24.🍷

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Gabriel

- Estou abismada em como ficou perfeita.- ela falou ao olhar a lateral do cabelo pelo celular, se virou, veio até mim e se sentou no meu colo passando os braços pelo meus ombros - Aonde aprendeu a fazer trança?

- Quando éramos criança teve uma época que a minha irmã passou a odiar e não queria que ninguém além de mim mexesse no cabelo dela, então eu pedi pra que minha mãe me ensinasse a fazer tranças.

- Nossa, não sabia disso, ela nunca me contou.- falou surpresa.

- São talentos secretos meu bem, nem todo mundo precisa saber.- dei dois tapinhas na coxa dela.

- Meu irmão sabe disso?- ele assentiu - Que droga! O que o Victor não sabe sobre você?

- Também não sei, mas deve ter algo que ele não saiba.- me deu um selinho e jogou as costas na cabeceira da cama.

Hoje o dia tinha sido cheio, na realidade toda essa semana foi cheia e corrida. É domingo, e desde de domingo passado eles mal tinham parado em casa.

- Tá muito cansado, né?- perguntei deitando minha cabeça no peito dele.

- Um pouco, hoje foi um dia intenso.- passou a mão pelos meus cabelos.

- Não quer que eu vá pra casa? Você pode deitar e descansar.- levantei um pouco a cabeça.

- Só se eu fosse maluco de deixar você ir sozinha.- pegou o celular e viu o horário - Faltam vinte minutos pra meia noite, o tempo passou rápido.- colocou de canto e fechou os olhos enquanto fazia um carinho no meu cabelo.

Olhei pela enorme janela de vidro que ligava o quarto dele a sacada e o mundo estava caindo em água, de uma hora pra outra começou a chover e ter ventos muito fortes, coisa que não é de costume.

- Quer que eu fique aqui?- perguntei baixinho.

- Quero.- suspirou- Mas tenho que pedir pro seu irmão antes.

- Não quer que eu peça?- olhei pra ele que pareceu perceber e abriu os olhos.

- Não, eu pedi pra você vir, vou pedir pra ficar também.- sai do colo dele e o mesmo se levantou.

Tornei a sentar mas dessa vez na cama, enquanto ele ia pra fora do quarto com o celular. 

Passaram um mês desde que eu conversei com a Dhiovanna sobre o que tinha acontecido entre eu e o Gabriel, por mais incrível e impressionante que seja, ele já tinha contado pra ela e não foi tão difícil quanto parece pra ela entender. 

Meu irmão estava certo quando disse que nós iriamos acabar nos envolvendo, foi exatamente o que aconteceu. Nós dois sempre arranjamos desculpa pra ficar juntos ou fazer algo. É óbvio que sempre são coisas mais discretas e nada muito alarmante, até porque não temos nada, só curtimos nossos momentos juntos.

A alguns dias atrás vazaram algumas fotos nossa em um shopping, o mais engraçado é que foi o único dia em que não saímos juntos, mas por alguns minutos ficamos sozinhos e acabaram fazendo grande coisa pro causa disso. O Gabriel sofreu uns haters infernal, porque por mais que eu já seja de maior, de fato, ele ainda é muito mais velho do que eu.

Mas no final das contas, ele resolveu do jeito dele. Ignorando tudo.

Desde que começamos a ficar mais tempo juntos, ele nunca ultrapassou os limites. Nunca transamos ou ao menos ele desceu a mão além da minha cintura. Não posso negar que isso me intriga, ele é mais velho do que eu, deve estar acostumado com coisas mais intensas do que só beijos quentes e momentos juntos. 

Me pergunto se ele sente falta disso, ou se fica com outras pessoas além de mim. Não pergunto porque na realidade, não sei se estou pronta pra escutar a resposta sincera dele. Por enquanto, prefiro não o sufocar tentando ser muito melosa ou emocionada.

- Ele deixou, vai trazer suas coisas da faculdade amanhã cedo.- falou ao voltar pro quarto e tornar a se jogar na cama, com a cabeça deitada nas minhas coxas.

- Vocês tem treino amanhã?- perguntei enquanto enrolava os pequenos cachos dele nos dedos.

-Não, mas temos que ir pro ct pela tarde.- levantou a cabeça me olhando - A Dhio vai, não quer ir também?

- Não vai dar, tenho um trabalho da faculdade pra fazer e marquei com minha dupla pra começarmos amanhã pela tarde.- percebi o semblante dele mudar - O que foi?

- É aquele cara lá?- concordei - Não vou com a cara dele.

- Para com isso, ele é seu fã.- rir.

- Ele poderia deixar de ser, não vai fazer falta.- dei um tapa fraco no ombro dele - Para de rir garota, tô falando sério.

O Gabriel se levantou um pouco e girou nossos corpos me fazendo ficar por baixo e ele por cima. Começou a me encher de beijos no pescoço, onde ele sabe que eu sinto cócegas. Eu rir tanto ao ponto de ficar com falta de ar e me debater para que ele parasse. 

- Se você não me soltar eu juro que vou embora.- falei ao tentar controlar a risada e ele parou estendendo as mãos pro alto - Muito bem.- apontei e ele sorriu.

O sorriso dele me pareceu ser tão genuíno e sincero, não é comum ver ele sorrir desse jeito. Digo que é a melhor afeição dele.

Segurei seu rosto dele o aproximando do meu e selamos nossos lábios. O beijo foi ficando mais intenso a cada segundo, senti uma das mãos dele descer pela lateral do meu corpo enquanto dedilhava cada curva por onde passava, ao chegar nas minhas coxas, ele as segurou firme e pressionou subindo para que minhas pernas se cruzassem pelas costas dele fazendo com que ele ficasse encaixado no meio delas.

O beijo e o toque dele me deixava com falta de ar e com muita, mais muita vontade dele. Coisa que nunca ao menos tinha acontecido com ninguém. O Gabriel me estigava, me dava desejo e me fazia querer coisas que nunca imaginei querer.

Coloquei minha mão na barra da camisa dele e o ajudei a tirar, ele parou, olhou firme nos meus olhos e tornou a me beijar. Passei minhas unhas pelas suas costas e volta e meia eu cravava ela e arrastava com delicadeza para que deixasse uma pequena marca.

As mãos dele que antes estavam nas minhas coxas foi deslizando e entrando com cuidado pelo meio das minhas pernas e justo quando ele estava chegando perto da minha intimidade, ele parou o beijo, tirou as mãos rapidamente de mim e se levantou um pouco, se sentando ainda de frente pra mim.

- Desculpa, desculpa.- esfregou a mão no rosto parecendo "voltar a consciência".

- Mas tá tudo bem, eu estava gostando.- passei minhas unhas pelo seu abdômen mas ele tirou minhas mãos de lá.

- Acho melhor tomarmos um banho.- se levantou da cama - Vou deixar uma toalha e uma camisa minha no armário do banheiro, pega lá quando for tomar banho tá?

- Tá bom.- falei ainda confusa e ele pegou o celular saindo do quarto.

Sagrado Profano🍷• Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora