DUBIUM

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Hoje é um daqueles dias em que a justiça clama por nossa presença e determinação. A delegada acorda revigorada, pronta para enfrentar as batalhas que o dia lhe reserva. Sua missão é árdua e áspera, mas ela não recua diante dos desafios que se apresentam.
O crime hediondo que assolou a cidade há três anos ainda ecoa em seus ouvidos. Estupro seguido de morte, uma barbárie que tirou a vida de uma inocente e deixou marcas profundas na comunidade. Mas a delegada está determinada a trazer o mínimo de justiça para as vítimas, a lutar incansavelmente pela verdade e pela punição dos culpados.
Do outro lado, a advogada sente um aperto no peito, uma sensação de que o dia não será comum. A ansiedade iminente a assola, fazendo seu coração bater mais rápido e sua mente se agitar. Ela sabe que algo está errado, mas ela não imaginaria o que o destino reservava pra ela até o final daquela manhã.

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ROSAMARIA MONTIBELLER ON

Acordei naquela manhã com uma sensação estranha, mas sem saber direito do que se tratava. Aquele sentimento de que algo estava estranho me acompanhou boa parte do dia. Acabou que com esse pressentimento, me permiti ficar em casa até um pouco antes do almoço. Em torno de meio dia sai com o carro, passei em um dos meus restaurantes favoritos, o Moema e peguei dois almoços, um pra mim e um pra Roberta, sabia que ela estaria presa naquele escritório sem comer e Gabriella estaria em audiência. Cheguei no escritório a passos rápidos pra poder sentar e almoçar porém, fui interceptada pela Helena no caminho.

Rosamaria: é hora do meu almoço. -fiz careta e ela me olhava- Vai falando daí que eu tô ouvindo. -falei indo em direção a minha sala enquanto ela falava-

Helena: Só pra te passar a agenda, hoje você tem uma reunião com a mãe do seu cliente, aquele da violência doméstica desses dias. -ela falava alto e eu organizava uma papelada- No final da tarde você tem um café, -franzi a testa- marquei sem te consultar porque parecia importante. Você tem um café com a Doutora Sheilla Castro no gabinete da promotoria criminal. -eu larguei tudo e fui atrás dela-

Rosamaria: como é o negócio? -olhei pra ela-

Helena: Fiz errado de ter marcado? -me olhou preocupada-

Rosamaria: você disse Sheilla Castro? -ela concordou- O que tá acontecendo? Ela me seguiu ontem nas redes sociais.

Roberta: quem seguiu quem? -falou abrindo a porta da sala dela-

Rosamaria: Sheilla Castro. -falei-

Roberta: a criminalista top daqui de BH? -concordei- Isso é incrível Rosa, significa que ela conhece você. -sorriu e eu não expressei sorriso nenhum-

Rosamaria: Ela disse algo? Deixou algum recado?

Helena: Não, quem me ligou de fato foi a secretária dela, Kisy. -encarei- Me informou que a Doutora tinha a necessidade de conversar com você.

Rosamaria: no gabinete da promotora? Eu vou sair de lá presa. -olhei pra Roberta-

Roberta: Calma, deixa de surto. -falou colocando a mão no meu braço- Quem é a promotora? -Helena olhava o papel-

Helena: Priscila Daroit. -afirmou-

Rosamaria: eu tenho alguns casos de tráfico de drogas que a atuação do Ministério público é ela a responsável. -respirei fundo- Enfim, eu irei nisso, se eu não voltar, contratem um advogado pra mim. -olhei pra Roberta- Trouxe almoço pra nós, vamos? -Roberta concordou-

Nos fechamos na minha sala e aproveitamos aquela refeição maravilhosa que somente o Moema oferecia. Aproveitamos também pra colocar o papo em dia.

Roberta: E como você está? -olhei pra ela- digo, como está tudo? -perguntou fazendo rodeios-

Aberratio IctusOnde histórias criam vida. Descubra agora