17.🍷

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Kitra

2 dias depois 

Cortei o tomate e o pimentão, misturei no vinagre de maçã e no azeite e por fim transferi tudo para um pequeno pote de vidro. Os meninos tinham chegado hoje mais cedo e como nós arranjamos desculpa pra fazer algo diferente, decidimos fazer um churrasco na casa do Gabriel. 

Os pais dele e a minha mãe tinha vindo mais cedo e ficaram aqui até o entardecer, depois foram embora e só nós quatro permanecemos. 

De inicio eu não queria fazer nada, estava cansada por conta da faculdade, mas a Dhiovanna insistiu tanto que venceu por ser irritante. 

- Eles estão acendendo a churrasqueira.- Gabriel perguntou aparecendo com a travessa vazia e o pão - Seu irmão mandou te entregar. Precisa de ajuda?

- Sabe fazer pão de alho?- ele continuou me olhando e eu já sabia a resposta- Abre o saco do pão então.- revirei os olhos.

- Não tenho culpa, eu estava ocupado demais pra aprender a fazer comidas tão elaboradas.- ironizou abrindo os sacos, cortando os pães e colocando na travessa- Me ensina?

Olhei pra ele e aquela cara de cachorro pidão me fez querer rir. Fui até a geladeira tirando os ingredientes que precisava e coloquei no balcão.

- Primeiro descasca os alhos e bate até virar uma massa.- o indiquei e ele me olhou indignado.

-Eu comprei pasta de alho, pra quê tanto trabalho?

- Você quer algo gostoso ou industrializado?- ele não respondeu, apenas revirou os olhos e foi descascando o alho. 

Enquanto ele ia fazendo o que mandei, eu fui terminando de temperar as carnes que faltavam. Minha cunhada já tinha feito boa parte então não tinha muito trabalho.

- Pronto, o que eu faço agora?- me mostrou.

- Passa no pão, põe no forno e espera dourar um pouco, depois coloca o queijo e o requeijão.

- Trabalho da porra.- ouvi ele resmungar baixinho e dessa vez não consegui deixar de rir.

- Para de reclamar.- joguei o pano de prato nele.

Liguei o forno na intenção de o ajudar e aproveitei pra fazer uma farofa simples, só como um acompanhamento. Depois que estava pronta, ajeitei tudo no prato e enfeitei.

- Dá licença.- a voz dele estava na minha nuca, bem perto de mim.

- Caramba, Gabriel.- virei e me dei conta de que estava mais próximo do que eu imaginava.

Ele estava segurando a travessa já pronta, o pano que antes eu tinha jogado nele estava nos ombros e a forma como a respiração dele estava ofegante e quente me fazia estremecer. Segurei com força na ponta do balcão atrás de mim e controlei minha respiração.

- Vai sair da frente ou não?- questionou arqueando uma das sobrancelhas. 

- Seja educado e eu posso pensar no seu caso.- provoquei. 

- Já fui educado uma vez e você não colaborou.- que mania é essa de conseguir falar tão baixo e tão atraente ao mesmo tempo?

- Acho que você vai ter que usar o outro forno então.

- Eu quero esse, sai logo garota.- não me movi, nem sequer pensei nisso- Para de me irritar. 

Continuei do mesmo jeito que estava, sorri de canto na intenção de irrita-lo ainda mais, mas ao invés de me xingar ou gritar comigo, ele colocou a travessa de lado, segurou na minha cintura e me colocou sentada em cima do balcão. 

Puxei todo ar que pude, senti uma certa raiva pela forma como ele conseguia me dominar fácil. Eu o irritava e ele me provocava, era um querendo tocar no ponto fraco do outro, como se fosse uma competição pra ver que perde primeiro. 

- Você é baixo.- me referir a forma como ele lidou.

- Eu pedi, você que não colaborou.- a boca dele estava próxima da minha e ao mesmo tempo estava em uma distância considerável. 

Em questão de instantes a mão do Gabriel foi pro meu joelho e subia até a minha coxa, ele dedilhava cada toque como se quisesse descobrir cada parte mínima. Minha respiração estava descontrolada, eu tinha até esquecido como se respirava, o toque dele conseguia me deixar  sem fôlego. 

Ele segurou firme na minha coxa, apertou forte o suficiente pra saber que ficaria a marca e as colocou pro lado. Se afastou de mim, pegou a travessa e se curvou um pouco pra colocar a mesma no forno. Senti o ar quente nas minhas pernas e desci do balcão imediatamente.

- Quantos minutos devo deixar?- perguntou como se nada tivesse acontecido.

- Cinco minutos, depois faz o que eu falei.- coloquei meu cabelo atrás da orelha enquanto tentava me recuperar.

- O que você falou mesmo? Esqueci.- o olhar dele desceu pra minha coxa e quando me dei conta ele estava encarado a marca da mão que tinha ficado - Acho melhor você subir e colocar algo que cubra isso.- eu passei minha mão na intenção de ajudar mas só piorava- Um vestido, de preferência.

- Idiota.- resmunguei descendo o short mas de nada adiantava.

- Não fala assim.- sorriu de canto e passou por mim.

Sagrado Profano🍷• Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora