(𝐕𝐎𝐋. 𝐈𝐈) | 36. Pássaro branco

866 96 18
                                    

Melissa Jenner

Abri meus olhos sonolenta, estava cansada do dia anterior. Ou melhor, da noite...

Eu estava deitada no peito de Daryl, apenas um lençol cobria nossos corpos nus. Me sentei na cama e passei a mão no cabelo, mordi o dedo com um sorriso para ter certeza que não estava apenas sonhando.

Eu ainda usava meu manguito, Daryl sabe que tenho cicatrizes, só não sabe de que. Então ontem, ele nem tentou tirá-lo.

O olhei e ele parecia dormir, em que momento ele vestiu sua cueca? Encarei aquela região sentindo minhas bochecha queimando por ontem.

Aproveitei que ele estava dormindo para me vestir. Eu também tinha várias cicatrizes pelo corpo. Não queria que ele visse aquilo.

Peguei minha calcinha e a vesti, seu quarto era meio escuro então eu não conseguia ver onde o resto estava.

— Já se arrependeu?

Quase engasguei de susto. Como ele consegue ser tão sorrateiro e silencioso? Com vergonha tapei meus peitos.

O que? — Me virei para olha-lo. Daryl tinha seu antebraço sobre os olhos.

— Perguntei se já se arrependeu.

— Ahn? Não. Por que eu me arrependeria?

— Tá procurando roupa como quem quisesse fugir. — Ele se sentou na cama. — Sabia que isso aconteceria.

Meu coração se apertou. Pude ver uma camisa de botões perto da cama, a peguei abotoando apenas três. Provavelmente era dele, já que havia ficado gigante em mim.

Subi na cama e engatinhei até ele, ficando ao seu lado, toquei seu rosto com carinho.

— Não era pra parecer isso, eu só tenho vergonha de todas as marcas espalhadas pelo meu corpo. Não quero que se assuste.

— Mas você se arrependeu?

— Não. — Disse firme. Me aproximei mais e me sentei em seu colo. — honestamente, ontem foi a melhor noite da minha vida.

Daryl pegou minha cintura e me empurrou pra trás. Fiquei deitada, e ele por cima de mim me olhando.

— Não precisa se esconder.

— Eu... quero que veja o lado bonito em mim, não esse.

Daryl me encarou, parecendo ponderar sobre algo. Então ele suspirou e se levantou.

— Você não é a única com cicatrizes.

Daryl se sentou de costas pra mim. Nunca havia visto suas costas antes. Havia várias marcas, cicatrizes. Me ajoelhei na cama na cama e as toquei, preocupada.

— Como...

— Meu pai, ele não era... um bom pai. Eu não queria que visse, por que não queria que pensasse que sou fraco ou se assustasse. Não queria que pensasse que não posso te protejer, ou que imaginasse coisas ruins. Não queria que sentisse medo.

𝗔 𝗥𝗘𝗦𝗜𝗟𝗜Ê𝗡𝗖𝗜𝗔 - 𝙳𝚊𝚛𝚢𝚕 𝙳𝚒𝚡𝚘𝚗 •𝕋𝕨𝕕•Onde histórias criam vida. Descubra agora