Sentimentos Proibidos : Sendo reescrito

Capítulo 10 : A festa / Parte 2

Adam Grey

Sabe aquele momento em que nada parece fazer sentido? Agora era exatamente esse momento.

Qual é o sentido de toda essa merda, afinal?

Todas as lembranças ruins que eu tenho pertencem a esta cidade. Mas aqui estou eu, não só de volta a Alto Mar, mas também morando e estudando nesta maldita ilha. Eu nunca quis tanto uma mulher quanto quero Sienna, mas, pelo visto, ela adora tornar tudo excessivamente complicado. Mas a quem estou tentando enganar?

Isso é realmente uma situação muito complicada.

Dizem que tudo tem um motivo. Cada acontecimento em nossas vidas tem uma explicação por trás, um sentido, pelo menos era o que minha mãe acreditava. Eu mesmo tentei acreditar nisso por muito tempo, até desistir de tentar achar uma explicação para o caos que era minha vida. Mas agora, neste momento, é impossível não questionar qual o sentido de toda essa merda!

Nem mesmo essa festa faz sentido.

Quase alcançando a saída, um baque subitamente interrompeu meus passos. Meu corpo havia colidido com outro. Levantei os olhos, surpreso, e me deparei com um rosto familiar.

Ethan agora tinha seus cabelos tingidos de um verde vibrante que escapavam por baixo de um boné desgastado. Seus olhos, que refletiam a mesma cor, espiavam por trás de óculos de grau pendurados na ponta de seu nariz.

— Ethan?! — A palavra escapou dos meus lábios antes que eu pudesse contê-la, tingida de surpresa genuína.

— Adam? — Ele respondeu, as sobrancelhas se unindo em uma expressão de perplexidade misturada com um lampejo de alegria incontida.

Por um momento, ficamos ali, parados, surpresos demais. Uma mistura de nostalgia, alegria e uma ponta de tristeza pelo tempo perdido. Mas quando ficou claro que ele não tomaria a iniciativa, decidi quebrar o gelo.

— O que você está fazendo aqui? — perguntei, minha voz mal era escutada sobre o rugido incessante da festa. Ethan nunca foi do tipo que se mistura facilmente nesses ambientes.

Ele ajustou os óculos, desconfortável com a atenção inesperada.

— Ah, eu... estava esperando encontrar alguém aqui. — Sua resposta foi quase um sussurro.

Ele parecia não ter mudado absolutamente nada.

— Quem? — insisti, movido pela curiosidade e pelo desejo de prolongar nossa conversa.

Talvez essa noite não terminasse como um completo fracasso.

— Você não conhece. — Ele foi rápido em responder, desviando o olhar. — E você? O que faz aqui? Da última vez que te vi, você era antissocial.

— Eu ainda sou, acredite. Mas meio que fui arrastado para cá. — admiti, um sorriso irônico se formando em meus lábios, mas meus olhos não conseguiam deixar de expressar a satisfação de vê-lo ali.

— Pela Erika, imagino. Ouvi dizer que vocês dois passaram o dia todo juntos. — Seu tom carregava uma nota de censura, mas não só isso.

— Qual o problema? Somos amigos. — defendi, sentindo uma pontada de irritação, mas também uma estranha necessidade de me justificar a ele. — E como você sabe disso?