Capítulo 32

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À tarde, quando José Rafael volta do colégio, me esforço para recebê-lo com um grande sorriso

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À tarde, quando José Rafael volta do colégio, me esforço para recebê-lo com um grande sorriso.

O menino não merece viver com a angústia de me ver o tempo todo nesse estado lamentável.

Faço das tripas coração, ajudo em seus deveres de casa e janto com ele.

Conversamos sobre videogames.

É o melhor assunto que tenho para não mergulhar de novo nos problemas da minha vida e nos meus sentimentos.

À noite, quando ele vai para a cama, fico na sala e sinto vontade de ouvir mais uma de nossas músicas.

São tantas... e sei que vou chorar com qualquer uma.

De repente, a porta da sala se abre e entram Norbert e Simona.

— Não acredito em nada do que minha sobrinha Yasmin contou no colégio — diz Norbert.

— E lhe garanto que isso vai ser esclarecido. Sinto muitíssimo pelo que a senhora está passando.

Me levanto do sofá e lhe dou um abraço.

Ele, que em geral fica tenso quando demonstro meu carinho, desta vez me abraça e murmura em meu ouvido:

— Farei o possível para que tudo se esclareça.

Concordo num gesto e suspiro.

Olho para Simona, que torce as mãos e, muito aborrecida, diz:

— Essa garota é uma mentirosa e eu mesma vou arrancar o couro dela se ela não esclarecer essa história com todo mundo.

Concordo e lhe dou um abraço.

Num momento como este, em que eu devia estar morrendo de raiva, estou tão mal, tão enjoada e tão desconcertada que só  consigo concordar e abraçar.

Nessa noite Gustavo não me liga, nem eu ligo para ele.

Não quero pensar que ele continua bebendo, nem imaginar que termina na cama de Kemelly, mas como, às vezes, meu lado masoquista me domina, me atormento com essas coisas e sofro como uma condenada.

Por que sou tão idiota?

Também não telefono para Santana.

E o fato de ele não me ligar é um bom sinal.

Significa que Gustavo ainda não descarregou sua fúria em cima dele.

Tadinho, isso tudo é tão injusto!

No dia seguinte estou destruída, mas decido ir à consulta com a ginecologista.

Consigo despistar Norbert para não vir comigo e pego um táxi.

Na sala de espera, fico observando as outras mulheres que também aguardam.

Meu pescoço pinica.

As barrigas delas são descomunais e estou a ponto de sair correndo.

Mas controlo meus impulsos e espero, vendo várias mulheres gravidíssimas, abraçadas com seus maridinhos, e eu tenho vontade de morrer.

Meu Deus, como posso estar grávida?

Justo eu!

Quando uma moça diz meu nome, me levanto e entro na sala da ginecologista.

A médica é uma mulher um pouco mais velha que eu.

Ela sorri e indica uma cadeira.

Após preencher uma ficha com meus dados, já que é a primeira vez que me consulto com ela, abro a bolsa e deixo sobre a mesa os quatro testes de gravidez com suas correspondentes tirinhas indicando positivo.

Ela me olha e sorri.

Qual é a graça?

— Pode me dizer a data da sua última menstruação?

— Esse mês não veio. Mas lembro que no mês passado saiu só uma manchinha. Mas... mas... eu, na semana em que comecei a tomar pílula de novo e... e... talvez não tenha feito certo... Mas  eu...

A doutora percebe meu nervosismo e diz:

— Procure se acalmar, tá?

Concordo e ela insiste:

— Tenta lembrar a data dessa menstruação que veio fraquinha.

— Acho que foi 22 de setembro.

Pega um calendário redondo colorido, olha fixamente e diz, apontando:

— Data aproximada do parto: 29 de junho.

Ai, minha nossa... minha nossa... isso é sério!

Sem me deixar abalar, respondo o melhor que posso a todas as perguntas que a mulher faz.

Depois ela pede que eu deite numa maca para fazer uma ultrassonografia.

Abaixo a calça.

Ela passa gel na minha barriga e, com um aparelhinho, começa a me examinar.

Histérica, imploro a todos os santos existentes e aos que ainda vão existir que façam com que não haja nada dentro de mim.

Mas de repente a médica para de movimentar o aparelho e diz:

— Aqui está a pulsação, Ana Flávia, e pelo tamanho eu diria que já está com quase dois meses.

Vejo algo piscando na tela.

Pela forma irregular e pelo movimento, me lembra uma medusa.

Acho que vou enfartar!

Não falo...

Não pisco...

Meu Deus, que enjoo!

Só consigo olhar para essa coisinha que se mexe e que parece dizer “Perigo!”.

Ao ver que não falo nada, a médica volta a mover o aparelho.

Depois aperta uns botões e sai um papelzinho pela lateral.

Ela me entrega e vejo que é uma foto.

Me emociono como nunca pensei que um dia me emocionaria e aceito que essa imagem em formato de medusa é um bebê e que, gostando ou não, estou grávida!

Antes de sair, deixamos uma consulta marcada para daqui a um mês e ela me entrega umas receitas.

Preciso tomar ácido fólico, entre outras coisas, e fazer uns exames para trazer na próxima vez.

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Continua....☆

I. Espero que estejam gostando, não se esqueçam de votar e comentar muito.

II. A Ana Flávia quase morrendo na consulta com a ginecologista.

III. As coisas ainda estão complicadas com o casal, essa reconciliação está demorando.

IV. Capítulo revisado, porém pode conter alguns erros.

--Beijos, 🦋

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