Capítulo 08

216 18 1
                                    

"Nós nunca aprendemos,
já estivemos aqui antes."
Sing of the Times - Harry Styles

Bella Cercatto

    Hoje ja é sábado, e todos nós vamos dormir na casa da Nina. Mas antes tenho aquele meu jantar importante com os investidores.

    Termino de tomar meu café da manhã e me jogo no sofá. Pego meu celular e fico mexendo nele.

    Posto um story e vejo que o segurança que fica na porta da sala saiu na foto. Apago e tiro outra.

     Sinceramente, por mais que eu sou acostumada com seguranças me rodeando, eu nunca tive seguranças dentro de casa. Quando eu morava com o Giu, morávamos em um prédio que só tem um porteiro. Apenas quando eu saia de casa que eu andava com seguranças. Mas agora eles estão por toda parte. Sei que isso é para o meu bem, mas me incomoda um pouco.

    Olho para o meu celular que vibra e vejo na tela que Giu está me ligando.

    — Oi Giu. — Atendo muito animada, amo falar com ele.

    — Oi Bella, como estão as coisas? — Ouço um barulho da tv e concluo que ele está em casa.

    — Tudo muito bem. Hoje vou em um jantar de trabalho, e depois vou dormir na casa de Nina.

    — Eu vi suas postagens com seus novos amigos. Eles são legais? — Ele pergunta.

    — Ah, Nina é bem legal e engraçada. Pablo é divertido também, ele faz engenharia e conta as histórias de suas maluquices. — Rio me lembrando das atrocidades que ele fala. — Oliver é mais tímido, mas é super de boa também. Ele trabalha no restaurante da sua família, nós combinamos de ir lá algum dia. — Eu realmente estou empolgada para experimentar a comida do Giba's.

    — Que bom, Bella. E aquele Nicolas? — Ah verdade, me esqueci dele.

    — Bom, ele é bem fechado, e não fala muito quando eu estou perto. E quando faço alguma piada ele me olha como se quisesse me matar. O que me deixa com um certo medo. — Giu ri. — Quando eu vou na casa de Nina ele fica mais em seu quarto enquanto os meninos ficam comigo e com Nina. Ele deve ser meio antissocial, sei lá. E o estranho é que a mãe dele é muito amorosa e sorridente, e ele nunca sorri praticamente.

    — Ás vezes ele puxou o pai dele. — Me lembro de que nunca vi o pai dele nas vezes em que fui lá. Só sei que ele se chama Martin.

    — É, pode ser. Mas, e você, Giu? Como está? — Ele fica quieto por um tempo.

    — Promete que não vai me julgar? — Percebo que tem um certo medo em sua voz.

    — Claro que não vou. — Eu nunca julgaria Giu por algo.

    — Eu acho que Lucia está me traindo de novo. — Não acredito. Retiro o que disse sobre julga-lo.

    Há um ano atrás, Lucia ficou grávida, e Giu ficou muito feliz por saber que seria pai. Eu sempre tive um pé meio atrás com essa mulher, disse que era para Giu pedir um exame de DNA, mas ele disse que eu estava louca e ficou cinco dias sem falar comigo.

    Mas depois de um tempo ele pediu o teste para Lucia, que fez todo um teatro com aquela história de "como você pode desconfiar de mim?"

    Ela fez o teste, e pagou a clinica para forjar o resultado como se Giulio fosse realmente o pai.

    Depois de umas semanas, Giu ainda estava com uma sensação estranha. Por tanto ele foi na antiga clínica e pegou o exame que Lucia tinha feito e levou em outro laboratório para fazer um novo teste. Tudo isso sem contar para ela.

    O resultado final deu negativo e ele concluiu tudo que Lucia tinha feito. Ele foi até ela e contou tudo o que desconfiava, a mulher confirmou toda a história, mas se fez de vitima outra vez.

    Giu como tinha uma dependência emocional muito forte em Lucia, desculpou ela por tudo e continuou o namoro com ela. Hoje em dia, o pai de Felipe, filho de Lucia, não paga nem uma pensão, então Giu paga tudo para ela e para o filho dela.

    E agora ele vem me dizer que está desconfiado de que ela está traindo ele. Eu acredito que ela nunca parou de trair ele, desde que descobriu que não importa o que ela fizesse ele não a largaria.

    — E o que você vai fazer? — Escorre uma lágrima de meu rosto. Odeio ver essa interesseira se aproveitando do meu tio.

    — Eu não sei, meu bem. — Ele suspira. — Vou tentar comprovar minha desconfiança antes de falar com ela.

— E se for verdade? E se ela estiver realmente fazendo isso de novo, Giu? O que você vai fazer? — Giu tem apenas vinte e quatro anos, não merece passar o resto da sua vida ao lado de uma pessoa assim.

— Eu não tenho ideia. — Ele diz como se estivesse perdido. Não quero ver ele assim novamente.

— Entendi. Saiba que tudo que precisar eu estarei aqui.

— Obrigada, Bellita. Eu preciso voltar para a academia. Te amo, beijos. — Digo "te amo também" e desligo.

Sob os Céus da Espanha - Iza Calcar Onde histórias criam vida. Descubra agora