Capítulo 45

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Ouvir a voz do Igor me deixou em pânico

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Ouvir a voz do Igor me deixou em pânico. Acelerei o carro para voltar ao pit stop, mas ele estava colado na minha traseira e encostou me assustando.

-Para, Igor, por favor. – falei ao microfone.

-Parar. – respondeu rindo com escárnio. – Foi você que parou. Nós éramos certos juntos. Nosso sexo era bom e sem cobrança, mas você caiu na pilha da sua amiga vadia e tudo desandou. Ainda esperei por um tempo, mas você não me deu brecha.

-Tínhamos terminado.

-Você terminou. Não eu. E eu odeio que falem não para mim, Alice. – falou e eu comecei a chorar, mas precisava me concentrar na pista, ele estava dando esbarrões no carro a todo estante e estava difícil manter a direção a mais de 150 por hora. - Eu só queria mais uma noite e eu ter a chance de te humilhar de verdade.

-Você só queria isso. Essa perseguição toda só para me ofender.

-Ah, Alice, você é uma mulher muito linda, sabia. Mas, eu não teria coragem de te apresentar para os meus amigos com o seu excesso de peso. – Ele tinha a voz enrolada como se estivesse alcoolizado, ou drogado. – Se você tivesse ao menos me ouvido e feito a porra da dieta que te pedi, não precisaria chegar aonde chegamos, meu amor. – Meus olhos estavam cheios de lágrimas e cada esbarrão que ele me dava mais apavorada eu ficava.

-Igor, para. Você vai acabar nos matando. – Falei.

-Cala a boca que a única pessoa a falar aqui sou eu. – Ele gritou e eu me assustei com o seu grito. – Por que você me denunciou? Eu te avisei o que aconteceria se fizesse isso.

-Você me machucou.

-Você mereceu, cadela egoísta.

-Vamos conversar. Eu prometo retirar a denúncia. – Implorei.

-Mentirosa. Quando sair daqui vou te foder até os miolos.

-Eu nunca vou para a cama com você novamente.

-Aliceeee. – Bernardo gritou pelo microfone que estava conectado ao carro. – Não cai na pilha dele, se concentra, meu amor.

-Cala boca seu imbecil. Estou conversando com essa vadia agora. – Igor falou. – Sabia que eu tenho mais tempo com ela?

-Estou com o Bernardo a quase um ano. – falei sem pensar e ele ficou furioso.

-Sua cadela. Era para você está sofrendo e já foi dar para ele. – e senti mais uma batida na lateral do carro. Ele fez uma manobra indo em direção ao pit stop e iria acertar em cheio as pessoas que estavam lá para a reunião de equipe. Ele iria atropelar o Bernardo. Fiz uma manobra de zig zag, tirando a concentração dele e tive a atenção novamente para mim. Quase rodei na pista, quando ele acertou minha traseira novamente. Mas consegui alinhar a tempo de acelerar antes da curva. Eu ia bater na mureta de proteção, mas usei a técnica que o Bernardo usou na corrida do Capitão.

Igor não esperava essa manobra, e se chocou com tudo me assustando com o barulho. Parei o carro, cantando pneus. E vomitei o que estava no meu estômago. Minha visão ficou turva, me fazendo perder os sentidos.

***

Abri os olhos e a claridade me cegou. Eu estava em um quarto de hospital e Bernardo estava com a cabeça apoiada na cama, ele segurava a minha mão que não estava com o acesso. Meu coração disparou quando tudo voltou na minha cabeça e meus batimentos cardíacos aceleraram, fazendo os monitores apitarem.

Bernardo levantou a cabeça e seus olhos estavam inundados de lágrimas ao me ver acordada.

-Amor. – ele falou e sua voz rouca aqueceu meu coração. Uma enfermeira veio me avaliar e ele se afastou sem soltar a minha mão.

-Como você está se sentindo, Alice? – ela perguntou.

-Estou um pouco tonta. O que vocês me deram?

-Você estava em choque. Precisamos aplicar um calmante.

-Eu consegui parar o carro?

-Sim, meu amor. Você conseguiu.

-E o Igor? - Só de perguntar por ele, senti um calafrio

-Ele não estava com o cinto de segurança. – Foi tudo que o Bernardo falou. E não quis saber dos detalhes.

O médico veio me avaliar, e avisou que eu ficaria por mais um dia no hospital, pois estava tendo uma oscilação de pressão. Tinha ficado o dia todo apagada devido aos remédios. Pedi ao meu namorado para voltar para casa, mas ele recusou. O efeito dos medicamentos, me derrubaram por mais algumas horas.

Acordei assustada com o barulho da frenagem, e comecei a chorar. Bernardo me abraçou e fez carinho em meus cabelos.

-Acabou, meu amor. Acabou. – Falava baixinho e dava beijos em minha testa, meu nariz e depois a minha boca. Abracei seu pescoço e apenas apreciei o carinho. Eu estava segura novamente.

***

Meu quarto ficou pequeno para tantas visitas. Abracei minha amiga e choramos muito uma nos braços da outra. Helena foi outra que me abraçou como somente uma mãe poderia fazer.

-Não me dê outro susto desse, minha filha. – Fiquei emocionada.

-Não darei, Helena. - Alonso trouxe um buque lindo de peônias, margaridas e lírios. E deixou um beijo em minha testa. Mas, foi encontrar minha cunhada no quarto que mexeu com meu emocional. Ela largou suas férias para vir aqui me vê.

-O que está fazendo aqui, Bia? – perguntei.

-A família em primeiro lugar. – Me abraçou, seus olhos estavam vermelhos pelo choro. E o meu não estava diferente.

Após o momento chorona, Helena decretou que eu me recuperaria em sua casa. Bernardo ainda tentou convencer que poderia tomar conta de mim no apartamento dele, e sei que ele era capaz. Mas, seu voto foi vencido e nada pode fazer. Ri da sua cara de derrota.

-Vou ficar na sua casa, Helena, até meu apartamento ficar pronto. – Se eu tivesse anunciado a terceira grande guerra, não teria causado tanto impacto.

-Você não vai sair mais do meu lado, Alice. – Bernardo se impôs e eu ergui a sobrancelha para ele.

-Nós somos namorados, não casados. Então abaixa a bola aí. – Lui, Bene e Alonso riram da cara dele. Meu ursinho, bufou.

-E o que tem demais nós dois morarmos juntos.

-Tem tudo, ursinho. – e as risadas aumentaram. – Não temos nem um mês de namoro ainda.

-Alice, eu não quero perder nem um minuto longe de você. – Ele falou com tanto sentimento, que me senti uma idiota. – Eu não importo se temos um dia, um mês ou um ano, você mudou a minha vida para sempre e nada mais importa nela além de você. Eu te amo. – Uma vez Olivia puxou minha orelha por não ter enxergado o qual romântico Bernardo é. Então fechei os olhos e cada momento vivido com ele brilhou na minha frente. Nossa primeira vez, nossa viagem, nossas corridas, nosso amor. E eu não tinha como negar algo que estava nos meus olhos. Eu esperei uma vida inteira para ser amada e aqui estava ele. Bernardo era o meu ímpar e me completou.




Nossa querida leitora @DarleneBeatriz0 acertou o fim do Igor. Teremos alguns minutos de paz, pois a história ainda não acabou. Rsrsrs.


Beijinhos 

My care bear( Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora