Capítulo 21

120 12 4
                                    

O restaurante Cisne Negro é uma elegante e sofisticada opção gastronômica localizada na King's Street.

June avistou sua fachada imponente assim que saiu do táxi. Contemplou as grandes janelas de vidro que permitiam a visão do interior iluminado e acolhedor. E ao entrar, foi recebida por um ambiente refinado, com móveis luxuosos, como poltronas pretas estofadas e mesas bem decoradas com toalhas de linho branco e arranjos de flores frescas.

As paredes eram decoradas com obras de arte cuidadosamente selecionadas, criando uma atmosfera de elegância e requinte. O espaço era bem iluminado por lustres de cristal que proporcionam uma luz suave e agradável.

Poucos olhares a alcançaram, um em específico sequer que acompanhou até que finalmente se aproximasse o suficiente do balcão de bebidas.

— Você está péssimo. — Foi a primeira coisa que disse assim que se sentou ao lado de Dan enquanto o mesmo dava um grande gole em seu copo cheio de uísque.

Ele riu.

Uma risada rouca e sem ânimo.

Um homem adulto, alto e robusto, cheio de tatuagens com uma barba grande e bem feita, cabelos castanhos escuros e bem penteados que iam até a altura de seus ombros, naquele momento mais parecia um adolescente emocionado por ter tido o seu coração partido.

Ela avaliou com cuidado, vendo - o pela primeira vez tão bem vestido, usando uma camisa de botões branca com as mangas levemente dobradas até os cotovelos, combinada com uma calça jeans escura e um par de botas de couro marrom. Sua aparência transmitia uma sensação de casualidade e conforto, mas apesar do semblante que carregava... Um bêbado.

Era uma cena engraçada para June, apesar de ainda achar um pouco patético.

Felizmente, ela chegou a tempo antes que Dan fizesse alguma besteira.

— Certo... — Murmurou ele de forma lamentável. — Acabei de fazer as pessoas que estavam sentadas ao meu lado levantarem da mesa. – Dan bufou. — Essa cidade é realmente insuportável. — E então, ele ergueu o olhar, avaliando June de cima a baixo e fez com que, por um segundo, seus olhos se iluminarem brevemente enquanto uma espécie de desejo o invadia ao encara-la de volta. — Mas parece que você fez amigos em todos os lugares por aqui, hein?

Ela cruzou os braços e sorriu com sarcasmo.

— O que posso fazer? — Falou ao dar de ombros. — Sou bem popular.

— Não tenho dúvidas disso.

June se inclinou para o lado e bufou.

— Bem, com exceção de um... – Disse depois de alguns segundos. — Você é a peça que falta no quebra - cabeça, eu acho.

— Eu não sou realmente um cara mau... Você sabe.

— Você nunca demonstrou interesse em mim antes.

— Claro que sim.

June não conteve a vontade de rir com sarcasmo assim que viu Dan a avaliar mais uma vez.

— É difícil saber já que você é sempre tão fechado.

— O que você quer que eu faça? — Ele indagou antes de recostar no balcão a sua frente e suspirar. — Caras como eu sempre entram na linha de fogo... Não podemos mudar isso.

— Você está dizendo que... Que eu o consideraria um suspeito se soubesse mais sobre você?

Ele deu de ombros, desviando o olhar antes de resmungar.

— Sim. Mas acho que chegou a hora... – Dan fez menção de que estava prestes a se levantar e apoiou ambas as mãos no balcão. — Você vai ver... Vai ver que sou um cara legal. — Mas ele mal tinha forças, então se sentou mais uma vez e balançou a cabeça, frustrado. — Claro, eu tenho pequenas falhas aqui e ali... — June se atentou a cada movimento dele, temendo que ele caísse ali mesmo. — Mas os outros também têm... Eles apenas são melhores em escondê-las. – Com dificuldade, ele ergueu seu olhar para ela novamente. — Aposto que você também é boa nisso.

Floresta do CrepúsculoOnde histórias criam vida. Descubra agora