minha cabeça as coisas que me falou ontem.

Helena, me perguntou se não havia gostado do seu filho, mas afirmei que ele era uma pessoa muito simpática. Acho que ela queria me empurrar para os seus braços, contudo ele não era um homem de relacionamentos, só não falei isso diretamente. Ela conhece o filho que tem e eu queria distância de algo que me ferisse por sair com alguém que teria vergonha de me ter como companhia.

Novamente fui embora sem me despedir dele, mas era melhor assim. Não éramos amigos, para exigir esse tipo de cortesia.

***

Fui convidada para o aniversário do Benício, mas precisei dar uma desculpa para a minha amiga, pois seria responsável por receber a mãe dela que viria a cidade para o casamento surpresa que os namorados dela estavam organizando.

Olivia surtaria com tudo que aquela família estava fazendo por ela. Minha amiga cresceu em um lar disfuncional, e sua mãe e ela tiveram uma relação difícil. A mulher estava aprendendo um pouco após uma temporada no hospital por quase ter sido vítima de feminicídio.

A minha preocupação no momento é encontrar com Bernardo, eu queria ter um gostinho daquele pedaço de homem, mas sei também que ele nunca seria para mim. Eu não estava preparada para me machucar de novo. E ele iria quebrar meu coração todo remendado.

Passei a sexta-feira organizando tudo que precisava levar para essa pequena viagem. Só que no sábado de manhã, meu carro fez um barulho estranho, ele era seminovo e teria que acionar a garantia. Entrei em contato com a Bia, pois teria que verificar um aluguel de veículo para chegar a tempo.

-Ali, o primo do Lui tá vindo também. Ele te dá uma carona. – falou baixinho. Provavelmente a Olivia estava por perto. – Vou entrar em contato com ele. – Conversamos um pouco mais sobre os detalhes finais, e sobre o buquê que fiquei responsável de pegar na floricultura. Ela ainda me ofereceu de me passar o contato do irmão para verificar meu carro quando voltasse do casamento, mas recusei. Preferia acionar o seguro a ter que lidar com aquele homem.

-Ok. Fico aguardando a resposta do Leon. – Respondi.

Com tudo confirmado, fui ao hotel que a dona Olga estava hospedada. Ela estava com um vestido longo verde escuro e eu tinha colocado um na cor pêssego. Minha bolsa estava ao lado, e aguardava a chegada do Leon, que eu tinha conhecido na semana anterior. O homem era lindo de morrer, mas tinha um namorado tão lindo quanto ele.

-Alice. – Ele me chamou ao entrar no lobby e vir em minha direção. Apertei sua mão o cumprimentando. – Me desculpe pelo atraso, mas precisei deixar o Victor no hospital com a irmã dele.

-Tranquilo, Leon. – Respondi. – Essa é a Olga, mãe da Olivia que veio do Rio para o casamento. Olga este é o Leon, primo do Lui. Ele que vai nos levar.

-Muito prazer, senhora.

-Prazer é todo meu. – respondeu tímida. Ela ainda estava deslocada com o luxo que era o hotel que os genros dela a colocaram.

Ele pegou a minha bolsa e da Olga e fomos para o seu carro. Me sentei na frente com ele e por incrível que pareça tivemos assuntos para conversar até chegarmos a casa da tia do Bene. A festa seria na casa dos avós, mas Olivia ainda nem tinha desconfiado. Fui apresentado a tantas pessoas que estava com medo de confundir os nomes deles.

O buquê da minha amiga estava nas minhas mãos e o levei ao nariz. Eu estava feliz por ela e nada mudaria a nossa amizade. Ela estava linda em um vestido rendado branco e uma coroa rendada na cabeça. Seus cabelos estavam trançados e uma fita de cetim na ponta.

-Alice. – Ela sussurrou ao me ver a sua frente e se dar conta que naquele dia ela selaria a união com os homens da sua vida.

-Trouxe para você. – Estiquei o buquê em sua direção e falei que os dois namorados dela estavam lá fora para ela. Nosso abraço foi sincero e ainda me pediu para acompanhá-la até o altar improvisado. E eu assim o fiz. Se um dia me casar, ela me levaria também.

Tudo foi muito simples e de muito bom gosto, mas foi olhar em direção ao irmão do noivo que um tornado se formava em meu estômago. Eu queria fugir, e queria agarrar ele como se a minha vida dependesse disso, tudo ao mesmo tempo.

Evitei ficar perto dele, e até me cercava dos outros convidados para não dar a chance de aproximação, mas Bernardo era um predador e estava à espreita.

Caminhei em direção ao banheiro e tive meu braço puxado para uma porta no corredor da casa. Eu queria gritar, mas fui impedida pela boca daquela montanha de músculos.

O beijo dele era intenso, e quando tentei me afastar para respirar ele enfiou sua língua atrevida dentro da minha boca. Minhas mãos estavam espalmadas em seu peito e sem perceber contornei seu pescoço com meus braços e me ajustei em seu abraço de urso.

Eu estava eufórica com o gosto dos seus lábios nos meus. Uma mistura exótica de cerveja e chiclete de canela. Sua barba cheia fazia cócegas no meu rosto, mas a sensação era muito boa.

Acordei do meu transe com a mão que apertava a minha cintura. Eu tinha prometido a mim mesma que não me envolveria com ele, por diversos motivos, mas o primordial era sua família que me tratava tão bem e não queria os decepcionar.

Ele era um homem que não queria envolvimento, e eu não tinha um bom histórico de namorados. Corrigindo, de ficantes, pois nenhum foi mais longe do que algumas noites escondidas em motéis.



O beijo aconteceu, nem que seja no susto. Alice tão insegura, e o Bear tão atirado. 

Amo esses dois de paixão. 

Votem e comentem. Beijinhos e até quarta-feira

My care bear( Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora