Capítulo 33

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Os dias passam e continuo sem notícias de Gustavo

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Os dias passam e continuo sem notícias de Gustavo.

Estou exausta...

Estou péssima...

E, para piorar, grávida!

Choro e choro e penso o quanto Gustavo ficaria feliz se soubesse.

Não conto a ninguém.

Fico sozinha remoendo o problema e consigo forças não sei de onde para enfrentar o momento tão doloroso e desesperador que estou passando.

Estou descontando tudo no meu pescoço, que coça à beça e está em carne viva.

Tomo o ácido fólico toda manhã e no primeiro dia me assusto ao ir ao banheiro e ver uma coisa preta... muito preta... saindo de mim.

Mas logo lembro que a bula avisava que isso podia ocorrer.

Que nojo, meu Deus!

Nesses dias nem saio de casa.

Fico o dia inteiro esparramada no sofá ou na cama, hibernando como um urso, e, quando Simona entra e me diz que Santana está no telefone, quase vomito.

A mulher me olha.

Atribui meu mal-estar ao que está acontecendo com Gustavo e não pergunta nada.

Melhor assim, porque não estou a fim de mentir para ela.

Quando me passa o telefone, me viro para ela e murmuro:

— Calma, tudo vai se resolver.

Com o estômago terrivelmente embrulhado, atendo do jeito mais alegre possível:

— Oi, Santana.

— Oi, linda, o chefe já voltou?

Seu tom de voz e a pergunta me indicam que não sabe de nada.

Hesito um pouco, mudo minha forma de falar e respondo:

— Ainda não, lindo. Me ligou há uns dias e comentou que a viagem vai se alongar mais um pouco. Por quê? Você queria alguma coisa?

Com um riso encantador, Santana diz:

— Nesse fim de semana vai rolar uma festinha particular no Natch e eu queria saber se vocês vão.

Não estou no menor clima para as festinhas:

— Não vai dar. E eu sozinha, você já sabe que não.

Santana solta uma gargalhada.

— Nem pense em ir sem o seu marido.

Agora quem ri com amargura sou eu.

Se ele soubesse o que Gustavo está pensando!

Conversamos mais uns minutos, nos despedimos, e desligo angustiada por estar omitindo algo de Santana, mas não posso dizer nada.

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