45° Capítulo - Olívia Lunes

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Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you”Fix you, Coldplay
A manhã de quinta-feira em solo estadunidense era fresca e chuvosa. Eu despertei nos braços firmes de Cole, que me segurava com carinho e força.
— Amor, o julgamento! — digo, levantando-me apressada.
Embora eu já soubesse que toda a fortuna agora me pertencia e que Lauren não tinha direito a um centavo sequer, eu queria ver a mulher — que me recuso a chamar de tia — pagar pelas mortes que causou.
Assim, me preparo para ir dignamente ao tribunal, vestindo roupas em tons escuros. Observo que os outros meninos estão vestidos de forma semelhante quando nos encontramos no grande tribunal de justiça.
— Liv! Quer dizer, Clara — Elion diz, coçando a nuca. — Como você tá com o julgamento?
— Preciso me acostumar com meu nome — digo, desfazendo a expressão confusa que dirigi ao meu irmão. — Estou ansiosa, não vejo a hora de ver Lauren apodrecer na cadeia.
— Vocês viram quantos repórteres estão lá fora? — Enzo comenta, trazendo dois copos de café. — Nossa irmãzinha é rica e famosa, que inveja — brinca o garoto loiro.
— Agora vocês serão meus empregados. Estou me sentindo a Kim Kardashian com esses flashes quando entrei — digo, jogando meus cabelos para trás, entrando na brincadeira.
— Então eu sou seu Kanye West? — Cole diz, se aproximando.
— Credo, que horror, Cole! — respondo, rindo, incrédula. — Ele é um babaca.
— Brincadeira, gatinha. Eu sou muito mais gostoso que ele.
— Calem a boca — Enzo diz, rindo da nossa conversa nada séria para o momento.
— Gente, acho que o julgamento vai começar — aviso, puxando-os até a sala onde ocorreria a audiência.
Nos sentamos nos bancos da grande sala, com móveis de madeira brilhante. Vejo Lauren sendo trazida algemada por uma policial. Seu olhar sombrio se dirige a mim e faz meu corpo se arrepiar, não de medo, mas pela energia negativa e intensa que aquela mulher possuía.
Horas se passam. Lauren é declarada culpada pelo assassinato de sua própria irmã e do cunhado, além do roubo bilionário que cometeu. Respiro aliviada.
Após todo o sufoco do tribunal, peço aos meninos que me levem novamente ao cemitério. Desta vez, porém, peço para entrar sozinha.
Paro em frente às lápides dos meus pais. O vento frio faz meus cabelos voarem e meu nariz ficar avermelhado. Uma lágrima solitária cai sobre minha bochecha.
— Mãe... Pai... — digo baixinho. — Queria poder lembrar de vocês. Tudo isso foi tão injusto com a gente, com nossa família.
O barulho das árvores traz calma à minha mente e ao meu coração. Olho para o céu nublado e me sinto em paz.
— Vocês estão comigo, não estão? — pergunto com dúvida, mas, nesse momento, duas borboletas começam a voar ao meu redor. Uma linda borboleta azul e outra amarela. Elas voam ao meu redor, e eu sinto que, sim, eles estavam comigo o tempo todo. Meus pais nunca me abandonaram.
— Obrigada por estarem comigo — digo sinceramente.
A justiça sempre foi a minha maior força, o que me movia. Agora, ela não prevaleceu apenas como um trabalho concluído, mas também como paz em meu coração e para minha família. Com orgulho, sou oficialmente Clara Moretti.

FIM

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