Capítulo 21

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Sabrina Gonçalves

– Amanhã na minha casa, às 14:00? – estávamos na aula de história, e o meu grupo, Geovana, Ricardo e Lívia, estava decidindo onde e a que horas iríamos nos encontrar, e é claro que eu ofereci a minha casa.

– Eu trabalho de tarde. – Ricardo foi curto e grosso. Babaca.

– Então você manda a sua parte, e você, Geovana, pode amanhã?

– Claro! Só me manda o seu endereço. – Ela sorriu e voltou a sentar no seu lugar de sempre. Ficamos só eu e Lívia, uma atrás da outra como sempre.

– Então, finalmente vou entrar na sua casa, no seu esconderijo.

– Nunca entrou porque não quis.

– Você nunca me convidou, e eu que não iria invadir.

– Fala sério? Você invadiu uma casa na árvore.

– E você também. – Ela se achava esperta, mas o nosso sorriso acabou quando a professora anunciou que as chapas que iriam se candidatar para o grêmio viriam mostrar as suas propostas. Mas nessa chapa tinha uma pessoa específica: Isadora. Quando ela chegou, eu e Lívia nos encaramos e paramos de nos olhar ou até de nos comunicar.

– Somos a chapa "Hope". – Uma garota do segundo ano parecia ser a presidente, mas uma coisa ficou clara: a Isadora só estava ali para arrecadação de votos, até porque ela ficou em silêncio o tempo todo. Convenhamos, ela não é o perfil de garota que gosta de se envolver em projetos da escola. Assim que a apresentação acabou, e finalmente a Isadora parou de nos encarar com um olhar assustador, foquei nas aulas e fiz isso até o fim da aula.

Quando cheguei em casa, fui direto almoçar, estava morrendo de fome, mas foi aí que meu celular vibrou.

"Quer ir no meu treino? Começa às 17:00" - 12:54

Pensei durante um tempo: iria fazer o que lá? Iria sozinha? Chamaria alguém?

"Claro, eu e João estaremos lá." - 13:00

"Blz." - 13:06

Enviei um áudio para o meu amigo e, é claro, que ele odiou a notícia, mas ele não tinha escolha e resolveu aceitar de uma vez. Coloquei a roupa mais confortável que eu tinha, fiz um coque, passei um perfume e fiquei esperando João e sua mãe chegarem. Ela iria nos levar e minha mãe iria nos buscar. Quando chegamos na quadra, a Lívia estava nos esperando na frente.

– Ela está tão na sua. – A voz aveludada dele me irritava profundamente; seu tom de deboche era notável, e eu odiava isso nele.

– Cala a boca, por favor, seja legal com ela. – Fomos caminhando até a porta do ginásio. Ela nos cumprimentou com um beijinho na bochecha e seguimos ela até a quadra.

– Podem se sentar em qualquer lugar, espero que me achem talentosa.

– Prometo que vou ser imparcial! – A voz falsa de João me fez ficar constrangida, mas eu gostava desse seu jeito.

– Muito obrigada, mano. – Ela foi para a quadra e nós fomos até a arquibancada. Tinham pessoas ali, provavelmente a maioria eram pais pelas idades, e tinham adolescentes também, e nós que não entendíamos nada do esporte, mas tentávamos vibrar quando a Lívia levantava alguma bola, o que ela fazia bem demais.

– Já pensou nos tapas que ela pode dar na bunda de alguém? – Quase me engasguei com a minha saliva.

– Que pensamento horrível é esse?

– É só você observar o jeito que ela bate nessa bola, forças para você.

– A gente é só amiga, para de graça.

– Aham, sei. – Ele riu no final, mas eu dei um tapa na sua orelha. Depois, prestamos atenção no jogo. Mesmo não entendendo nada, pelo pouco que compreendemos, o seu lado ganhou. Descemos a arquibancada, até porque a minha mãe já estava na porta. Ela veio até nós para nos cumprimentar/se despedir.

– Obrigada por terem vindo, de coração. – Ela me beijou na bochecha e cumprimentou João com um aperto de mão. Fomos até o lado de fora, entramos no carro e ela nos deu um tchauzinho enquanto o meu carro se distanciava dela.

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