Diário:
Já sentiram o cheiro da morte? Pois eu já. É um perfume doce, e sedutor, que invade e toma, todo o seu corpo. Acho que naquela época, eu pensava tanto na morte, que o seu perfume se agarrou a minha pele. Mas quando se está no fundo do poço, essa talvez seja a única saída. Você consegue me entender?
Na manhã seguinte, Billie foi buscar Amélia, para irem juntas a escola. Ao virar a esquina com a sua moto, a garota viu que a outra já estava a sua espera. Amélia estava sentada sozinha na calçada, ela olhava para o chão, enquanto o capuz do seu moletom, cobria a sua cabeça.
- Me atrasei? - Perguntou Billie, tirando o capacete.
- Não, eu que acordei cedo. - Disse Amélia.
A garota permaneceu o tempo todo, com a sua cabeça baixa. Amélia colocou o capacete subindo na moto, sem dar mais nem uma palavra. Billie sabia que algo de errado havia acontecido, ela decidiu que perguntaria a outra, depois que chegassem ao colégio.
Após chegarem a escola, as jovens foram direto para a sala de aula. Amélia se sentou em seu lugar, permanecendo em silêncio. Billie estendeu uma das suas mãos, tirando o capuz que cobria a cabeça da outra garota.
- Aconteceu alguma coisa? - Perguntou Billie.
- Não aconteceu nada. - Disse Amélia, dando um sorriso forçado.
Billie reparou que Amélia, estava com uma expressão de cansada, parecia que a garota não havia dormido. Seus olhos estavam caídos, haviam olheiras neles. O rosto da outra estava pálido, e sem vida. Billie sabia que havia algo, mas parecia que Amélia não iria contar.
O sinal tocou, o professor de sociologia havia entrado na sala. A aula era chata, e sem graça, ninguém parecia estar prestando atenção. Billie só conseguia pensar em Amélia, naquele momento. Aquelas aulas passaram devagar, a azulada queria que o intervalo chegasse rápido. A jovem precisava conversar seriamente com Amélia.
Depois de horas, finalmente o sinal para o intervalo havia tocado.
- Vamos para o refeitório? - Perguntou Billie.
- Não estou com vontade de ir para lá, eu não quero ver a cara de mais ninguém hoje. - Disse Amélia, desanimada.A garota estava deitada, com a cabeça apoiada na cadeira.
- Vamos. - Disse Billie, puxando a outra garota, a levando pelos corredores da escola.
- Para onde nós estamos indo? - Perguntou Amélia.
Billie não respondeu, ela apenas continuou guiando a outra, até o local em silêncio. As jovens estavam agora, no lado externo do colégio. Billie estava levando Amélia, até o campo de futebol da escola. Chegando no local, a garota se sentou na grama do campo.
- Isso tudo, para me trazer até aqui? - Disse Amélia.
- Senta. - Disse Billie, apontado para a grama.
Amélia apenas obedeceu, se sentando ao lado da outra.
- Você acha que eu sou cega, ou algo do tipo? - Perguntou Eilish, em um tom de voz sério.
- Do que você está falando? - Perguntou Amélia, confusa.
- A manga do seu moletom tá manchada, e eu sei que é de sangue. - Disse Billie.
- Você está louca! - Disse Amélia, se levantando.
- Senta ai! - Disse Billie, puxando Amélia pelo pulso.
- Ai! - Reclamou Amélia.
- Tá vendo, eu sabia! Você está machucada! - Disse Billie.
- Me deixe em paz! - Disse Amélia, irritada.
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A Menina Com Cortes No Pulso - Billie Eilish x S/N
Ficção AdolescenteAmélia Watson é uma garota tímida e solitária, que sofre diariamente um violento bullying dos seus colegas. Sua vida muda completamente, quando uma garota nova é transferida para a sua escola. Aviso: Quem for muito sensível, ou estiver passando por...