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Maratona 04/04

Cecília

Corvo: Não fica bolada comigo, eu já expliquei o porquê omiti as coisas de tu. Eu tenho que te proteger Ceci, é só isso que me importa, sua segurança em primeiro lugar.

Cecília: Tu sabe o quanto eu odeio que escondam as coisas de mim e mesmo assim fez isso. Manuela tinha sido a única pessoa que me acolheu aqui, criei um carinho por ela desde o dia que a vi perdida pelos becos da favela e fui ajudá-la. Tu sabe que eu sou fechada para a maioria das pessoas e consegui me abrir com ela logo de cara. Sei lá, parece que eu já conhecia ela de outras vidas, se é que isso existe... Tu sabia que ela era minha amiga e mesmo assim tu escolheu esconder as coisas de mim.

Corvo: Eu sei, e estou arrependido por não ter te falado a verdade logo de cara... Eu te amo e faço tudo pra não te por em perigo. Tu é a única coisa boa que tenho na vida Ceci, perdoa teu tio aqui, vai?

Cecília: Ficou parecendo aquelas pessoas carentes agora.

Corvo: Eu só sou assim quando se trata da minha sobrinha preferida.

Cecília: Vou tentar te perdoar. Só não esconde mais nada de mim, está certo?

Corvo: Prometo que não escondo nada mais de tu baixinha.

Vem e me abraça apertado.

Acabo sentindo dor no meu braço e resmungo um pouco.

Cecília: Aí...

Corvo percebe logo que tem algo errado.

Corvo: O que foi?

Cecília: Nada.

Respondi rápido e ele sabe na hora que tem algo.

Merda.

Corvo: Tira esse casaco e deixa eu ver seus braços.

As palavras dele saem firmes e eu entendo que não foram em forma de um pedido e, sim de uma ordem.

Cecília: Marcos...

Corvo: Sem mentiras entre nós.

Abaixo a cabeça e faço o que ele " pediu ".

Ouço a respiração pesada dele no momento exato momento em que ele vê meu braço agora já roxo.

Corvo: Quem foi? Foi ela outra vez?

Infelizmente a única pessoa que não consigo enfrentar é minha mãe, é como se eu congelasse e deixasse ela me machucar fisicamente e principalmente emocionalmente e, eu fico sem conseguir me defender... E o Marcos sabe disso muito bem.

Cecília: Por favor, não faz nada com ela. Eu posso lidar com isso sozinha.

Corvo: Fica aqui. Eu volto outra hora.

Cecília: Marcos...

Ele não diz mais nada, só vira as costas e sai apressadamente pela porta da sala.

Recomeço Onde histórias criam vida. Descubra agora