BONECA RUSSA| HALINA VASILIEV NÃO TINHA grande riqueza, joias, roupas ou carros caros, sua vida não era comendo em lugares caros e ostentando dinheiro, muito pelo contrário, Ali morava com sua mãe em um pequeno quarto perto da cozinha dos Crist, um...
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⁰⁰⁶'ANTIGAS AMIZADES 『Atualmente』 - Halina
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TINHA PROBLEMAS PESSOAIS DEMAIS PARA ficar pensando nos cavaleiros e seus achismos ou em Erika, mas por algum motivo a imagem da mulher loira estava presa em minha mente, talvez por tudo que passamos, por nossa fraca amizade na adolescência ou por saber que ela sempre teria algo que eu desejava antigamente que fosse meu, mesmo querendo me enganar, no fundo do meu peito eu ainda o queria, o desejava, mas a diferença de anos atrás é que agora eu não sou uma adolescente boba que acreditava em romances dos vários livros que lia, agora eu entendia que o mundo era terrível, e que amar alguém não era tão fácil assim.
Me encostei na parede limpando o suor de minha testa, atividades que antes eu realizava sem problema nenhum acabavam se tornando pesadas demais para mim, limpar pacientes em coma tem sido cada vez mais difícil. Me sentei na poltrona ao lado do corpo de Harry.
— Sabe Harry, estou começando a achar que está me enganando para que eu o limpe.— Ri, sabendo que ele não me responderia.— Sua mãe ainda vem todos os dias te ver, traz o mesmo chocolate meio amargo que você gostava, mas seu pai desistiu, até tentou convencer a senhora James que você não voltaria, mas acho que a esperança ainda a mantém viva. Seus irmãos vieram conversar comigo outro dia, queriam saber qual a probabilidade de você acordar, tive que ser sincera, disse que você já não estava mais vivo, e o que te mantinha aqui eram as máquinas, eles também querem te dar um enterro.
Olhei para o corpo imóvel, as máquinas agitavam de forma contínua, nunca mudavam.
— Você poderia salvar muitas vidas, sabia?— Me encostei.— Seus órgãos estão bons, ótimo na verdade, poderia ser doado, mas você não era um doador, e sua mãe jamais permitiria que seu enterro fosse faltando qualquer partezinha.
— Conversar com mortos não os trazer a vida, querida enfermeira.— Arthur estava encostado na porta.— Não consegue parar de pensar que ele poderia ser sua saída, não é?
— Seria a salvação de alguém que está na fila, mas não a minha.— Sorri fraco.— Que horas são?
— Hora do jantar.— Ele abriu um enorme sorriso em minha direção.— Pedi hambúrguer's no seu lugar preferido.
