Family

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Luke e Nicola foram interrompidos por Simone, que os chamou para almoçar. Durante o almoço, as conversas aleatórias fluíam, criando um ambiente tranquilo e confortável. Risos ecoavam pela sala, e o cheiro da comida deliciosa aumentava a sensação de aconchego.

— Vocês já tiveram algum sonho estranho ou muito real que chegava dar medo? — perguntou Thompson, enquanto cortava um pedaço de carne.

— Nossa, sim — respondeu Claudia. — Eu sempre sonho que estou correndo atrás de um trem que nunca consigo alcançar.

Todos riram juntos com ela. 

— Eu também tenho uns sonhos estranhos às vezes — comentou Simone — Mas nada muito significativo, na maioria das vezes não faz o menor sentido.

Johnny colocou os talheres na mesa, atraindo a atenção de todos.

— Eu não costumava ter, mas recentemente, tive um sonho muito estranho que me afetou por dias — começou ele. — Eu estava aprendendo a caçar com um cara, mas me sentia super frustrado por não conseguir, eu falava que Benedict e Colin iriam implicar comigo. Ele me motivava enquanto íamos até uma casa lindíssima de campo, e havia um jardim florido lindo que ficava em frente a tal casa. Nossas roupas pareciam de uma série de época. No sonho estávamos caminhando e conversando tranquilamente, eu falei que nada o preocupava. Ele falou que minha mãe discordaria disso. 

Ele fez uma pausa antes de continuar.

— Ele então falou "não da para mostrar o seu melhor para alguém, sem deixar que a pessoa veja o seu pior" . Ele então disse que minha mãe adoraria umas flores, se agachou para pegar algumas naquele jardim incrível. E depois tudo aconteceu muito rápido, ele começou a tentar se afastar de uma abelha e nessa hora eu o chamei de pai. Ele disse que a abelha tinha picado ele, e começou a ter uma reação alérgica, um choque anafilático.  — Johnny respirou fundo — Eu fiquei desesperado, gritava por ajuda, ele estava morrendo na minha frente e eu só conseguia gritar por ajuda em plenos pulmões e sentir uma dor muito forte no meu peito. Uma mulher gravida veio até nós perguntando o que aconteceu e eu repetia que não sabia, a angustia era tão real e desesperadora que eu acordei assustado, chorando e  essa angustia durou por dias, uma sensação de luto como se meu pai realmente tivesse morrido.

— Isso é realmente perturbador...  — disse Simone, tocando o braço de Johnny em um gesto de conforto. — Você chegou contar isso para o seu pai?

Johnny balançou a cabeça.

— Não. Achei que fosse só um sonho bizarro. Mas a sensação foi tão real, que quando lembro me sinto triste...

Nicola e Luke trocaram um olhar significativo. 

— Às vezes, nossos sonhos podem ser reflexos de algo mais profundo. Talvez uma memória de outra vida ou um aviso. — Nicola falou suavemente

— Pode ser — Johnny respondeu, pensativo. — Eu só espero que seja apenas um sonho e nada mais, até porque meu pai não tem alergia a abelhas.

Luke Thompson, tentando aliviar a tensão, comentou

— Talvez seu sonho seja só uma mensagem para você cuidar bem das abelhas, vi você matando uma no set semana passada.

Todos riram, e a conversa voltou a fluir para tópicos mais leves. O sonho de Johnny para Nicola e Luke, era mais uma peça do quebra-cabeça que parecia estar se montando aos poucos, trazendo consigo a certeza de que estavam todos interligados de maneiras que ainda precisavam ser descobertas.

Depois do almoço, todos foram para o sofá continuar a conversa. Claudia e Nicola começaram a relembrar como se conheceram na escola.

— Lembro até hoje do nosso primeiro dia de aula — disse Nicola, rindo. — Eu decidi que seríamos melhores amigas, como nos filmes da Disney, e fui falar com a Claudia.

Timeless - Polin/NewghlanOnde histórias criam vida. Descubra agora