26° Capítulo - Olívia Lunes

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“ Oh father, please
Please don’t waste any time
The sirens are turning red
I found a whole another vice”- RUNRUNRUN, Dutch Melrose

Estou na cozinha junto com Michael, estamos tomando café da tarde.
Cole entra na cozinha e deposita um selinho em meus lábios.
Michael engasga com o café e cospe tudo.
- O..Oq.. quê?- diz o menino engasgado.
- Oq esse merdinha tá fazendo aqui?- pergunta o Cole.
- Cole, não fala assim!!!- me levanto e me entrelaçado no garoto.
- Vcs estão namorando?- meu amigo pergunta incrédulo.
- Não, bom, o cole ainda não me pediu em namoro!!
O garoto engasga.
- Calma, boneca, tudo tem o momento certo!!?- diz o menino, depositando um beijo na minha testa.
- É né, mas acho engraçado que quando foi a Âmbar, vc não esperou nem um mês direito e já oficializou!!!
- Eita, parece que vc tá encrencado- diz Elion ao descer e pegar o café do meu irmão!!
- Ei isso é meu!!
- Vc tem coisas mais importantes para se preocupar, maninho.
Cole revira os olhos.
- Já falei, Olivinha!!! Tudo no momento certo, estou com  vc agora e nada mais importa, ok?
Ergo uma sobrancelha e o menino deposita um beijo e saí da cozinha.
- Estou ansioso para hj a noite!!!! Nem acredito que vamos juntos para o halloween!!
- Tbm tô!!!
- Fiquei sabendo de uma casa assombrada no parque, que vai ser a atração da noite!!! Precisamos ir.
Depois de mais algumas fofocas, vou para meu quarto me arrumar.
Estou super animada para a festa de Halloween esta noite! Decidi ir como o Coringa este ano. Primeiro, estou aplicando uma base branca no rosto para criar aquela aparência pálida e sinistra. Em seguida, começo com o contorno dos olhos, usando tons profundos de verde e roxo para fazer aquele olhar penetrante do Coringa.
Depois, é hora do cabelo. Estou pensando em bagunçá-lo um pouco para aquele visual desgrenhado e caótico que o Coringa tem. Uma risada maliciosa enquanto ajusto a cartola roxa e coloco a peruca verde. Está começando a ficar assustadoramente!
Por fim, escolho um terno roxo com uma camisa verde brilhante por baixo. Não posso esquecer as luvas brancas e, é claro, aquele sorriso malévolo pintado nos lábios. Estou pronta para espalhar um pouco de caos e diversão nesta noite de Halloween!
Desço as escadarias e encontro o pessoal.
Cole está encantador, 2/3 de seu rosto está com uma maquiagem de caveira, ele está com uma lente azul cristalina no olho na região que  está pintada, as bordas estão com sangue falso, o garoto está vestindo um camisa social preta, um lado está por dentro da calça e o outro está fora, ele veste tbm uma calça preta e um coturno. Sua camisa está aberta deixando o peitoral tonificado a mostra.
Quando reparo nisso, mordo os lábios.
Meu.
Ele se aproxima e segura minha mãe me auxiliando a descer as escadas.
- Vc está assustadoramente encantador!!!- digo com um sorriso nos lábios para o garoto.
Ele passa o olhar em meu corpo, se demorando em meus olhos.
Ele se aproxima e sussurra em meus ouvidos:
- Já te contei que sempre fui apaixonado pelo coringa? Sempre curti mais os malvados.- percebo o sorriso travesso em sua boca.
Ele tenta me beijar mas viro o rosto.
- Ei, nada de beijo essa noite!!!! Não quero estragar a maquiagem!!
O garoto revira os olhos.
Vamos até a sala, Cole me acompanha e descansa sua mão em minha cintura.
Me viro pra ele e reparo na mecha rebelde em sua testa.
Sexy.
Levo o meu olhar até a sala e vejo que todos estão magníficos.
Enzo está de rei de copas e sua acompanhante Charlotte Belmonteu de rainha de copas.
Michael está de Batman e Cecília Frank de catwoman.
Elion e Berenice Montenegro estão ambos de pretos e com uma máscara de led vermelha cada.
Vou até o pessoal e os cumprimento.
- Uauuuu!!!- digo.
- A Cha que me fez vestir com essa porra, nem sei se essa merda existe – fala Enzo sobre sua fantasia de rei de copas.
- Para de ser chato – diz a menina revirando os olhos.
- Escuta sua mulher!!!- falo para meu irmão- nós sempre temos razão!!!
As meninas concordam e os meninos reviram suas orbes e bufam.
Dou uma risadinha.
Vamos até a rua no aproximando do carros dos garotos.
Eu e Cole em sua Porsche Taycan preta.
Enzo e Charlotte no Audi r8 cinza.
Elion e Berenice no Suv prata.
Michael e Cecília em sua moto grande preta.
Cole e eu damos uma voltinha pela cidade e depois nos encontramos com o pessoal no parque.
A brisa outonal sussurrava entre as árvores escuras do parque de diversões, enquanto nossos passos ecoavam no chão de paralelepípedos. A luz dos lampiões de abóbora lançava sombras sinistras nas estruturas do parque, onde silhuetas de guerreiros e monstros se destacavam contra o céu noturno.
- Ei pessoal, olha aquela montanha-russa decorada! Parece que tem um dragão lá em cima! Vamos lá primeiro?- Cole fala apontando para o brinquedo.
- Dragão? Sério? Isso parece incrível! Estou dentro!- quem fala é Michael.
- Mas é claro! Não podemos perder tempo, o Halloween é para se aventurar!- Elion que concorda.
- Vamos ver quem grita mais alto lá em cima!- o outro gêmeo tbm topa.
- Espero que não seja tão assustador quanto parece!- Berenice diz meio assustada.
- Vamos lá, antes que eu mude de ideia!-  Cecília gesticula.
Rimos nervosamente enquanto nos dirigíamos à entrada da montanha-russa. O ar estava eletrizado com antecipação e a empolgação de estar juntos nessa aventura. À medida que subíamos lentamente pela trilha, podíamos ver o parque inteiro se estendendo abaixo de nós, iluminado pelas luzes laranjas do Halloween. Enzo diz:
- Olha aquele labirinto ali! Deve estar cheio de sustos!
- Vocês acham que deveríamos entrar depois da montanha-russa?- Elion diz.
- Com certeza! Quanto mais sustos, melhor!- fala o tatuado.
Chegamos ao topo e, com um clique metálico, começamos a descer a colina íngreme. O vento gelado nos chicoteava enquanto gritávamos de emoção e susto. A figura do dragão brilhava em nosso caminho, parecendo ganhar vida com cada curva e mergulho. Charlotte grita:
- Isso é tão incrível! Não quero que acabe!
Descemos da montanha-russa com os corações batendo forte, mas mal podíamos esperar para explorar mais. A noite estava apenas começando.
Depois de mais algumas idas em mais parques e comer algumas guloseimas, nos separamos.
O ar frio cortava meu rosto enquanto eu corria pelo labirinto de barracas e estátuas sombrias no parque de diversões. Atrás de mim, ouvia os passos pesados e rápidos que ecoavam no chão de terra batida. Cole estava ao meu lado, ofegante, com os olhos fixos à frente, determinado.
- Que porra?- diz o tatuado ofegante- eles estão atrás de nós!?
Assento com a cabeça, acelerando o passo enquanto buscava desesperadamente por uma rota. O parque, iluminado por lanternas oscilantes, parecia um labirinto vivo de sombras e formas distorcidas. O som distante de risadas sinistras ecoava pelas paredes dos trailers abandonados e das barracas de jogos.
- Ali, pelo beco à esquerda!
Segui Cole pelo estreito beco entre duas estruturas, correndo com toda a força que tinha. O barulho dos passos se aproximava cada vez mais, e o medo começava a se insinuar em meu peito.
- Rápido, aqui! A casa assombrada está ali na frente!
Avistamos a entrada da casa assombrada, suas portas antigas de madeira entreabertas, revelando uma escuridão profunda e promissora de mistérios e perigos. Com um último esforço, alcançamos a entrada e entramos sem hesitar.
A escuridão da casa assombrada nos envolveu imediatamente, e o ar úmido cheirava a mofo e a algo indefinível. Passamos por um corredor estreito, onde sombras se contorciam e figuras grotescas saltavam das paredes. Cole e eu mantivemos nossos passos rápidos e silenciosos, cautelosos com o que poderia estar à espreita a cada curva.
- Olívia, você está bem?
- Eu...eu tô, mas não tô entendendo que merda tá acontecendo!!!! Quem são eles?- digo me referindo as pessoas que estão nos perseguindo – será que é a mando de alguém?
Cole suspira preocupado e voltamos a ouvir passos.
- Não vamos nos separar – diz Cole gritando ao meu lado enquanto corremos
Estou sentindo a adrenalina pulsar em minhas veias. O eco de risos sinistros e sussurros indistintos nos cercava, criando uma atmosfera de tensão crescente. A cada passo, nos aproximávamos mais do coração da casa assombrada.
A cada quarto que entramos encontramos diversas coisas sinistras e pessoas fantasiadas preparadas para assustar.
O lugar estava coberto por uma neblina e gritos escoaram pelo local.
Vários homens armados aparecem e vão até no encalço.
O moreno ao meu lado vai pra cima de um e percebo que são policiais.
- VC TÁ MALUCO PORRA? SÃO POLICIAIS!!!!- grito para o garoto.
- ELES QUE COMEÇARAM!!!- diz Cole com outro golpe.
O ar estava carregado de tensão enquanto eu e Cole enfrentávamos os guardas no corredor estreito e sombrio. Os homens, robustos e armados até os dentes, bloqueavam nosso caminho com determinação cruel em seus olhos.
Desarmei com um golpe o primeiro homem e peguei sua lâmina cortante.
Com um movimento rápido, avancei contra o guarda mais próximo, girando para desviar de seu golpe e cortando com precisão em sua direção. O metal chiou quando nossas armas se encontraram, faiscando com a intensidade da luta.
Um guarda vem por trás e raspa a lâmina no meu braço.
Porra sinto o sangue escorrer.
Cole saltou para o lado oposto, engajando-se com outro guarda que avançava. Seu bastão girou com velocidade letal, bloqueando os golpes e encontrando aberturas na defesa do oponente. Com um golpe bem colocado, ele derrubou o guarda com um estrondo surdo.
Eu mergulhei para evitar um golpe vicioso de facas sentindo a adrenalina me impulsionar. Com uma série de movimentos rápidos e calculados, consegui desarmar meu oponente e lançá-lo ao chão. Cada respiração era um desafio, mas eu não podia me dar ao luxo de hesitar.
- Olívia, atrás de você!
Girei no último momento, bloqueando um golpe traiçoeiro que teria me atingido em cheio. A força do impacto reverberou pelo meu corpo, mas eu manti minha posição, contra-atacando com fúria renovada. A luta era intensa, cada movimento uma dança mortal de força e estratégia.
Cole lutava ao meu lado, seus movimentos precisos e eficazes, enquanto juntos íamos minando a resistência dos guardas. O corredor ecoava com o clangor de metal e o som abafado de corpos caindo. Nossos pulmões queimavam, mas nossa determinação não vacilava.
Cole e eu encontramos a saída.
- Rápido pro carro!!!- ele grita.
Entramos no carro e Cole acelera.
Eu podia sentir meu coração batendo tão forte que parecia querer sair pela boca. Sentada ao lado de Cole, no banco do passageiro, segurava firme no apoio enquanto olhava para trás e via os carros da polícia nos perseguindo com luzes piscando freneticamente.
Cole manobrava o carro com destreza, desviando habilmente dos obstáculos que surgiam em nosso caminho. Os pneus cantavam no asfalto molhado pela chuva que começara a cair momentos antes. O barulho do motor rugindo misturava-se ao som das sirenes atrás de nós, cada vez mais próximas.
-  Cole, temos que despistá-los! – gritei, tentando ser ouvida acima do ruído.
Ele apenas assentiu, concentrado. Virou bruscamente à esquerda, ganhando um pouco de distância dos carros da polícia que vinham pela nossa direita. Um helicóptero pairava acima, iluminando a estrada à nossa frente com um feixe de luz.
- Eles estão ganhando terreno, Olivia! – Cole gritou de volta, seus olhos focados intensamente na estrada.
Olhei para trás novamente e vi mais viaturas se aproximando. Respirei fundo, tentando manter a calma. Precisávamos de uma saída rápida.
- À direita na próxima saída! – gritei, apontando adiante.
Cole assentiu novamente e, assim que a saída surgiu, ele reduziu a velocidade e virou com precisão. Os carros da polícia, pegos de surpresa por nossa manobra, demoraram alguns segundos cruciais para nos seguir.
Aproveitamos a chance e aceleramos pela estrada secundária. A chuva agora caía com força total, dificultando ainda mais nossa visibilidade. Cole ajustava o volante com mãos firmes, mantendo-nos na estrada molhada com maestria.
- Eles ainda estão atrás de nós? – perguntei, olhando pelo espelho retrovisor.
- Parece que conseguimos despistá-los por enquanto. Mas precisamos manter a velocidade e encontrar um lugar seguro para nos esconder – Cole respondeu, ainda concentrado.
Seguimos adiante, cada curva aumentando a tensão em nossos corações já acelerados. A adrenalina corria solta em nossas veias, impulsionando-nos a continuar fugindo. Sabíamos que precisávamos encontrar um lugar onde pudéssemos nos esconder até o calor da perseguição diminuir.
Enquanto isso, a noite escura e chuvosa testemunhava nossa fuga desesperada.
Após alguns minutos andando sem rumo tentando dissipar a perseguição, ligamos para os gêmeos e voltamos para a casa.
- Porra Olivia!!! Vc tá machucada!!!- diz Cole olhando para meu braço.
- Isso não é nada MERDA, o importante é descobrir que mandou aqueles policiais atrás de nós – digo.

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