THE 8 SHOW - número nove.

- 15

K I N A — 09

— Eu não concordo com nada que vocês dizem! — grito e tento empurrar o Seis, mas ele me dá um tapa no rosto.

Eles me trouxeram pro quarto do Seis na esperança de me fazer ficar do lado deles.

— Nós somos os últimos andares. — a Oito falou — Somos superiores.

— Você acredita nisso, Quatro?! — tento me mover, mas a corrente me prende — Você é só o quarto andar, você acredita mesmo que eles gostam de você??

O Seis chuta minha perna, então o Sete afasta ele.
— Vamos manter a calma.

— Você é um falso do caralho! — grito incapaz de me mexer — Você votou no Três, mentiu pra mim...— não consigo segurar o choro — E depois me prendeu aqui!

— Nove...

— Você me prendeu no quarto do Seis depois que eu tomei um murro dele. Ele te deu um choque, te socou! Como você pode ficar do lado dele, Sete?!

— Chega de papo furado. — o Seis ordena — Enquanto você discordar da gente, você vai ficar aqui no meu quarto.

Deixo com que mais lágrimas caiam.

Ficar no quarto do Seis? Vou ter que comer aqui, dormir aqui. Sabe-se lá o que ele pode fazer comigo.

— Sete, por favor...— imploro por sua atenção — Eu posso ser como os outros, eu faço tudo que vocês mandarem! Não tem porque me deixarem presa aqui.

— Nove...— a Oito se aproxima. Ela ajeita meus cabelos e eu me seguro para não cuspir nela — A gente manda aqui. Fazer você vir pro nosso lado mostra o quão grande somos.

— Vocês são uns merdas! — a Quatro me olha com a mão na boca — E você também, sua vagabunda.

— Chega dessa palhaçada! — o Seis tira uma outra arma de choque e aponta pra mim. Chego pra trás com medo e ele sorri — Vai obedecer a gente sim.

— Quero falar com ela pessoalmente. — o Sete fala olhando pro chão.

— O que? — o Seis questiona.

— Quero falar com ela pessoalmente!

Todos saem do quarto e me deixam sozinha com o Sete. Me forço a olhar pro chão, incapaz de olhar em seu olho.

— Você se aproximou de mim pra me juntar a vocês? — pergunto segurando o choro, mas ele não responde — Quando você me tocou, Sete — olho para ele. Ele segura um taco de beisebol firmemente, mas nem me importo mais com castigos físicos — foi pra me juntar a vocês? Quando você ficou me encarando, quando você beijou minha cicatriz, quando...

Ele dá um grito e solta o taco. Me assusto com o barulho e encolho meu corpo. O vejo pressionar a cabeça, como se estivesse lutando contra si mesmo.

Depois de um tempo ele se ajoelha, vem até mim e tenta me tocar. Chuto ele algumas vezes, mas ele segura minhas pernas.

— Eu te amo, Nove. — ele sussurra passando a mão por todo meu rosto.