Capítulo 19 : Confusões do Coração.

49 11 19
                                    


Adam Grey

Segurando minha mochila tão abarrotada de roupas quanto minha bolsa de treino, rumo para fora de casa.

Era para eu estar aliviado.

Era para eu estar feliz.

Mas por que caralhos tudo que eu consigo sentir é essa sensação de vazio?!

Com a mochila nas costas, subo na moto e equilibro a outra bolsa no guidão da moto e coloco o capacete, mas antes de ligar a moto, olho mais uma vez — a última vez — para a grande e imponente casa.

Eu devia me sentir feliz.

Ligo a moto, mas o motor falha. Tento de novo e não funciona.

— Merda! — praguejo, me sentindo a cada segundo mais irritado.

— Adam?

Olho para frente ao perceber Erika me encarando com uma expressão hesitante. Ela, assim como eu, está vestida com o uniforme da Blue School, mas ao contrário de mim, seu uniforme está impecável.

— Você está bem?

— Estou. — Desvio o olhar. — Tenho que estar.

— Adam... O que aconteceu? Vi Ryan saindo há alguns minutos, ele tinha uma cara tão péssima quanto a sua.

— O que você acha?

Ela franze as sobrancelhas e suspira.

— Acho que você brigou com seu pai.

— Na mosca, Erika. Parabéns pela descoberta incrível.

— Não seja irônico comigo, seu imbecil, estou preocupada.

— Não preciso da sua preocupação, não preciso que você, Ethan e ou a...

Paro de falar ao perceber o erro que estava prestes a cometer, falando o nome de Sienna.

— Eu, Ethan e quem? — Ela ergueu a sobrancelha direita, parecendo curiosa.

— Não importa.

Ela cerrou os olhos.

— Está saindo com alguém?

— Mas que diabos, Erika, como esse monte de perguntas pode me ajudar?

— Não espere que peça desculpas, é mais forte que eu.

Revirei os olhos.

— Eu tenho que ir. — Liguei a moto e finalmente escutei o rugido do motor.

— Espere, espere!

Olhei mais uma vez para a figura de cabelos cacheados que me encarava.

— Pode me dar uma carona?

— Você não tem um carro?

— Tenho, mas ele está no conserto.

Respirei fundo, lembrando que se Erika fosse comigo, ela teria que se segurar em mim durante todo o caminho. Contato físico demais. Depois de Sienna, eu não me sentia tão incomodado com o toque físico, mas quando Erika arrumava minha gravata, ou Ethan esbarrava em mim e até mesmo quando meus lábios estavam prestes a encostar nos de Sienna, eu ainda sentia um estremecer. Como se fosse uma reação instintiva do meu corpo.

Olhei para ela, encarando seu rosto, e por fim suspirei.

— Tudo bem, mas eu acho que vai ser meio difícil já que minha mochila está cheia. — Indiquei minha mochila nas costas que cobria quase todo o banco de trás.

Sentimentos Proibidos : Sendo reescrito Onde histórias criam vida. Descubra agora