⁰²¹'QUARTO BRANCO
『Atualmente』
- Halina
ERA UMA SENSAÇÃO DE PAZ QUE TOMAVA CONTA do meu corpo, ao sei dizer em qual momento eu desmaiei nos braços de Michael, mas estava descansada e me sentia segura, demorei para notar que não sentia mais o corpo molhado do Crist contra o meu, na verdade estava seca e aquecida, o clima parecia quente e eu não ouvia mais o som das ondas ou do vento, o cheio de mar não estava mais presente e o aperto em meu tornozelo havia sumido, me mexi sem abrir os olhos, estava deitada em algo macio, mas pequeno.Minhas têmporas estavam pesadas, e a luz amarelada somente piorou minha situação em abrir os olhos. Suspirei ouvindo aquele som conhecido de apitos ritmados, soube que era o meu coração já que os adesivos gélidos estavam colados em meu tórax. Olhei para o teto e paredes brancas, aconchegante, silencioso e calmo.
Admirei ao redor, conhecia essa decoração clássica e acolhedora, estava no meu hospital, olhei para o homem sentado na poltrona próximo a cama, Crist dormia tranquilamente, os braços cruzados, corpo jogados, parecia grande demais para aquela cadeira estofada, e estava tão cansado que não ligou para isso. Procurei por mais alguém, mas somente Michael estava presente no quarto.
Como uma boa enfermeira, meus olhos subiram aos aparelhos, vendo as informações, eu estava bem, mesmo ainda sentindo um pouco de dor, possivelmente ainda tem efeito de morfina em meu corpo, somente assim para aquela dor infernal sumir de meu peito. As lembranças vieram a minha mente com uma rapidez imaginável, e eu me vi novamente com o tornozelo preso, enquanto Trevor tentava me jogar contra o mar, e então ali estava a arma, em minha mão e apontada contra seu peito, eram vidas em jogo, e eu atirei.
A culpa estava me correndo por dentro, mesmo que ele fosse um idiota psicopata, eu não era como ele, não matava pessoas, não torturava, como alguém da saúde, eu fazia de tudo para salvar alguém. Suspirei sem conseguir tirar a imagem de Trevor coberto de sangue, esticado no chão enquando me olhava com ódio, ele morreu sentindo raiva de mim.
— Olha só quem acordou!— Arthur abriu a porta devagar, falando baixo para não acordar o acompanhante.— Sabe, Ali! Quando eu disse que você precisava de férias não estava falando em uma viajem de iate e achar que seu coração aguentava uma competição de natação.
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RUSSIAN DOLL | devil's night
أدب الهواةBONECA RUSSA| HALINA VASILIEV NÃO TINHA grande riqueza, joias, roupas ou carros caros, sua vida não era comendo em lugares caros e ostentando dinheiro, muito pelo contrário, Ali morava com sua mãe em um pequeno quarto perto da cozinha dos Crist, um...