Capítulo 26

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Sabrina Gonçalves:

Eles eram mais normais do que eu pensava, não eram mesquinhas ou até mesmo metidos. Pediram as pizzas mais simples, nada muito chique sabe?tudo bem "normal" e realmente estava tudo uma delicia não tinha o que reclamar.

-Mas eai Sabrina seus pais fazem o que?-o único homem na mesa me questionava, e automaticamente as outras duas garotas também.

-minha mãe e terapeuta, e meu pai é vendedor de hortifruti. Ele tem tipo uma vendinha no centro.

-Autônomo, que legal mocinha.- ele era bem simpático, mas a idade ajudava. Ele não era velho, chutaria uns quarenta anos mas ainda achando que podia ser muito pela sua aparencia

-Vou ao banheiro.-Lívia saiu e Lilian foi logo atrás, e ficamos só nos dois na mesa.

-obrigada!-ele tentou ser o mais discreto possível.

-obrigada pelo oque?

-Tivemos uma perda grande na família ano passado, e Lívia não estava tão bem. Por isso nos mudamos pra cá, por conta do time, e também pela minha irmã que ama essas meninas. Mas quando eu vi que ela não passaria aonde queria, comprei o time de esporte. Ela não poderia sofrer tudo denovo, e aí você chegou e desde então ela está tão mais leve, sabe?finalmente uma amiga que não liga para o que ela ou eu tem. Muito obrigada, de verdade.

Suas palavras soavam tão verdadeiras, mas no fim ele apenas sorriu. O mais simpático possível, e depois voltou a comer. Eu fiz o mesmo, em silêncio lógico. Quando elas voltaram, decidi que ficaria até o final. Eu não concordava com ele comprando o time pela filha, mas tinha aprendido o maior princípio de todos em casa. O do Amor, e aqui eles tinham de sobra mesmo fazendo algumas escolhas erradas.

-Vou lá pagar a conta tá meninas.

-Eu vou com você.-falei me levantando, mas logo ele negou.
-Por minha conta, por favor.

-Eu não quero incomodar, eu pago a minha parte.

-Eu não quero que você se incomode pagar, fique aí.-ele se levantou e foi até o balcão.

-Depois você quer ir pra praia?ver o sol nascer?-ela sussurrava no meu ouvido, e era tão bom, parecia uma aventura noturna. Eu nunca tinha visto o sol nascer, ainda mais na praia. Estava cansada, mas sinceramente por que não?

-Agora?

-Aham, prometo que vai ser legal.

-Vou fazer essa caridade pra você.-Seu pai voltou, e então nós saímos pra fora.

-Prazer em te conhecer Sabrina, saiba que vamos adorar ter você em outras ocasiões.

-Muito obrigada Senhor.-ele me corrigiu com o olhar - quer dizer Lucas, prometo estar sempre que possível.

-Vou levar ela em casa pai, depois vou pra casa.

-Tudo bem meu amor, se divirtam.-ele beijou a filha e depois foi pro carro com a outra.

-Vamos Cinderela?entrar em sua carruagem.-e bota carruagem nisso, sorri e entrei no carro. Ela entrou logo depois.

-Posso ligar o som?-perguntei em quanto ela manobrava o carro.

-Claro, mas coloque músicas boas.-ela era tão boa no volante, que era tão bom de ver. Mas foquei em ligar o Bluetooth e depois coloquei as minhas músicas, coloquei the Weekend e foi a trilha sonora perfeita.

Quando chegamos na praia, estava escuro mas ela colocou o carro na areia e deixou os faróis ligados. Deitamos na areia e nos encaramos por alguns minutos, até ela quebrar o silêncio.

-Estou feliz que está aqui.

-Não precisa mentir.-dei um "tapinha" em seu rosto.

-Não estou mentindo, você é uma boa amiga Sabrina. Apesar de ser chata, você é legal.

-Obrigada, pena que não posso dizer o mesmo de você.-ela achou isso o cúmulo pela sua indignação, mas tentou não transparecer. Apenas sorriu de canto, a praia estava até que agradável, tinha apenas a gente por já der um pouco tarde. Mas não estava frio, estava bem fredquinho.

-Tem coragem de entrar no mar?

-Agora?

-Sim.-ela já se levantou, e tirou a sua blusa mostrando um top e tirando seu shorts que embaixo tinha uma calcinha mais larguinha. Não posso negar seu corpo era tão atraente, ela tem uma tatuagem na barriga, uma aranha bem pequena mas que estava perceptível com a luz do carro.

-Você não tem medo?

-Da água?claro que não. Vem, vai ser legal.-fiz o mesmo que ela, tirei meu vestido e estava apenas de calcinha e sutiã mas diferentemente dela minha calcinha era de renda e meu top também era tipo um conjunto.

-Conjunto de renda?UAU, taava assim pra quem?-escrota, a ignorei.-um, dois, três.-ela começou a correr em direção ao mar e eu fui atrás. Conforme íamos chegando ia me arrependendo um pouco, mas fui corajosa e entrei na água que estava gelada, mas era suportável. Dei um mergulho e quando olhei pro lado, ela estava me olhando. Nossos olhares se cruzaram, e ela começou a  vir até mim. Estávamos em silêncio, e conforme ela vi chegando cada vez mais perto meu corpo ficava esquisito.

Quando me dei por mim, já estávamos nos encostando, pele com pele. Duas peles geladas que pegavam fogo, ela não disse nada e eu também não. Ela selou os meus lábios, e eu deixei não iria relutar não contra ela. Conforme íamos nos beijando, a água batia em nossos corpos fazendo com que acordassemos um pouco da realidade mas não o suficiente pra me dar conta do que estava fazendo. Mas sinceramente eu não estava ligando, foi um beijo tão bom. Se duvidar, o melhor ela sabia como locomover a sua língua aonde tocar. E ela não era levada pela correntesa, parecia que a correntesa que vinha até nós. Tentei não ceder a minha falta de ar, mas depois de um tempo ficou impossível. Ela terminou um beijo com um selinho, e quando eu abri os olhos ali estávamos nos.

-Vamos se secar?-ela estava sem graça, e se ela estava sem graça imagina em.ckmo eu estava. Fomos até o carro em silêncio, ela pegou uma blusa seca no banco de trás e entregou pra mim.

-Então isso é uma toalha?-

-Na situação que estamos, sim!-ela se secava com a sua que estava usando em seu corpo. Ela estava tão sem graça, e eu queria que ela não ficasse assim.

-Tá tudo bem Lívia, eu amei beijar você.-POR QUE EU DISSE ISSO?, ela agora me olhava sorrindo e era tão fofo, estava sem graça mas não encomendada com a situação.

-Vamos voltar pra lá?-sai correndo em direção ao mar e ela veio atrás.

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