Sienna CameronCaminhei pelos corredores da escola a passos apressados, torcendo para não cruzar com Adam no caminho. Desde o episódio com Jeson, eu sabia que Adam estava em perigo. Eu não sabia como, mas ele sabia que eu e Adam havíamos estado naquele hotel. Não era coincidência, não podia ser. Então, eu precisava me manter afastada de Adam o máximo possível.
Balancei a cabeça negativamente, tentando afastar aqueles pensamentos. Eu tinha que me manter centrada; tinha um filho para cuidar, uma escola para comandar.
Ergui os olhos, focada no meu caminho, mas meus olhos colidiram com o castanho profundo e aterrador dos olhos de Adam. Ele vinha na minha direção, ao seu lado estava Erika, falando animadamente.
Mas não foi isso que fez meu peito se contrair.
Foram os hematomas espalhados pelo seu rosto, alguns arroxeados, outros esverdeados. Havia algumas partes inchadas e nos seus lábios tinha um curativo cobrindo algum corte.
Arregalei os olhos, sem deixar de andar cada vez mais próxima dele.
Mas então ele desviou os olhos dos meus e eu fiz o mesmo, percebendo que estávamos sendo descuidados.
Engoli seco, vendo pelo canto do olho ele se aproximar cada vez mais.
Passamos um ao lado do outro, nossas mãos se roçaram uma na outra. E eu senti o familiar frio na barriga que Adam me causava. Ninguém viu, ninguém percebeu, mas aquilo, aquele gesto quase invisível, era muito mais para nós dois.
Olhei sobre o ombro, flagrando Adam fazendo o mesmo. Mas tudo que consegui pensar era como ele havia conseguido aquela porção de hematomas. Meu coração estava acelerado de medo, medo de que fosse o que eu estava pensando.
Estaquei meus passos no meio do corredor e me virei, caminhando em sua direção a passos apressados.
— Sr. Grey? — Chamei quando já estava próxima o suficiente. Ele parou e lentamente se virou para mim, junto com sua amiga Erika, que tinha um olhar confuso. — Pode me acompanhar até a minha sala?
Ele engoliu lentamente e acenou com a cabeça antes de olhar para Erika.
— Guarde um lugar para mim. — Ela acenou com a cabeça, olhando de mim para ele como se estivesse tentando resolver uma equação.
Me virei e comecei a caminhar em direção à minha sala, escutando os passos de Adam atrás de mim. Abri a porta da sala e, depois de entrarmos, a fechei, soltando um longo suspiro.
Joguei a bolsa sobre a minha mesa e caminhei apressada em direção a ele.
— Dá para você me explicar o que aconteceu com o seu rosto?!
Me aproximei, segurando seu rosto entre as mãos para analisar os ferimentos, e senti ele estremecer levemente pelo contato físico.
— Não foi nada. — Ele disse, tentando se esquivar de mim e caminhando para o outro lado da sala. Então tirou sua mochila e jogou no chão. Pôs as mãos na cintura e fitou os tênis.
— Nada? — Franzi as sobrancelhas. — Você chama isso de nada?! — Apontei o dedo na sua direção, indignada. — Merda, Adam, está parecendo que você foi atropelado por um maldito caminhão!
— Não exagere. — Disse com uma careta.
— Não exagerar! Sério? — Passei a mão pelo rosto, me sentindo tensa, e então tirei os óculos e coloquei sobre a mesa, voltando a encará-lo. — Você pelo menos limpou esses ferimentos?
Ele ergueu os olhos e então desviou para a janela.
Ah, Deus, só pode ser brincadeira.
— Passou algum remédio?
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Sentimentos Proibidos : Sendo reescrito
RomanceSienna Cameron vive uma vida de aparências, lutando diariamente para manter a fachada de perfeição enquanto enfrenta um casamento abusivo e a responsabilidade de criar seu filho. A pressão é constante, e a esperança parece uma ilusão distante. Mas...