Bernardo
Meu sonho morreu no dia que sofri um acidente automobilístico em uma pista de corrida. Mas, tudo ficaria bem, eu tinha um amor que ultrapassava qualquer limite. Pelo menos era assim que eu pensava, até descobrir o contrário.
Alice
Eu estava...
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Como imaginei, Alice não me mandou mensagem. A mulher já me deu vários nãos, mas por algum motivo continuo insistindo com ela. Eu nunca corri atrás de ninguém depois que terminei meu relacionamento. Só que ela me tirou da zona de conforto que eu mesmo me coloquei.
No dia seguinte das trocas de mensagens, fui ao escritório do meu irmão, a Olivia estava ajudando-o, pois, seu assistente estava de licença para cuidar da irmã e sobrinhos que nasceram antes da hora.
-Ei Docinho, como anda a vida de casada? – falei a abraçando e dando um beijinho em sua testa. Amava demais minha cunhada, pois Olivia era um achado para a vida do Lui e do Bene. Ela só os aceitou se fosse para ser uma igual na relação que eles construíram.
-Ótima. Mas, sem chance de uma lua de mel decente. – Fez um bico, mas estava rindo. – E você como anda os preparativos para suas viagens.
-Ainda falta muita coisa, Docinho. Vai me ver até enjoar. – Brinquei. – Cadê minha Pérola negra?
-Na sala do papai. Está dormindo.
-Queria dar um cheirinho nela. – falei e ela estreitou os olhos em minha direção.
-O que realmente você veio fazer aqui, Bear? – Me perguntou de braços cruzados. Olivia era muito perspicaz.
-Não posso ver vocês? – Fiz charme, mas com ela não colava mesmo.
-Poder, é claro que você pode, mas eu te conheço e sei que tem um algo a mais na sua visita.
-Ok. Ok. Culpado. – falei. – Eu quero o número de telefone da Alice. – Ela fechou a cara na hora.
-Por que você quer o número dela? – Perguntou em tom de acusação.
-Para conversar, oras.
-Bernardo, eu tenho um verdadeiro carinho por você, mas eu não te quero em cima da minha amiga se não for para algo sério. Eu a considero como uma irmã, e aquela mulher merece o mundo. E acho que você não está disposto a dar esse mundo para ela.
-Acho que ela mesmo tem a capacidade de decidir isso, Olivia. – Rebati.
-Sim ela tem, mas eu não vou ser conivente com essa situação. Então a minha resposta é não. – Bene saiu da sua sala e veio me questionar o motivo da visita, dei uma desculpa e Olivia apenas balançou a cabeça negando a minha cara de pau. Eu tinha certeza de que ela contaria para eles em breve sobre o real motivo da minha vinda.
Precisaria apelar para a minha mãe, que também trabalhava com a Alice e mesmo fazendo um milhão de perguntas não iria me negar o número de telefone.
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Fui para um jantar na casa dos meus pais, Bia como sempre andava as voltas com os preparativos para o aniversário da Olivia, ela não conseguia ficar quieta um minuto se quer. Bento estava ensaiando no seu quarto e ele realmente era bom com um violão nas mãos. Gostava de ouvir o Rapinha tocando. Meu pai estava sentado apreciando uma dose de conhaque e minha mãe na cozinha preparando um risoto que só ela sabia fazer.
O telefone dela estava sob o balcão da cozinha e pedi ela para ver as fotos que tinha tirado da Pérola no casamento. Foi a desculpa idiota que consegui no momento, mas nem ela e nem meu pai falaram nada quando comecei a procurar o que eu realmente queria, assim que ela desbloqueou a tela. Eu tinha uma memória fotográfica excelente, por isso não precisei enviar o contato do telefone dela para o meu. Mas, para disfarçar, transferi algumas fotos que achei engraçadas da nossa família.
Digitei rapidamente o número dela no meu próprio telefone e fui dar a devida atenção ao meu velho. Bia se juntou a nós assim que seu telefone deu um tempo nas notificações que chegavam.
-Meu filho, seria possível arrumar um horário para verificar um barulho chato que percebi no carro ao voltar de viagem.
-Pai, você não precisa de horário para ser atendido na oficina. E nem deveria ter esperado tanto para me falar. Hoje é sexta-feira, pode ser um problema sério e fica andando em carro com defeito. – Exasperei.
-Quem é o pai aqui sou eu. – Falou sério, e Bia riu da minha cara, mas ele não segurou a seriedade por muito tempo e gargalhou da minha cara. Bufei. – Eu não estou usando o carro, seu estressadinho, estou indo com a sua mãe no carro dela. – Fiquei aliviado em ouvir isso.
-Amanhã mesmo vou pedir para rebocar seu carro para uma avaliação.
-Dessa vez você vai cobrar, certo? – Neguei.
- É óbvio que não, velho. – Respondi.
-Assim fica difícil dá preferência para a sua oficina.
-Assim fica mais difícil eu fazer o mínimo por vocês.
-Me inclui fora dessa, pois eu nem ofereci para pagar pela última manutenção – Mamãe falou com um pano de prato secando suas mãos.
-Mas, insistiu da vez anterior. – Bia e eu gargalhamos e eles entraram no meio dos risos.
Fui embora da casa deles eram quase onze horas da noite.
"Muito difícil te encontrar, Linda. Mas, você sabe o quanto posso ser insistente" – Enviei assim que cheguei em casa. Sabia que estava tarde, mas aguardaria sua resposta amanhã. Só que ela veio no mesmo dia.
"Sim, você é bem insistente mesmo, Bernardo." – E ainda recebi um emoji de mão no queixo.
"Achei que teria sua resposta somente amanhã. Desculpe o horário." – mandei um emoji tímido.
"Estou assistindo Outlander, então não me acordou."
"Gosta de romance?"
"Qual mulher não gosta."
"A maioria sim, mas ainda se encontra uma e outra alma que odeia. Algum motivo para o ódio deve haver." – Ainda trocamos algumas mensagens, mas Alice me cortou, sinalizando que eu estava interrompendo seu programa solitário. – "Eu poderia ser a sua companhia."
"Você vai ficar insistindo nisso, Bernardo. Em querer uma noite comigo?"
"Se você me der um motivo justificável, eu paro de te procurar"
"Eu não quero me envolver com você."
"Isso não é um motivo justificável, Linda."
"É para mim."
"Tente outro." – enviei um emoji com olhos piscando.
Para quem não leu o livro da Olivia, o avatar é o Alonso, pai do Bernardo.