Capítulo 37 : Cada um se mata o suficiente pra continuar vivo.

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Sienna Cameron

Enquanto eu encarava o teto do quarto, podia senti-lo por todo o meu corpo. Os lábios próximos aos meus ouvidos permitindo que eu escutasse cada um dos seus gemidos baixos e furiosos.

Rezando para que acabasse logo, eu me agarrei a ele, envolvendo-o com as minhas pernas e cravando minhas unhas em sua pele com todo o ódio que eu sentia.

Respirei fundo, tentando segurar o choro. Mas para Jason deve ter parecido um suspiro de prazer, pois ele sorriu e em seguida colocou mais força nos movimentos.

O corpo suado de Jason deslizando no meu e mesclando nossos perfumes me fazia sentir enjoada, seu rosto contorcido em prazer pairando sobre o meu me dava nojo. E a sensação de tristeza e repulsa cresciam mais e mais em mim, gritando e implorando para que eu o empurrasse para o lado e saísse correndo.

Mas eu não podia. Eu era uma prisioneira e ele era meu carcereiro. Não havia nenhuma forma de eu fugir sem ser realizada da pior maneira.

Então eu fiz a única coisa que eu podia fazer. Eu fechei os olhos e rezei para que acabasse logo, enquanto levava minha mente para um lugar distante dali. Não era mais o perfume de Jason que preenchia o cômodo, não eram mais os seus sons, não era ele.

Era Adam.

E ele me beijava com paixão enquanto me possuía, sorrindo vitorioso quando eu gritava alto demais.

Ele me perguntava se eu estava bem ou cansada, e falava imoralidades ao pé do meu ouvido, me fazendo suspirar.

Ele deixava beijos por todo o meu corpo e me olhava como se eu fosse irreal.

Suspirei ainda com os olhos fechados, sentindo todo o meu corpo ficar tenso, mais e mais até que eu estivesse gozando.

Abri os olhos procurando pelas íris castanhas e sorriso que me aqueciam o coração, mas tudo que encontrei foram os olhos gélidos de Jason me causando todos os sentimentos ruins existentes.

- Você foi ótima, querida.

Tentei abrir a boca, mas o nó que havia na minha garganta antecedendo o choro iminente, não permitia que eu dissesse nada. Então eu apenas forcei meus lábios a se moverem o suficiente para que parecesse um sorriso.

E pareceu funcionar, pois Jason saiu de cima de mim, rolando para o seu lado da cama parecendo cansado. Tão cansado que demorou apenas alguns minutos para que ele se deixasse ser tomado pelo sono.

Mas eu continuava ali, com os olhos abertos, encarando nossa foto de casamento exibida no grande quadro que havia na parede.

Eu não me sentia exausta. Me sentia suja. Então eu me levantei e fui em direção ao banheiro, onde passei a próxima hora me esfregando freneticamente com a bucha, enquanto tentava arrancar todos os vestígios de Jason do meu corpo, as lágrimas se misturavam à água.

Mas não importava o que eu fizesse, a sujeira ainda continuaria incrustada na minha pele, ossos e alma pelo resto da minha vida.

[...]

Adam Gray

Meu olhos estavam fixos na folha do caderno totalmente branca enquanto a voz do professor soava distante e turva, ecoando num canto distante da minha mente, o som quase sendo engolido pelo som dos meus pensamentos. De repente, um leve toque no meu ombro me trouxe de volta à realidade. Olhei para o lado vendo Ethan me olhando, com uma expressão séria no rosto, antes de me indicar com a cabeça que eu olhasse para a porta da sala onde havia um funcionário da escola me encarando.

Sentimentos Proibidos : Sendo reescrito Onde histórias criam vida. Descubra agora