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Cecília

Cecília: Como assim eu não posso entrar? É dia de visita e eu vim para visitar meu namorado, passei por toda a revista só pra chegar até aqui e vocês me mandarem embora?

Falo puta com o policial que me barrou na entrada do pátio onde o TH está.

— Olha dona, eu só sigo ordens por aqui. Não posso fazer nada se o meu patrão mandou tu não entrar. Tu deixa as coisas que trouxe pro seu namorado aqui comigo que eu mesmo vou entregar pra ele. Mas tu não vai entrar.

Cecília: Teu patrão que vá tomar no meio do cu dele!

Falo alto chamando a atenção de todos ao redor.

Tu sabe que eu posso te prender por desacato, não sabe? Sou só um funcionário aqui. Recebo ordens.

Cecília: Vou atrás do advogado do meu namorado e vou contar o que vocês estão fazendo. Segundo a lei o meu namorado pode receber visitas nos dias marcados. Você e o diretor desse presídio vão ser denunciados.

Perdi o controle, eu sei.

Eu acho que a senhora não entendeu muito bem o que eu disse...

Cecília: Então me explica.

Teu namorado é meu patrão, senhora. É as ordens dele que eu sigo por aqui.

Cecília: Tu tá blefando! TH nunca mandaria tu me barrar aqui na entrada.

Faz assim; a senhora vai para sua casa e liga pra ele. Que daí ele mesmo te fala que a ordem dele é tu não entrar para a visita.

Um outro policial vem e me leva para fora do presídio.

Como assim Thiago não deixou eu entrar para visitá-lo?

Isso só pode ser um engano.

Isso!

Aquele policial se enganou, o Thiago não faria isso comigo.

Conversei com ele ontem e ele estava animado para me ver, até brincou dizendo que iria me comer em cima da mesa do pátio .

Ele não faria eu acordar às três da manhã para arrumar as marmitas com as comidas que ele gosta, e todos os materiais de higiene que ele pediu, não faria eu ter que passar por toda a humilhação da revista para fazer essa visita por nada.

Atravesso a rua e vou em direção ao carro.

JG até se assusta quando eu entro e bato a porta com força.

JG: Que visita mais rápida foi essa? Achei que tu só sairia de lá no final do dia e de pernas bambas.

Ignoro a tentativa de brincadeira dele e começo a contar o que acabou de acontecer.

Cecília: Aquele idiota não me deixou entrar.

JG: Que idiota?

Cecília: Um policial babaca, ele disse que trabalha pro TH e que recebeu ordens dele mesmo para que eu não entrasse naquele lugar.

JG: TH não barraria tua entrada, o cara estava doido pra te ver.

Cecília: Eu sei, foi o que eu disse para aquele brutamontes, mas ele garantiu que foi o TH que mandou ele me mandar embora.

Recomeço Onde histórias criam vida. Descubra agora