Quando eu e Santana chegamos à porta do hospital St. Thomas, estou péssima.
Vomitei várias vezes durante o voo e o coitado não sabe mais o que fazer para que eu fique bem.
Atribui meu estado ao nervosismo e à minha preocupação, e deixo que ele pense assim.
Fico bufando na recepção.
Santana me segura pela cintura para me acalmar e pergunta:
— Está melhor?
Digo que sim.
É mentira, mas não quero preocupá-lo.
Ele me olha com um sorriso triste, pega minha mão e diz:
— Fica tranquila, logo, logo ele vai estar bem e tudo se resolverá.
Concordo com um gesto e agradeço aos céus por ter um amigo como ele.
Quando telefonei, em menos de vinte minutos ele já estava na minha casa disposto a me ajudar em tudo o que fosse necessário.
Inclusive, quando contei o que houve, deixou de lado a raiva que poderia estar sentindo de Yasmin e a revolta pelas acusações do amigo, e se concentrou em me consolar e me dizer que tudo ia ficar bem.
Não ligo nem para a mãe nem para a irmã de Gustavo.
Primeiro quero ver como ele está e só depois vou avisá-las.
Mas de uma coisa eu tenho certeza: não vou permitir que ninguém encoste nos olhos dele sem Letícia saber.
Apavorada, penso em seus olhos incríveis.
Como algo tão bonito pode ter sempre tantos problemas?
Quando o elevador chega ao quinto andar, meu coração dispara.
Estou assustada.
Acho que vou ter uma parada cardíaca.
Enquanto isso, Santana pergunta a uma enfermeira em que corredor fica o quarto de Gustavo Mioto.
Caminhamos em silêncio e, sem perceber, pego de novo a mão de Santana.
Ele aperta a minha com força.
Diante da porta do quarto 507, nos olhamos e digo, após um silêncio significativo:
— Quero entrar sozinha.
— Te dou três minutos. Depois eu também vou entrar.
Aflita, abro a porta e entro.
Tudo está quieto.
Meu coração bate acelerado quando vejo Gustavo com os olhos fechados.
Está dormindo.
Com cuidado para não fazer barulho, me aproximo e fico observando-o.
Está com a cara amassada, o lábio rasgado e uma perna engessada.
Seu aspecto é horrível.
Mas eu o amo, não importa como esteja.
Preciso tocá-lo...
Quero beijá-lo...
Mas não me atrevo.
Tenho medo de que abra os olhos e me expulse.
— O que você está fazendo aqui?
Sua voz rouca me faz dar um pulo e, quando olho para ele, tenho a sensação de que vou desmaiar.
Ai, meu Deus... seus olhos.
Seus lindos olhos estão encharcados de sangue e seu estado é horrível.
Minha respiração se acelera e, levantando a voz, ele pergunta:
— Quem te avisou? Que diabos você está fazendo aqui?
Não respondo.
Apenas observo.
E ele grita:
— Fora! Sai já daqui!
Sem dizer nada, me viro, saio do quarto e me ponho a correr pelo corredor.
Santana dispara atrás de mim e me detém.
Ao ver como estou, ele tenta me acalmar.
Quero vomitar.
Digo isso a ele, que rapidamente pega um cesto de lixo e me entrega.
Quando volto ao normal, meu bom amigo, com uma seriedade que eu não conhecia, diz:
— Não sai daqui, ok?
Concordo e vejo que ele caminha até o quarto de Gustavo.
Abre a porta com ímpeto.
Ouço as vozes dos dois.
Discutem.
Várias enfermeiras, ao ouvirem a briga, entram para ver o que está acontecendo.
Instantes depois, Santana sai contrariado de lá, me pega pelo braço e diz:
— Vamos. Amanhã a gente volta.
Estou paralisada e assustada e me deixo guiar.
Não quero sair dali, mas sei que não posso fazer nada no corredor.
Nessa noite dormimos em um hotel de Londres.
Eu mal prego o olho.
Só consigo pensar no meu amor e na sua solidão naquele hospital.
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Continua....☆
I. Espero que estejam gostando, não se esqueçam de votar e comentar muito.
II. Capítulo curtinho, porque o próximo vai vir com tudo.
III. Vou judiar de vocês só mais um pouquinho, prometo.
IV. Capítulo revisado, porém pode conter alguns erros.
--Beijos, 🦋
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Peça-me o que quiser ou deixe-me | miotela. ✔️
FanfictionA aguardada continuação da surpreendente história de amor e sexo entre uma espanhola e um alemão. Sozinha em Madri e mais uma vez desempregada, Ana Flávia precisa descobrir como se recuperar da separação de Gustavo e esquecer o tempo que passaram ju...