Capítulo 44

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June passou a maior parte do tempo trancada em seu quarto, trabalhando naquela maldita nuvem que não lhe trouxera nenhuma informação útil desde o último vídeo que encontrado.

Então, nesse meio tempo, ela também decidiu ligar para o terceiro número da lista telefônica da Hannah.

Mas no momento em que olhou para aquele número com mais atenção enquanto realizava a chamada, viu que o identificador tinha o reconhecido.

— Ei, June. — A voz rouca de Phil ressoou do outro lado. — Eu estava mesmo me perguntando quando teria notícias suas.

— Phil... – Sua voz soou quase como um sussurro. — Eu...

— Eu não posso falar agora. Estou bem ocupado com alguns assuntos do Aurora. – Ele disse em um tom apressado, como se estivesse dirigindo. — Me mande uma mensagem para me lembrar e te responderei mais tarde, tudo bem?!

June arqueou as sobrancelhas antes dele desligar.

E de acordo com a lista telefônica, foi a Hannah quem ligou para o Phil e não o contrário.

— O que será que ela queria com ele?

Naquele momento, ela tinha mais perguntas do que respostas.

June mandou a mensagem, mas logo teve que seus pensamentos foram interrompidos por algumas batidas em sua porta.

Ela franziu o cenho, levantando-se de sua cadeira lentamente, em passos curtos e sorrateiros. E em seguida, se esgueirou até a janela ao lado da porta, cuidadosamente espionando por baixo de sua cortina para verificar se deveria ou não abrir para quem quer estivesse ali.

Definitivamente, não deveria abrir.

Mas ainda assim o fez.

— O que você quer?

Lilly engoliu em seco quando olhou para June de volta, que fazia questão de manter o desgosto profundo estampado em seu rosto com arranhões recentes.

Lentamente, seus olhos castanhos escuros desviaram até o pescoço exposto, acima da gola de seu suéter branco. E June estava com o cabelo preso em um rabo de cavalo, o que deixava as marcas dos dedos do sequestrador ainda mais evidentes. Hematomas de tom púrpura e avermelhado vivo que com o passar dos dias, escureceriam, o que faria com que eles chamassem ainda mais atenção.

A culpa parecia tê-la a atingido com força, mesmo que jamais fosse admitir.

Ainda assim, ela tinha ido até ali por um motivo.

— Richy, Cleo e Thomas contaram o que aconteceu com você...

— E tenho certeza de que não acreditou. – Disse June, com desprezo. — Foi então que decidiu vir até aqui, não é? Apenas para ver com os seus próprios olhos o estrago que aquele desgraçado fez. – Ela riu, sem ânimo. — Se não é o suficiente, pergunte a Alan Bloomgate, o Chefe da Polícia de Duskwood... Graças a ele, eu não acabei como a sua irmã.

Pela primeira vez, Lilly encolheu os ombros.

— Eu... — Ela conseguiu dizer depois de alguns segundos. — Eu preciso da sua ajuda.

June riu mais uma vez.

Uma risada debochada e sem vida.

Então, ela estava prestes a fechar a porta, mas Lilly a impediu, colocando uma mão sobre a sua porta.

June ficou com vontade de quebrá-la entre o batente e a porta.

— Você poderia esperar e ver do que se trata primeiro?

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