Capítulo 08 : Blue School

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Adam Grey

"Esqueça tudo?"

Mas que diabos ela quis dizer com isso? Como posso esquecê-la sabendo que ela está por aí, perambulando pelo colégio? O mesmo colégio onde estudo!

E por que ela estava naquele bar sozinha? Casada, mas sozinha. Uma contradição que estava me devorando por dentro. Eu a vi lá, com uma camiseta azul simples e um copo de uísque na mão. Seus olhos encontraram os meus por um breve instante, e o mundo pareceu congelar. Mas ela desviou o olhar, como se não quisesse ser vista ali.

E onde ela escondeu aquela mulher? A Sienna que eu conheci, com seu sorriso fácil e seu jeito desafiador. A mulher que me fez sentir vivo novamente, mesmo que por apenas uma noite. Ela não era uma ilusão, um sonho efêmero. Ela era real, e eu precisava encontrá-la, escondida sob aquela fachada de perfeição que era a Sra. Cameron.

— Adam!

A voz de Erika me puxou de volta à realidade. Ela estava sentada à mesa ao lado da minha, tocando meu braço com urgência.

— O que? — perguntei, confuso, notando o caderno cheio de rabiscos sem sentido à minha frente.

— O professor, Adam. — Erika sussurrou, exasperada. - Ele está falando com você!

Olhei para frente e vi o professor, alto, de cabelos escuros e barba por fazer, me encarando com irritação. Droga, eu estava tão perdido em meus pensamentos que nem notei que a aula tinha começado.

— Se não tem interesse na aula, sugiro que saia. — A voz do professor ecoou como um trovão. — Ou terei que marcar sua falta.

Faltas só serão justificadas com atestado médico ou motivos plausíveis.

A voz de Sienna ecoou em minha mente, e eu baixei a cabeça, soltando uma risada ao imaginar o quão furiosa ela ficaria se eu quebrasse uma de suas regras preciosas logo no primeiro dia de aula.

— Sim, senhor. — Respondi, tentando parecer o mais inocente possível.

A aula prosseguiu, e eu me forcei a prestar atenção em cada palavra do Sr. Blackwood, transcrevendo as anotações dos cálculos que estavam no quadro para o meu caderno. E por um momento, isso foi o suficiente para me distrair das coisas que me atormentavam. Era melhor ter minha cabeça fritada por aquela infinidade de números do que deixá-la à mercê dos demônios que queriam invadir.

Bufei ao ver que o cálculo tinha dado errado novamente e arranquei a folha do caderno. O sinal soou, e todos se levantaram apressadamente, agarrando cadernos e mochilas, prontos para a próxima aula. Suspirei, exausto, e comecei a arrumar minhas coisas. Joguei a mochila nas costas e me levantei, percebendo que a sala estava quase vazia, exceto pelo professor, absorto em um livro de cálculos, e Erika na porta, me esperando.

Aproximei-me dela, e saímos para o corredor, um formigueiro humano, com estudantes indo em todas as direções, cada um em seu próprio mundo. Vasculhei o corredor em busca dos olhos azuis que ainda me assombravam, mas só via adolescentes. Uns rindo, outros se beijando nos armários, alguns se empurrando pelo corredor, mas nenhuma Sienna.

Talvez se eu...

— Você passou metade da aula desligado. — A voz doce de Erika soou cautelosa, preocupada. — Onde estava com a cabeça?

Na diretoria. Era o que eu queria dizer. Mas, em vez disso, engoli em seco e respondi algo seguro.

— Não é nada, só estou tenso. Desacostumei desse lugar, dessas pessoas. Tudo isso é um saco.

— Não precisa passar por isso sozinho, Adam. — Ela sorriu gentilmente. — Estou aqui.

— Sei disso. — Sorri de volta. — Obrigado.

Sentimentos Proibidos : Sendo reescrito Onde histórias criam vida. Descubra agora