(𝐕𝐎𝐋. 𝐈𝐈) | 37. Manipulação

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Melissa Jenner

— Vocês ficaram malucos!?

— Cala a boca! — Carlos apontou a minha arma.

— Quanto tempo para chegar, pássaro branco?

Ao anoitecer, não podemos chamar a atenção de civis. A mantenham acordada. Você já confirmou? Ela tem a tatuagem?

Sim, ela é exatamente como na foto. E a tatuagem... — Ele deu sinal e Annie puxou minha manga pra baixo. — Está lá, junto de várias marcas de mordida.

Entendido, sabe que se desta vez for mentira... você estará morto, certo Marcos?

— Sim, eu sei. É ela, eu garanto.

— O chip de rastreamento está com falhas, oscilando. Quando contamos o caminho, não tínhamos total certeza. Confiaremos em você, mas se for mentira, mato Beatriz e mato vocês três.

Chip de rastreamento? Como assim? Eu estou sendo rastreada? A quanto tempo? Naquele momento me lembrei do dia em que saí do CCD, meu pai pegou um pequeno aparelho que mais parecia um grampeador. Lembro que ele posicionou aquilo e me deu um choque no braço. Mas, quando o governador me capturou, naquela arena. Eu levei um choque de teaser.

Provavelmente quando meu pai me deu choque, ele desativou o rastreador. O teaser deve ter ativado novamente, mas como o choque foi mais forte, talvez tenha danificado.

— Eu sei, é ela. Por favor, não toque na Beatriz.

— Câmbio desligo.

Vamos ficar aqui até ó helicóptero chegar.

— Vocês não entendem. Eles vão mata-lós de qualquer modo.

— Cala a boca sua puta! — Marcos segurou meu queixo com força.

...

Estávamos ali a pelos menos umas 3 horas. O dia logo acabaria, eles tinham bolsas, comida e água. Como não percebi que isso era uma cilada. E pra piorar, logo o CRM chegaria aqui. Preciso sair.

Encarei minha bolsa a apenas alguns metros. O vírus estava ali dentro, se eu conseguisse... droga, isso vai ser impossível. Preciso pensar em outra coisa.

Minhas mãos presas para trás, me davam o ponto cego, ninguém podia vê-las. Aproveitei para procurar algo que me ajudasse. Passando a mão pela terra, senti quando toquei em algo pontudo. Parecia um pedaço de ferro. Não importava, aquilo iria ajudar. Comecei a esfregar a corda naquela coisa, tentando corta-la. Eles estavam andado de lá pra cá, matando os zumbis que apareciam, de olho em tudo. Tenho que distraí-los.

— Enão, quem é Beatriz?

— A gente já não te mandou ficar quieta? — Marcos me encarou.

— É só que... estamos aqui a um bom tempo. To entediada. Por que não me contam? — Continuaram em silêncio. — Era namorada de um dos três? Mãe? Parente? Irmã? — Vi que Annie me encarou quando eu sugeri o último. — Então era irmã...

— Éramos em três... — Annie disse. — Beatriz, Carlos e eu. Ela era a mais velha, sempre cuidou de nós.

— Então, como ela foi parar no CRM?

𝗔 𝗥𝗘𝗦𝗜𝗟𝗜Ê𝗡𝗖𝗜𝗔 - 𝙳𝚊𝚛𝚢𝚕 𝙳𝚒𝚡𝚘𝚗 •𝕋𝕨𝕕•Onde histórias criam vida. Descubra agora