SATUS

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Alguns avisos para essa fic: Aberratio ictus irá tratar diretamente do mundo jurídico e das nuances de uma vida de uma criminalista e de uma advogada, de antemão já aviso que os conteúdos retratados nessa fic podem ser um pouco sensíveis, se isso afeta diretamente você, não leia por favor.
Com uma nova fic teremos uma nova TAG então já quero todo mundo usando #AICTUS no twitter e comentando muito por aqui.
Não troquei a forma da escrita porque vocês me pediram muito pra permanecer com a mesma pegada.
Os termos técnicos usados tentarei trazer todas os significados ao final de cada capítulo. Desde já, obrigada por estarem mais uma vez por aqui. Tentarei soltar um capítulo todo domingo, TENTAREI.
Por favor, usem a TAG pra falar o que acharam desse primeiro capítulo e me dar essa forcinha.

OBS: todos os nomes dos capítulos serão em latim, cabe a vocês buscar ou não o significado pra saber se será um capítulo tranquilo ou não rs.

Beijos e até breve.
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Aberratio ictus é originária do latim e significa "erro no alvo". No mundo jurídico, esse termo é utilizado para descrever um equívoco na execução de uma ação criminosa, onde o agente atinge uma pessoa diferente daquela que gostaria de atingir. Essa expressão reflete a importância da intenção e da previsão do resultado no direito penal, ressaltando a responsabilidade do indivíduo pelos seus atos. A filosofia por trás de Aberratio ictus nos ensina que, mesmo quando as consequências de uma ação não são exatamente as desejadas, o agente ainda é responsável por elas. Em suma, Aberratio ictus nos lembra que cada ação tem suas consequências, e que devemos agir com responsabilidade e consciência em todos os momentos. Porque, no final das contas, não importa o quão longe erramos o alvo, somos sempre responsáveis pelo impacto de nossas ações.
O Direito Penal exerce uma influência inegável na vida do ser humano, dada a sua natureza punitiva e repressiva. É fácil conquistar inimigos quando nos deparamos com a aplicação das leis penais, afinal, aqueles que transgridem as normas jurídicas acabam por se tornar alvo de investigações e processos criminais.
Nesse cenário, as divisões do Direito se tornam evidentes, colocando em lados opostos o advogado criminalista, responsável por defender os interesses dos acusados, e o delegado de polícia, incumbido de investigar e reprimir a criminalidade. Essa dualidade de funções muitas vezes gera conflitos e rivalidades, tornando a convivência entre esses profissionais difícil e, por vezes, raivosa.
Cabe ressaltar que, apesar das divergências, ambos os lados atuam em prol da justiça e da segurança pública, buscando a harmonia e a ordem na sociedade. Como disse Montesquieu, "a injustiça que se faz a um é uma ameaça que se faz a todos".
A história que se inicia traz consigo um embate de forças opostas, representadas por uma delegada extremamente exigente, detentora de um pulso firme e sem qualquer abertura para corrupção, e uma advogada criminalista jovem, porém dotada de uma inteligência aguçada que a impede de curvar-se diante de qualquer adversidade.
Sobre a vida profissional, a delegada, defensora incansável da sociedade e destemida em sua atuação, encara desafios com firmeza e determinação, sem temer ameaças, problemas ou confrontos. Sua postura intransigente contra a corrupção a torna uma figura temida e respeitada, pronta para agir em defesa dos valores que tanto preza.
Do outro lado, a advogada, de semblante sério e raros sorrisos, mostra-se disposta a enfrentar quem quer que seja para fazer-se ouvir e respeitar. Com uma confiança inabalável em sua convicção, ela não hesita em enfrentar batalhas pelo que acredita ser correto, sem ceder a pressões externas ou intimidadoras.
A vida pessoal de ambas as mulheres era cheia de contrastes, cada uma vivendo de acordo com suas próprias escolhas e preferências. Enquanto a delegada valorizava a independência e a liberdade de não se prender a nenhum relacionamento sério, a advogada aproveitava a vida de forma mais descontraída e festiva, cercada de amigos e momentos de diversão.
Essas diferentes maneiras de encarar a vida refletem muitas vezes as filosofias e ensinamentos de grandes pensadores do direito, que discutem a importância de respeitar as diferenças e construir relações baseadas na liberdade e no respeito mútuo. Afinal, cada indivíduo tem o direito de viver da forma que lhe faz mais feliz, sem se sentir pressionado por normas sociais ou expectativas alheias.
A delegada e a advogada, mesmo com suas diferenças, compartilhavam de uma visão de mundo aberta e tolerante, onde o respeito às escolhas individuais era a base de suas relações pessoais. E assim, cada uma seguia seu caminho, explorando as possibilidades que a vida lhes oferecia, sem medo de serem autênticas e verdadeiras consigo mesmas.
No emaranhado da existência humana, encontramos o intrigante encontro de duas almas conflitantes, destinadas a um embate sem tréguas. A delegada temperamental, regida pela rigidez das leis, e a advogada sem papas na língua, defensora ferrenha da justiça, unem-se por um propósito maior, mas logo percebem que seus caminhos são divergentes, suas convicções antagônicas. Assim, nasce o sentimento de ódio, oriundo da incompreensão mútua e da teimosia em não ceder.
O fogo da discórdia arde entre elas, alimentado pelo orgulho e pela intransigência. Cada palavra trocada é uma chama a mais, cada olhar lançado é um golpe desferido. E assim, o desprazer se instaura, contaminando o ambiente e a relação entre as duas.
No intricado labirinto da alma humana, o ódio e o amor se entrelaçam em um embate eterno, desafiando a lógica e a razão. A delegada temperamental, enclausurada em sua armadura de rigidez e autoritarismo, nega veementemente qualquer sentimento que fuja do seu controle, enquanto a advogada destemida, mergulhada em suas convicções inabaláveis, rejeita a ideia de que algo possa abalar sua integridade emocional.
Mas, mesmo diante de tantas negações e resistências, o destino teima em tecer seus fios invisíveis, guiando-as em direção a um abismo desconhecido, onde as fronteiras do ódio se confundem com as sombras do desejo. Os pensamentos se tornam confusos, os sentimentos borbulham à flor da pele, despertando sensações há muito adormecidas.
A delegada, cega pelo orgulho e pela desconfiança, se vê confrontada por uma atração indesejada, um turbilhão de emoções que ameaça derreter sua fachada de indiferença. Enquanto a advogada, acostumada a desafiar as convenções e a quebrar as barreiras do preconceito, se vê surpreendida por um sentimento novo e avassalador, que desconhece limites ou normas.
E assim, no paradoxo da negação e da aceitação, surge a possibilidade de uma transformação inesperada. O ódio, corrompido pela proximidade e pela tensão, se desdobra em algo mais profundo e intenso, transcendendo as barreiras da razão e do controle. E é no encontro dessas duas almas em conflito, que o amor encontra espaço para florescer, transformando o que parecia impossível em algo sublime e inegável.
Pois no jogo complexo das emoções e dos desejos, a única certeza é que o coração é um território indomável, capaz de desafiar as regras e os limites impostos pelo mundo exterior. E, assim, que o amor se faça presente, mesmo nos momentos mais adversos, mostrando que, no final das contas, o que realmente importa é a coragem de se entregar ao desconhecido e de permitir que o verdadeiro eu se revele, sem medo, sem reservas, apenas com a sinceridade de quem se reconhece no outro e se deixa levar pela força do amor verdadeiro.

Aberratio IctusOnde histórias criam vida. Descubra agora