21° Capítulo - Olívia Lunes

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“I'm haunted
Haunted
Haunted
I'm haunted
Haunted
Haunted”- HAUNTED, Isabel LaRosa

Acordo bem zonza, ainda respirando com dificuldade.
E encontro meu irmão na grama ao meu lado, sangrando.
Vou me arrastando em sua direção.
Ele foi baleado.
Tento tocar o ferimento, mas o garoto protesta.
Pego meu celular no bolso da jaqueta e ligo para uma ambulância.
Enquanto isso tento imobilizar o ombro atingindo de Cole.
- Não parece nada grave – digo tentando acalmar o moreno.
- Vc fica tão lindinha preocupada- ele sorri de forma maliciosa.
- Cala boca, porra, mesmo baleado vc continua o mesmo babaca de sempre.
Ele gargalha e dps geme de dor lembrando de seu ferimento.
Os homens fugiram com os órgãos.
A ambulância se aproxima e vejo os médicos socorristas se aproximando.
Não me lembro muito bem oq aconteceu dps, fui sedada e os médicos aplicaram alguns medicamentos, não sei, para auxiliar na respiração, após minha crise de hipoventilação, devido a quantidade de amônia inalada pelo meu corpo.
Já recuperada, me levando e desconecto o acesso do soro de minha veia.
Aí.
Uma enfermeira protesta, mas ignoro, seguindo até o quarto onde Cole se encontra.
Chegado lá, percebo que o garoto está bem. A bala já foi retirada.
Ele sorri pra mim.
Nossa mãe entra no quarto surtando.
- Que merda foi essa ?- ela pergunta de forma grosseira – não posso deixar meus filhos sozinhos, pq eles resolvem dar uma de heróis, mexer com um traficante de ÓRGÃOS.
Tento falar algo, mas Kyle me interrompe e continua com o sermão.
- Não posso mais nem trabalhar em paz, pq meus filhos, PODEM SE MATAR!!!- a mulher grita.
- Uma inalando amônia, inconsciente e outro sangrando pq foi baleado no ombro, pq Deus?
Estamos nós quatro sentados no grande sofá da sala enquanto Kyle está de pé na nossa frente com as mãos na cintura. Mamãe está tão brava que estamos todos em silêncio, ninguém é corajoso o bastante de abrir a boca para protestar contra senhora Lunes. Somos corajosos contra qualquer bandido, máfia, gangue mas apenas uma pessoa é párea para nós: a mamãe.
- Crianças, eu entendo que esse é o trabalho de vocês. Mas eu me lembro muito bem de fazermos um acordo sobre isso quando me contaram que iriam ingressar nesse mundo: nada de se arriscarem o bastante para se matarem! – Ela diz e nós nos olhamos.
- Inalar amônia, Olivia? – Ela diz me olhando. – Levar um tiro, que por acaso foi bem perto do seu peito, Cole? – Ela passa as mãos no cabelo.
- Mamãe... – Cole tenta argumentar.
- Não, Cole. Sem discussões, essa vai ser a primeira e última vez que vocês vão se machucar dessa forma! Até porque se vocês morrerem fazendo alguma merda dessas, eu ressuscito vocês para matar novamente. – Ela diz apontando o dedo para nós quatro.
- Cole e Olivia estão de castigo. – Arregalo meus olhos. – Não quero vocês se metendo em confusão por um mês. – Ela diz, eu e Cole nos encaramos preocupados.
- Mamãe! Você não pode fazer isso, nós precisamos trabalhar nos casos! – Digo tentando faze-la mudar de ideia mas Kyle estava decidida.
- Não senhora, eu tanto posso quanto fiz! E você e Cole só podem sair para faculdade por esse tempo, e juntos. – Ela diz indo até a cozinha.
- O que? – Pergunto em choque, como assim um mês ao lado de Cole todo os dias? Olho para o tatuado que parece até se agradar com a condição de nossa mãe. Bufo cruzando os braços.
- É... – Enzo diz se levantando. – Parece que teremos férias dos casos.
- Boa sorte vocês dois, só não se matem. – Elion diz colocando as mãos nos bolsos e saindo juntamente com o irmão.
Não acredito que vou ter que suportar o insuportável do Cole na minha cola por um mês inteirinho. Deus vai colocando paciência, paz, noção, tranquilidade, sossego porque conviver com o Cole é um teste de sanidade.
Oro em pensamento esperando que ele saia vivo dessa temporada, pois o tatuado é mais encapetado que criança no 220.
- Gostou tanto da ideia que já ‘tá querendo dormir do meu ladinho, Liv? – Escuto a voz do alecrim ao meu lado, olho para ele com as sobrancelhas curvadas, Cole está jogado no sofá com as pernas abertas e os braços atrás da cabeça.
- Menos, Cole. Estou buscando ajuda divina para te suportar e não te matar agora mesmo. – Digo
- Que isso, boneca. Quando esse castigo acabar, você vai querer ficar grudada em mim por conta própria. – Ele pisca em minha direção e eu faço cara de nojo.
- Só se for grudada no seu pescoço e de preferência até você se sufocar, gracinha. – Digo piscando e indo até meu quarto, pensando que iria apenas ignorar a presença de Cole quando estivermos juntos. Mal sabia eu que ignora-lo seria a última coisa que eu seria capaz de fazer.

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