(𝐕𝐎𝐋.𝐈) | 05. Perda e abandono

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Melissa Jenner

Semanas depois...

Quando se trata de aprender coisas novas, eu sou ótima. Cada um dos que sobraram me ensinaram algo novo, alguns sobre patologia, medicina, química... entre outros, não querendo me gabar, mas eu já era bem inteligente, então não foi difícil.

Mas o aprendizado acaba quando todos abandonam a causa. Desde que vimos para o subterrâneo muito fugiram e muitos morreram.

Grande parte doou seu corpo para fazer experimentos com a variante do vírus, outros só não suportaram o peso de terem perdido sua família e se suicidaram.

Eu sei, é horrível. Não tenho muita certeza do que será agora pra frente. Tenho medo do que vai acontecer.

[...]

— Ta cozinhando o que? — Me aproximei de minha mãe.

— Macarrão com carne seca. — Ela sorriu.

— Que delícia. — Me aproximei para ajudá-la. — Nenhuma notícia?

— Nada... faz uma semana desde o último contato. Seu pai não sai do laboratório, insiste em continuar os estudos. Mas, ainda continuamos sem chegar a lugar algum.

— Eu não sei mais o que fazer. — Passei a mão no rosto. — Ele nem ao menos conversa comigo, só me chama pra fazer os exames, testes ou coisas assim. Ontem ele até me chamou de projeto MJ10.

— Sinto muito querida, sei que ele não quis dizer isso. Seu pai só está muito estressado.

Após o jantar, fiz minha higiene noturna. Antes de dormir fui a sala dos computadores, algumas câmeras na cidade era conectadas ao CDC. Eu poderia ativar a energia quando quisesse e ver como a cidade estava, muitas haviam sido perdidas no bombardeio, mas ainda tinha uma boa visão.

— Isso é horrível... — Falei pra mim mesma. — Nenhuma alma viva.

Encarei os monitores, apenas mortos e nada de novo.

— Não consegue dormir, Lissa? — Tyler se sentou a cadeira ao meu lado. — Sabe que seu pai não quer que fique fuçando as câmeras, certo?

— Eu sei, mas se tiver algum vivo...

— Paramos de falar pelo rádio por que não apareceu ninguém, não tem mais ninguém por aqui.

Desliguei os monitores e fitei o chão.

— Não fica assim amor. — Ele tocou meu rosto.

— Eu realmente pensei que fôssemos achar a cura em mim, mas até eu estou perdendo a esperança.

Ele pareceu pensar um pouco.

— O último grupo vai embora hoje.

— Sério? Vão abandonar a causa?

— Não os julgue, eles perderam a esperança. — Ele desviou o olhar. — Me chamaram também.

— Você vai? Vai me deixar aqui?

𝗔 𝗥𝗘𝗦𝗜𝗟𝗜Ê𝗡𝗖𝗜𝗔 - 𝙳𝚊𝚛𝚢𝚕 𝙳𝚒𝚡𝚘𝚗 •𝕋𝕨𝕕•Onde histórias criam vida. Descubra agora