Capítulo 2

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No dia em que chego a Madri após uma semana em Llanes, meu coração está ainda mais partido

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No dia em que chego a Madri após uma semana em Llanes, meu coração está ainda mais partido.

Saber que Gustavo me procura é algo que me deixa insegura até mesmo em relação ao ar que respiro.

O tempo não curou a dor; ao contrário, intensificou-a a níveis que nunca imaginei existirem.

Ligo para meu pai.

Digo que cheguei a Madri e nós conversamos um pouco.

— Não, pai. Gustavo me deixa desesperada e...

— Você também não é nenhuma santa, querida. É teimosa e provocadora. Sempre foi assim, e agora você encontrou seu par perfeito, alguém que te encara.

— Paaaaaaiiii!

Meu pai ri e responde:

— É assim mesmo, moreninha! Não lembra o que sua mãe dizia?

— Não.

— Ela sempre dizia: “O homem que se apaixonar por Eduarda terá uma vida sossegada, mas o homem que se apaixonar por Ana Flávia... tadinho! Vai ter encrenca todo dia!”

Sorrio ao lembrar essas palavras da minha mãe, e meu pai acrescenta:

— E é exatamente assim, moreninha. Eduarda é como é, e você é como sua mãe, uma guerreira! E, pra aguentar uma guerreira, só há duas opções: ou você fica com um bobão que não abre a boca ou com um guerreiro como Gustavo.

— E você é o quê, pai? Um bobão ou um guerreiro?

Meu pai ri.

— Sou um guerreiro como Gustavo. Senão, como você acha que eu aguentaria sua mãe? E, apesar de Deus tê-la tirado de mim muito cedo, nunca outra mulher conquistou meu coração, porque sua mãe fez meu nível de exigência subir muito. E é isso que acontece com Gustavo, minha querida. Depois de te conhecer, sabe que não vai encontrar outra igual.

— Vai, sim, uma bobona — brinco.

— Não, querida. Uma mulher inteligente. Cheia de vida. Divertida. Engraçada. Resmungona. Briguenta. Maravilhosa. Linda. Estou falando de tudo isso, moreninha.

— Papai...

— Como eu bem imaginei, Gustavo te pertence, e você pertence a ele. Sei disso.

Não consigo segurar o riso.

— Fala sério, pai. Como roteirista de novela, você é imbatível!

Desligamos e eu sorrio.

Como sempre, falar com meu pai me relaxa.

Ele quer o melhor para mim e, como ele disse, o melhor para mim é esse alemão, apesar de eu duvidar disso agora.

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