Capítulo 63

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Analu voltou para casa depois de uma tarde maravilhosa no parque com Kelly, sentindo-se mais feliz do que em muito tempo. No entanto, a felicidade logo deu lugar à apreensão ao entrar pela porta de casa. Encontrou seu tio bêbado, junto com três amigos, jogando e rindo alto na mesa da sala. Sua avó, como sempre, estava no quarto, provavelmente ocupada com alguma atividade inútil.Os olhares dos homens se voltaram para ela, e seu tio, com uma voz arrastada, a chamou.

Matias: Analu, onde você estava? Venha aqui sobrinha querida.

Analu: Onde eu estava não é da sua conta. Eu estou bem aqui. O que você quer?

Matias: Controla a língua querida.E vai fazer o jantar. Estamos com fome, não é, rapazes?

Os três amigos do tio assentiram, concordando.

Amigos: Isso mesmo querida, estamos com fome.

Analu: Se querem comer, façam vocês mesmos.To fora não vou cozinhar para marmanjos bêbados.

Ela virou as costas para sair da sala, mas seu tio levantou e agarrou o braço dela e fez ela virar com brutalidade para ele.E com muita raiva segurou o braço dela e gritando com ela mandou ela fazer o jantar.

Matias: Analu, querida você mora na minha casa,come com meu dinheiro,eu crio você por pura caridade querida então faça o que estou mandando. Você sabe que a gente conta com você ou eu faço da sua vida um inferno.

Analu: Larga o meu braço seu bêbado,até onde eu sei a casa é minha,o dinheiro foi meu pai que deixou e você só está aqui gastando o meu dinheiro porque não tenho 18 anos ainda,mas eu faço o jantar tio querido.

Ela parou por um momento, refletindo sobre a situação. Faltava pouco para ela completar 18 anos.Foi para a cozinha, decidida a preparar algo rápido. Sabia que ceder naquele momento era a melhor opção para evitar problemas. Com a mente voltada para o futuro, ela se consolava pensando que em breve seria independente e poderia deixar para trás aquela vida.

Matias sabia que Analu estava certa: assim que ela completasse 18 anos, tudo seria dela, e ele e sua mãe estariam na rua da amargura e sem dinheiro. Ele precisava encontrar uma maneira de mudar essa situação e ficar com tudo. Matias tinha voltado a jogar e precisava ganhar a partida de pôquer, pois estava devendo para seu amigo e não tinha mais dinheiro para pagar.

Enquanto isso, na cozinha, Analu estava sem ânimo para preparar a comida, mas preferiu fazer para ter um mínimo de paz. Ela olhou os armários e viu que havia poucas coisas para cozinhar. O que tinha era macarrão, frango e salada. Ela fez uma grande quantidade de comida, preparou uma jarra grande de suco, arrumou a mesa e jantou antes de todos. Não queria olhar para a cara de ninguém. Quando estava terminando de lavar a louça, sua avó Olga entrou na cozinha, reclamando da comida.

Olga: Isso é o que você chama de jantar, Analu? disse com um tom de desdém. Eu queria algo mais sofisticado para comer, não essa porcaria.

Analu: (respirou fundo, tentando manter a calma) É o que temos, vó. Não há mais nada nos armários.

Olga: Você está muito malcriada ultimamente,retrucou, cruzando os braços. Amanhã, vai fazer compras. Estamos sem nada.

Analu: Não tenho dinheiro, respondeu, exasperada. E você sabe disso.

Olga: Não me venha com desculpas! Você trabalha e não traz dinheiro para casa,insistiu.

Analu: O dinheiro para comprar comida o advogado manda todo mês, disse, sentindo a raiva borbulhar. Mas você e o Matias gastam tudo à toa.

Olga ficou em silêncio por um momento, percebendo que Analu tinha razão.

Olga: Meu direito querida,eu crio você.E Amanhã eu dou o dinheiro para você fazer as compras mas não se acostuma.

Analu saiu da cozinha, deixando Olga sozinha, passou pela sala e avisou que o jantar estava pronto.

Analu: O jantar está na mesa, se quiserem comer.

Seu tio Matias, com um olhar zombeteiro, comentou.

Matias: Finalmente, a princesinha fez algo útil.

Ela ignorou o comentário, foi para seu quarto e trancou a porta com a chave. Fechou a janela e empurrou a cômoda na frente da porta, como fazia todos os dias para garantir sua segurança. Aproveitou para pegar seu celular, que ficava escondido, e mandou uma mensagem para Kelly. Estava com saudades e seu coração se encheu de felicidade ao falar com seu amor.

Analu: Oi, Kelly. Como foi sua noite? digitou.

Kelly: Oi, Analu! Foi cansativa, mas estou bem. E a sua? respondeu rapidamente.

Analu suspirou e começou a contar sobre o que aconteceu quando chegou em casa,e compartilhou com Kelly seus sentimentos. Conversar com ela sempre a fazia se sentir mais forte e esperançosa, mesmo em meio a tantas dificuldades.

Kelly chegou em casa depois de uma tarde e noite maravilhosa e encontrou a casa em completa desordem. Sua mãe, Jessica, estava jogada no sofá, visivelmente embriagada. Suspirando, Kelly começou a arrumar a casa, sentindo o peso da responsabilidade. Depois de horas limpando, já estava tarde e ela estava exausta. Fez uma comida rápida e sentou-se para comer, quando ouviu sua mãe acordando e gritando.

Jessica: Kelly! Cadê você? Preciso de dinheiro!

Kelly sentiu a cabeça latejar, a paz que sentira mais cedo desaparecendo rapidamente.

Kelly: Mãe, eu não tenho dinheiro, respondeu, tentando manter a calma.

Jessica: Para de me chamar de mãe.Então vá embora! Não quero você aqui sem fazer nada!

Kelly, já à beira de sua paciência, respondeu firme:

Kelly: Eu faço tudo aqui em casa e não vou a lugar nenhum, mãe essa casa era da minha vó. Essa casa é tanto minha quanto sua.

Jessica insistiu, cada vez mais desesperada:

Jéssica: Preciso de dinheiro, Kelly! Você não entende?

Sentindo-se frustrada e querendo evitar mais confusão, Kelly pegou algumas notas que tinha no bolso e entregou à mãe.

Kelly: É tudo o que eu tenho, disse, entregando o dinheiro. Não tenho mais nada.

Jessica pegou o dinheiro sem agradecer, e Kelly voltou para sua refeição, tentando encontrar um pouco de paz na turbulência de sua vida.Kelly finalmente pôde comer depois que sua mãe saiu. Terminou sua refeição, lavou a louça e foi direto para o banho. Sentiu a água quente aliviar um pouco da tensão do dia. Depois do banho, foi para seu quarto, trancou a porta e pegou o celular. Viu a mensagem de Analu e sorriu. A troca de mensagens trouxe um conforto inesperado.As duas ficaram um tempo trocando mensagens, falando sobre os sentimentos que compartilhavam, e o mundo complicado à sua volta parecia desaparecer por um momento.

Analu: Lembra do nosso plano de sair de casa quando fizermos 18 anos? Ainda sonho com isso.

Kelly: Claro que lembro. É o que me dá forças para continuar. Vamos realizar esse sonho juntas.

Analu: Sim, vamos.E vamos estar sempre juntas contando os dias para isso acontecer.

Kelly: Eu também, te amo, Analu. Boa noite.

Analu: Boa noite.Te amo.

Kelly desligou o celular, com o coração aquecido pelas palavras de Analu. Sabia que, apesar de tudo, tinha algo bonito e verdadeiro em sua vida.

Tríade de  Corações:A Jornada de Amor e DesafiosOnde histórias criam vida. Descubra agora