Bernardo
Meu sonho morreu no dia que sofri um acidente automobilístico em uma pista de corrida. Mas, tudo ficaria bem, eu tinha um amor que ultrapassava qualquer limite. Pelo menos era assim que eu pensava, até descobrir o contrário.
Alice
Eu estava...
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Ainda estava assustada com tudo que me aconteceu. O Igor era um psicopata que poderia ter acabado com a minha vida, só pelo prazer de me ver morta. Eu cheguei a gostar dele na época que estávamos juntos, mesmo não sendo tratada com a cortesia que desejava.
Eu era incapaz de ver o quão mal ele me fazia durante o tempo que estávamos juntos. A minha carência me fez cega para a forma que ele me tratava. Bernardo veio e mudou tudo em mim, até a forma de receber atenção e me amar de verdade. Até quando ele jurava que não fazia.
Helena foi como uma mãe para mim nos últimos dias. Estava sob as suas asas, e não aceitou que eu fosse embora para a minha própria casa. Eu nem sabia se queria ficar sozinha novamente. Dormir e acordar com o Bernardo era maravilhoso. E sua felicidade ainda era maior por ter seu filho, mesmo que somente por uns dias debaixo do seu teto novamente.
Ela me confidenciou que tinha medo de nunca mais ver o filho feliz novamente. Que ele era um poço sem fim de amargura, mesmo tentado fingir muito bem para eles. Ele tinha uma válvula de escape, mas aquele segredo era dele e eu o guardaria até a morte comigo, mesmo se não ficássemos juntos.
Alonso foi outro que me surpreendeu com a atenção e conversas longas e engraçadas. A veia brincalhona do meu Ursinho e do Bene veio totalmente dele.
Minha tia Maria veio do interior para me visitar e ficou hospedada na casa dos pais do Bernardo, junto comigo. Ela me convidou para passar um tempo com ela, mas eu não teria férias agora. Mas, prometi ir visitá-la em um feriado. Bernardo a conquistou quando prometeu passar o ano novo em sua casa. Agradeci por ele ser tão carinhoso com ela. Minha tia é uma mulher muito simples que ainda vivia no interior com o marido e os filhos, cuidando de uma pequena propriedade de produção de arroz.
Contrapondo meus apoios, tia Catarina entrou em contato também me desejando melhoras, mas deixou um pouco do seu veneno ao agradecer a filhinha dela não viver comigo e ser alvo dos loucos que eu me envolvia. Suspirei e concordei com ela, pois não queria brigar. Ela só soube do ocorrido, por ter sido noticiado em rede nacional.
LJ veio me visitar na casa dos pais do Bernardo, mesmo todos tendo o pé atrás com ele. O garoto tinha um nariz em pé, mas vi o medo em seus olhos ao recordar tudo que eu fiz naquela pista de corrida.
-Alice, você poderia ser a minha treinadora. Você sem dúvida é melhor do que o Bernardo. – Falou quando estávamos somente nós dois na sala da casa de Helena. Meu namorado tinha ido até a oficina conferir algumas coisas, mesmo sendo um sábado.
-Fala isso para o Bernardo, e sabe a resposta que vai receber, LJ. – Falei. Eu não tive muito contato com ele no dia do acidente, na semana passada, mas gostei de recebê-lo e ter uma conversa sem ficar constrangida.
-Você me assustou pra caralho. – Falou e vi ali sua vulnerabilidade. Eu também estava assustada e ainda acordava a noite com pesadelos, pois me recusei a tomar calmantes. Mas, me entupi de chás. – Nem nos meus maiores sonhos seria capaz de sair de uma situação de risco como a que passou.
