Capítulo 14 : Calmaria antes da tempestade.

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Adam Grey

Uma semana depois.

A música que saía dos meus fones ameaçava estourar meus tímpanos. Mas qualquer coisa parecia melhor do que aquela sinfonia animada e barulhenta que era os corredores da Blue School.

Havia passado uma semana desde a última vez que falei com Sienna, mas era como se nunca houvesse uma oportunidade para falar com ela. Fora isso, tudo parecia normal e monótono. A escola ia bem e eu estava conseguindo evitar o meu pai. Mas havia algo me incomodando como uma coceira insistente. Talvez fosse porque as coisas não estavam realmente bem. Sienna parecia fugir de mim. O treino de futebol estava cada vez mais intenso por causa do jogo que aconteceria em breve contra um outro time muito forte. Treinos e mais treinos quando eu sequer gosto de futebol. Nada de se inscrever em uma aula extracurricular que eu realmente quisesse, apenas as que o meu pai acha melhor para um futuro empresário. E falando no meu pai, fugir dele estava cada vez mais difícil. Era como se uma nuvem cinza estivesse sobre a minha cabeça, indicando que uma tempestade viria.

Era como a calmaria antes da tempestade.

Com um suspiro cansado, alcancei meu armário, digitei a combinação e o abri, mas acabei me deparando com um embrulho azul escuro com um laço branco o enfeitando. Não era uma caixa grande, mas ali, apertada naquele cubículo que era o armário cheio de livros e outras tralhas, parecia grande e chamativo. Agarrei o embrulho, percebendo que havia um cartão preso por baixo do laço.

"Feliz aniversário, Adam Grey."

Sienna.

Meus olhos surpresos deslizaram até o embrulho e então minhas mãos ansiosas logo estavam o desembrulhando. Abri a tampa da caixa achatada e um sorriso largo e involuntário cresceu nos meus lábios. Eu esperava qualquer coisa menos aquilo. Puxei o tecido e empurrei a caixa para dentro do armário e ao esticar a blusa eu pude ter uma melhor visão dos integrantes da banda.

Era uma blusa como a que eu estava usando quando nos conhecemos. A estampa era a capa do clipe mais novo que eles haviam acabado de lançar.

Era realmente uma camisa muito irada.

[...]

Entrei no refeitório e peguei minha bandeja, enchendo-a de porcarias, e então olhei em volta. Erika acenou para mim da sua mesa. E então meu primeiro instinto foi ir em sua direção, mas ao ver seu grupo de amigos populares, cheios de perguntas e loucos para destilar seu veneno, eu parei.

Não, com certeza não.

Caminhei em direção à saída, decidido a comer na biblioteca ou em qualquer outra sala vazia. Mas parei ao ver os cabelos verdes de Ethan. Nós falamos algumas vezes na semana, mas nada demais. Eu estava ocupado demais, e Ethan, bem, ele era naturalmente calado e tímido.

Me sentei ao seu lado, vendo-o me olhar de rabo de olho enquanto mastigava sua maçã.

— Posso?

Ele acenou com a cabeça.

Então eu me sentei ao seu lado e comecei a comer tranquilamente.

— O que aconteceu? — Ele perguntou, atraindo minha atenção.

— Hum? — murmurei ainda mastigando.

Sentimentos Proibidos : Sendo reescrito Onde histórias criam vida. Descubra agora