Peça-me o que quiser ou deixe-me | miotela. ✔️

Capítulo 38

Dois dias depois, voltamos a Munique.

Lar, doce lar!

Estava sentindo falta de ter todas as minhas coisas à mão, minha cama e meu banheiro é o que mais preciso.

Quando Simona e José Rafael veem Gustavo, ficam assustados!

Gustavo sorri e eu também, enquanto afago a cabeça da Joaninha.

— Calma, gente! Apesar de estar parecendo o vampiro malvado de Crepúsculo com esses olhos, juro que é o Gustavo! E não morde o pescoço de ninguém.

Meu comentário ameniza um pouco o clima.

Vejo suas expressões alarmadas e entendo o motivo.

Os olhos dele estão mesmo assustadores.

José Rafael, como criança que é, dá um abraço no tio e pergunta:

— Você vai melhorar ou vai ficar assim pra sempre?

— Ele vai melhorar — eu mesma respondo.

— Assim espero — murmura Gustavo, abraçando seu sobrinho.

Me viro para ele e não digo mais nada.

Sei que, apesar de não querer demonstrar, Gustavo está preocupado.

Dá para reparar nisso só de ver como se olha no espelho.

Não tocamos no assunto.

Não quero importuná-lo.

Só espero que a medicação consiga drenar o sangue e tudo se resolva.

Como meu pai sempre diz, o pensamento positivo atrai coisas boas.

Portanto, ficarei na torcida, esperando o melhor!

Vejo Simona observando os olhos de Gustavo o tempo todo.

Dá para entender.

Isso é o que mais chama a atenção de todo mundo.

Vê-lo com a perna engessada faz você olhar, mas o que realmente impressiona são seus olhos completamente ensanguentados.

Sem nem um pontinho branco.

Vermelhos e castanho, uma combinação estranha.

À noite, durante o jantar, pedimos a Norbert e Simona que se sentem conosco na hora da sobremesa.

Precisamos conversar com eles.

E, quando damos a notícia da gravidez, José Rafael grita:

— Vou ter um primo! Que maneiro!

Gustavo e eu nos olhamos e eu digo:

— Você vai ser o irmão mais velho e precisaremos que você ensine muitas coisas pra ele.