18° Capítulo - Cole Lunes

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“All the things she said
Running through my head
Running through my head
All the things she said (all the things she said”- All The Things She Said, t.A.T.u.

Nos deparamos com uma menina de cinco anos, na sala cheia de corpos.
Vamos até sua direção.
Ela recua.
- Oi, oi, princesa!!! Oq está fazendo aqui? – Olívia pergunta, com uma voz calma e acolhedora.
A garota choraminga.
- E.. Eu .. desobedeci e então... Ele... Ele me colocou aqui, para mim aprender a lição.
Olho para Olívia e vejo que ela está intrigada.
- Que lição?- pergunto cuidadosamente.
- Que... Quem...- ela chora- se a gente não se comportar, eles nos mata... Ele queria me mostrar oq fez com as minhas amigas... Que não se comportavam.
PUTA MERDA.
ESSE CARA É DOENTE.
Olho para o lado e vejo Olívia vomitando.
Rapidamente chamo Elion pela escuta, que vem buscar a menina.
Assim deixando eu e Olívia  a sós.
Seguro seu cabelo para que a garota possa vomitar.
Olívia vomita.
Vomita.
E vomita.
E dps grita.
Dps de algumas minutos.
A garota pede para o gêmeo trazer os explosivos.
Olívia joga gasolina em todo perímetro.
Ele sussurra alguma coisa, mas não consigo entender oq é.
E então ela acende e tudo queima.
Chamas inundam o local.
Ela ajoelha e solta mais um gritos, seguidos de xingamentos.
E então saímos.
Olívia quis dar uma morte digna para aquelas garotas.
Respiro fundo, verificando se todas as garotinhas estão minimamente bem, pois depois de tudo que passaram o acompanhamento psicológico irá ser indispensável.
Olivia se agacha, segurando nas pequenas mão trêmulas da menina menor, certamente a mais jovem de todas que salvamos.
- Meu amor, respire fundo, hm? – Ela olha nos olhos da garotinha e eu me aproximo. – Nós vamos te levar até a mamãe e o papai, vai ficar tudo bem. – Ela segura a menina que concorda com a cabeça e a abraça, como se sentisse a necessidade de uma presença materna nesse momento. Liv segura a garotinha nos braços, ela afunda o rosto no pescoço de Olivia. Enquanto isso eu seguro a mão das outras garotinhas, as guiando até a Van que viemos com os gêmeos, acomodando as crianças sentadinhas lá dentro. O resto do serviço deixamos com os oficiais.
- Meu bem, não quer ficar com as amiguinhas? – Olivia questiona a garotinha que ainda não soltou seu pescoço.
- Hm, não. – Ela diz se acomodando ainda mais nos braços que a rodeavam.
- Tudo bem, vamos levar vocês até um hospital. Lá vocês vão ver seus pais novamente. – Digo quando Enzo começa a dirigir em direção ao hospital mais próximo. Quando os gêmeos tiveram certeza do local ao qual as crianças estavam presas, eles avisaram aos pais de cada uma, estes que fizeram questão de vir até o país para encontra-las novamente. Eles estavam desesperados, e com razão porém ainda não sei como contaremos aos pais que infelizmente perderam seus filhos nas mãos dos monstros nojentos daquela máfia. Suspiro ainda pensando nas cenas horríveis que vi, mas felizmente Louise está de volta.
Procuro a garotinha loira entre as outras, essa que tinha os olhos voltados a janela. Me aproximo.
- Olá princesa Lolo. – Digo me abaixando na frente dela, a chamando pelo apelido que havia dado a ela em uma de nossas incontáveis brincadeiras de fim de tarde.
- Tio Cole! – Ela rodeia os braços em meus ombros. – Vai me levar até a mamãe? – Ela pergunta esperançosa.
- Vou sim. E vamos brincar bastante também, eu prometo. – Digo entrelaçando nossos mindinhos. Lolo sorri banguela dos dentinhos da frente, nunca me senti tão aliviado após descobrir que ela estava, de certo modo, bem.
Os gêmeos logo avisam que chegamos ao hospital, as crianças são conduzidas até uma sala ao qual médicos esperavam para fazerem os devidos exames.
- Os pais das crianças já foram avisados, eles estão vindo. – Elion diz se aproximando.
- E as que não estão aqui? Quem vai avisar? – Olivia pergunta, todos nós nos entreolhamos.
- Eu não consigo, de verdade. – Digo cruzando os braços.
- Eu digo, deixem comigo. – Enzo diz suspirando e nos concordamos. Ele é o mais cauteloso dentre todos nós, ele saberá como fazer isso.
Logo os pais aparecem e é gratificante ver o reencontro dos pais com suas filhas. O alívio, a felicidade. Nesses momentos eu tenho a maior certeza de minha vida, eu amo o que faço e nunca irei me arrepender de fazer justiça como um Lunes.

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