BELLUM

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Caos? Confusão? Morte? Treta? Querem escolher um adjetivo melhor ou todos os listados já suprem o que é esse capítulo? Eu quero muitos comentários nesse capítulo e não aceito menos que isso! COMENTEM MUITO, votem e espero que usem a TAG demais nesse capítulo pra eu saber o que vocês acharam, #AICTUS.

BEIJOS E ATÉ BREVE.
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Quando se carrega um alvo nas costas, os medos perdem a prioridade, e a cautela, sempre fiel companheira, torna-se um fardo dispensável. Cada instante é o instante final, cada escolha é um passo em terreno minado, e, nesse cenário, a inconsequência se torna libertadora. A pessoa não pensa em arrependimentos; cada ação é um grito contra o destino. E quando se conhece as duas vítimas de cada lado da moeda? É mais fácil então, com os olhos acostumados ao abismo, encarar o caos e se convencer de que tudo faz parte do inevitável.
Rosamaria, com sua coragem inflexível, pergunta-se se realmente poderia passar por tudo isso intacta, sem feridas, sem provar o amargo da morte. Mas o caos, em sua natureza caótica, não distingue nem alivia. Ao contrário, ele mistura, em uma síntese perversa, os mundos, as vertentes, até que não reste fronteira entre o conhecido e o proibido. É fácil sobreviver? Não, pois o ser humano sempre arde em sua própria criação, em uma chama que ele mesmo atiça.
Por fim, o passado encontra o presente, transformando o futuro em uma incógnita. E a dor, que antes era passageira, passa a ter sabor de permanência. No final, não se trata de sair ileso. Trata-se de seguir em frente, mesmo com o peso de tudo que se tornou parte inseparável de si.

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FÁBIO ALENCAR ON

A dor, afiada e penetrante, tomava conta de mim como um rio invadindo todas as margens do meu corpo. Era como se cada golpe, cada chute, permanecesse gravado na carne, e as horas se arrastassem enquanto eu me recuperava. Me perguntava se, naquela roleta russa, teria sido melhor não acordar, mas ali estava, atravessando o sofrimento como quem caminha por brasas, sobrevivendo a um castigo que parecia não ter fim.
Depois de dias enclausurado, a dor finalmente se tornou algo que eu poderia suportar. Era hora de agir, então, me vesti e fui ao culto. Eu não estava ali por um chamado divino, mas por algo humano, cruel e imperioso. Precisava contar ao pastor o que sabia sobre Rosamaria, a fiel que todos viam como exemplo de virtude, enquanto eu enxergava sua hipocrisia. Ela, ajoelhada, pedia perdão na igreja, chorava, buscava redenção. Porém, do lado de fora, entregava-se aos mesmos desejos que condenava, os quais, ironicamente, me deixaram à deriva.
A imagem dela, alternando entre pecadora e santa, me assombrava. Falar com o pastor se tornara uma necessidade, uma sentença. Eu estava decidido a revelar a verdade, a expor o quanto havia nela de luxúria e falsidade, o quanto a "santa" que ele admirava traía a si mesma e a todos, se escondendo atrás de orações vazias. Ela me abandonou para abraçar uma mentira. Eu, ali, no limiar do que era certo ou errado, me preparava para destruir as ilusões alheias — não sairia daquele culto sem dizer a verdade, sem deixar que ela sentisse o peso das palavras que eu carregava, da dor que ela me entregou. Fiquei um bom tempo ali, sentado, esperando, até a Ranger Rover branca parar na porta e um senhor barbudo vestido de branco, descer.

Fábio: Pastor, eu preciso falar com o senhor! -ele olhou-

Orlando: Precisa de ajuda, filho? Está machucado!

Fábio: eu preciso falar com o senhor sobre uma pessoa, Rosamaria.

Orlando: Eu não conheço nenhuma Rosamaria. -afirmou e já ia me dando as costas-

Fábio: Conhece sim pastor, ela vem aqui quase sempre! -ele olhou pra mim- Foi a namorada dela que fez isso comigo! -olhei pastor cruzou os braços- É isso mesmo, ela vem aqui chorar os pecados dela e tá se deitando com uma mulher enquanto o noivo dela voltou para buscá-la.

Aberratio IctusOnde histórias criam vida. Descubra agora