Capítulo 5

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Sabrina Gonçalves

As aulas passaram rápido até, e quando acabaram, eu, João e Keth ficamos esperando a tia Fernanda, mãe da minha bela amiga, vir nos buscar já que íamos almoçar em sua casa. Quando ela chegou, fomos entrando em seu carro, que já conhecíamos como se fosse nosso. Ela era a mãe responsável por nos buscar nos lugares, sempre era ela e seu Uno preto, com algumas manchas de tinta.

— Oi, meus amores, como estão? — a mãe de Kethelyn nos recepcionava enquanto entrávamos no carro para almoçar juntos em sua casa.

— Bem, tia. E você? — João perguntou, e ela respondeu com um sorriso lindo.

— Bem, meu amor. E seus pais? Como estão?

— Bem, que bom que perguntou.

— Você está linda, tia. — eu a elogiei. Tia Fernanda era jovem, foi mãe na adolescência, então nem parecia uma mãe.

— Você também, meu amor. Bora? — concordamos, e ela deu partida para sua casa. Entramos e subimos para o quarto da Keth, largamos as bolsas na cama e nos jogamos ali mesmo.

— Será que a Isadora gosta mesmo da menina? — João começou a conversa.

— Sinceramente, ela não gosta de ninguém além dela mesma.

— Isso é verdade. — completei. — Mas elas não têm nada a ver, Lívia parece ser tão chata.

— Você fala com ela? — Kethelyn, já tirando o uniforme e procurando outra roupa para vestir, perguntou. Sim, nos trocávamos na frente do João. Ele não tinha maldade, e nós menos ainda. Não era um problema.

— Caímos juntas na prova da Janaína. Ela faz um sorteio, acreditam? E eu caí com a Lívia.

— Ela fez isso na nossa sala, e o João caiu com a Isadora. — dei um berro, e ele fez a pior cara para mim.

— Do que você tá rindo? — ele me olhou de cima abaixo. — Não entendi, viu.

— Sabe que eu te amo, né? — dei um beijinho na bochecha dele, e Kethlyn sorria. Ela já estava de shorts e uma blusinha bem confortável. Estava quase pedindo para vestir a roupa dela também, mas a mãe nos gritou lá embaixo.

— Tá prontoooo! — descemos, estávamos morrendo de fome. Nos sentamos e comemos. A lasanha estava uma delícia, e eu não queria parar de comer.

— Está muito gostoso, de verdade. — João disse de boca cheia, e fez todos rirem da sua situação.

— Está uma delícia, mãe.

— Arrasou muito, tia. Quero mais. — não ia ficar de fora.

— Assim vocês me fazem pensar em abrir um restaurante.

— Deveria, sua comida é divina, tia. — ela sorriu com o comentário do João. Depois de comermos, tia Fernanda foi trabalhar, então lavamos a louça. João tinha que ir embora, pois iria sair com sua mãe, e ficamos só eu e a branquinha. Ela tinha que arrumar o seu quarto, então a ajudei.

— Pedro me mandou mensagem, acredita?

— Tá zoando. — parei de dobrar as roupas e comecei a prestar atenção nela.

— Juro, menina. Isso só comprovou que a Isadora largou ele.

— Mas o que ele queria?

— Me convidou para a festa de aniversário dele no sábado. — fiquei mais boquiaberta ainda.

— E você disse o quê?

— Não respondi, tá louca.

— Por que não vamos? Mostrar que você está bem, várias pessoas vão. — ela me olhou de cima abaixo, parecia não acreditar nas minhas palavras. Na verdade, nem eu acreditei. Não era sobre mim, era sobre ela, minha amiga.

— Você está bem?

— Estou ótima. Vamos nessa festa no sábado. Distrair um pouco.

— Mas e minha mãe? Estou de castigo ainda. — verdade, havia me esquecido disso.

— Vem dormir em casa, vou falar para minha mãe ligar para a sua. — terminei de ajudá-la e fui para casa. Estava sozinha, então subi para o quarto e fui fazer algumas tarefas pendentes. Uma delas era fazer um poema para a aula de literatura. Não tinha um assunto sobre romance, e o pior é que era para apresentar daqui um mês, e eu não sei nem por onde começar. E amanhã, para piorar, tem aula com a chata da Janaína. Vou ficar louca ainda.


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