Atenção família: ESTAMOS NO BLUESKY!!!
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__________________Na trama intrincada da vida, onde as pessoas frequentemente se embrenham nos labirintos das próprias inseguranças e certezas, há momentos em que se desnudam para a nova possibilidade e para o diferente. A confissão de que se desejava que Caroline permanecesse mais tempo foi, em si, um avanço significativo em uma relação que, admitidamente, se encontrava à beira do precipício. Era um reflexo sincero do anseio por algo além do habitual, uma tentativa desesperada de reverter a inércia que ameaçava consumir tudo ao seu redor.
O vinho, com sua capacidade quase alquímica de soltar os laços da inibição, tornou-se o catalisador que permitiu que Rosamaria e Caroline se aproximassem de uma forma que antes parecia improvável. Ambas estavam, naquele instante, alinhadas em uma nova sintonia, um breve vislumbre de entendimento e conexão. No entanto, o problema, e a ironia mais cruel, residia no fato de que tais momentos de cumplicidade, embora profundos e reais, eram efêmeros. A verdadeira natureza da relação não permitia que esse estado de comunhão se perpetuasse.
A filosofia dessa dança entre o desejo e a realidade, entre o novo e o diferente, reside na compreensão de que as experiências de proximidade e revelação são muitas vezes transitórias. É uma lição amarga, mas universal: mesmo quando duas almas encontram um ponto de convergência, a perpetuação dessa sintonia exige mais do que um instante de vulnerabilidade ou um copo de vinho. A verdadeira transformação demanda um compromisso mais profundo, uma disposição para cultivar e manter o que foi momentaneamente descoberto.
A crítica implícita é que a relação, com suas complexidades e ambigüidades, não se sustentava apenas em momentos esporádicos de clareza, mas exigia uma reavaliação constante e uma abertura contínua para o novo. Sem isso, o que se revela em momentos de sinceridade pode se dissolver novamente na obscuridade das velhas rotinas e desentendimentos. E assim, a dança entre o familiar e o desconhecido continua, com cada tentativa de proximidade oferecendo uma nova oportunidade de reconexão ou, pelo contrário, o desafio de aceitar a fragilidade do instante.XXXXXXXXXX
ROSAMARIA MONTIBELLER ON
Abri mais uma garrafa de vinho, imersa na serenidade de um momento que parecia eterno. O tempo, com sua crueldade constante, foi esquecido em algum lugar entre o rubor das taças e o aroma do tinto. A noite, que geralmente carrega a pressão do relógio, se desfez em uma tela de prazeres e distrações. Não me importei com a passagem das horas; ao contrário, me deixei levar pela presença vibrante e tranquila de uma mulher que preenchia o espaço ao meu redor.
Ela era um farol de calma e alegria, uma força magnética que tornava o ambiente leve e divertido, talvez fosse o vinho. Naquele instante, não havia nada mais importante do que sua companhia. As conversas fluíam, e o vinho apenas servia para intensificar a experiência, para me lembrar de que o presente, e somente ele, é onde a verdadeira vida acontece. Em meio a isso, o mundo exterior se tornava uma abstração distante, e o momento presente se revelava como a única realidade que eu desejava abraçar.Gattaz: Meu Deus!!! -falou olhando o telefone- É uma hora da manhã. -falou comigo- E eu já tô bêbada. -sorriu- Vou chamar meu Uber.
Rosamaria: Não! -falei- Você tá bêbada! Vou arrumar o quarto de hóspedes pra você.
Gattaz: Não Rosa, amanhã eu tenho que ir pra delegacia cedo e preciso de roupa limpa. -analisei o meu corpo por um segundo e logo depois o dela- E outra, minha mãe vai surtar achando que me joguei em alguma br por aí e tô enfiada debaixo de um carro.
Rosamaria: eu acho que minhas roupas servem em você! -falei- Fala com sua mãe que você tá aqui, comigo. -ela me encarou e sorriu-
Ela se aproximou de mim com um olhar adocicado que desafiava a lógica e o entendimento. A proximidade era palpável, quase física, como se cada centímetro entre nós carregasse um peso inexprimível. Enquanto ela se aproximava, meu campo de visão se reduzia ao horizonte de sua boca, e o tempo parecia se esticar, arrastando cada segundo em uma eternidade carregada de expectativa e mistério. Meu corpo, obedecendo a uma ordem não verbal, se tornou rígido, uma armadura involuntária contra o que parecia ser um avanço sutil e calculado.
Eu a observei, hipnotizado pela profundidade de seu olhar. Cada piscada parecia um milagre, uma concessão ao tempo que, por um instante, se tornava moldável sob o peso de seu desejo. Sua mão, então, encontrou minha cintura, um toque tão sutil quanto determinante. A sensação foi como um choque elétrico, um lembrete de que os limites do nosso ser estavam sendo testados, questionados.
Ela sorriu com um encanto que parecia enredar a própria essência da beleza. Seus olhos, que antes estavam fixos nos meus lábios, agora se desviavam para encontrar os meus olhos, como se buscassem uma conexão mais profunda, mais íntima. O beijo na bochecha, leve e inesperado, foi um gesto de ternura que desarmou todas as minhas defesas. Cada respiração se tornou uma luta contra a tempestade interna que seu ato provocou, um conflito entre a razão e a emoção, entre o desejo e o controle.
Nesse instante, tudo parecia convergir para o simples e, ao mesmo tempo, complexo gesto de um beijo. O ato em si, tão pequeno e ao mesmo tempo carregado de significado, revelou a natureza efêmera e intensa de nossas experiências emocionais. A nossa proximidade, a conexão fugaz e intensa, era um espelho das incertezas e das promessas que definem as relações humanas, um lembrete de que, por mais que tentemos entender e controlar, o amor e a afeição sempre terão sua própria maneira de se manifestar, muitas vezes além da nossa compreensão.
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Aberratio Ictus
FanfictionEm um mundo de leis e segredos, uma delegada e uma advogada se confrontam em lados opostos da justiça. Entre o ódio e a paixão, essas duas mulheres terão que lidar com sentimentos inesperados e perigos inimagináveis. Em sua jornada, descobrirão que...