Gabriel
Já estava dentro do avião com destino para São Paulo, no final das contas nem consegui dormir e pra ser bem sincero, não estou tão cansado quanto imaginei.
Passar a noite com a Kitra foi realmente o alívio que eu precisava, as vezes estar com aquela garota incrivelmente aborrecente e extremamente meticulosa me faz ter uma certo conforto, coisa que eu detesto ter que admitir.
Conversamos tanto sobre as nossas vidas que posso dizer com firmeza que sei quase tudo sobre ela, basta das duas taças de vinho que ela já conta até seus segredos mais obscuros, como por exemplo, ter uma paixonite na adolescência pelo irmão da melhor amiga. Que feio da parte dela, nada legal.
Se bem que não é tão difícil assim não gostar de mim, pelo menos alguma garota tem que passar por essa fase, é quase que impossível.
De qualquer forma, fico feliz por ter conseguido aproveitar meu último dia de paz e sossego, já que essas são as duas coisas que mal vou ter por esses dias. Estava com uma dor de cabeça que sei que não vai passar tão cedo, beber tantas garrafas de vinho não foi um ideia tão boa assim.
- Dhiovanna me falou que virou a noite com minha irmã.- Victor falou ao meu lado.
- Sabia que ela iria contar, aquela ali não sabe guardar a língua na boca.
- Ela estava desconfiada, confesso que até eu fiquei pela forma como ela me contou.- me olhou - O que vocês fizeram a madrugada toda?
- Conversamos, bebemos vinho e comemos.- o respondi - Coisa que eu falei pra sua namorada e ela não acreditou.
- Você sabe como a Dhio é, parece que vive desconfiada até da própria sombra.- disse e eu concordei - Mas ela também me disse que vocês estavam de risadinha pelos contos.
- Agora pronto, tenho que sair xingando e batendo na sua irmã?- ironizei e ele riu.
- Você não é louco, eu te mataria.- respirou fundo - Mas novamente, você sabe como é a Dhio.
- Aquela garota não bate bem da cabeça.- cruzei os braços.
- Não fala assim, ela ainda é a minha namorada.- apontou me repreendendo.
- Eu tentei te alertar, agora só posso sentir muito por ti.- dei dois tapinhas no ombro dele e me virei colocando o fone novamente.
Era só o que me faltava, não se pode nem conversar com os outros que a cabreira da minha irmã já vem imaginar coisa além do que aconteceu.
Tudo bem que pode realmente parecer estranho a aproximação de repente de nós dois, mas foi algo realmente puro, sem malícia. Talvez as vezes eu pense em como ela se portaria em determinada situação, mas de qualquer forma, é impossível de acontecer. Fora de cogitação.
A Kitra é bonita, muito bonita aliás, o jeito que ela fica quando bebe chegou a me dar arrepios mas quando lembro que ela não fala nada com nada eu fico é preocupado em no futuro, ela virar uma alcoólatra, seria bem a cara dela mesmo.
{...}
- Os quartos de vocês já estão separados, vão deixar suas coisas lá e já desçam uniformizados para o treino.- o treinador falou assim que chegamos no hotel - Gabriel, Gerson, Bruno e Victor, estejam aqui em trinta minutos, preciso de vocês pra uma coisa.
Concordamos e cada um foi pro seu respectivo quarto, só fiz deixar minhas malas e pegar no meu celular pra visar a minha mãe que tinha chegado. Me deparei também com uma mensagem da Ester, pedindo para que eu mandasse notícias e o nome do hotel onde estava hospedado para que ela me visitasse para "não morrer de saudades".
Pois que morra então.
Apenas respondi que já tinha chegado e que estava bem.
- Barbosa, você trouxe alguma luva? esqueci a minha na outra mala e ela ainda não chegou.- o Victor entrou me dando um susto.
- Bater na porta não existe mais?- o questionei e o folgado já estava se jogando na minha cama.
- Somos cunhados, não precisa disso.- gesticulou - Você tem ou não?
Revirei os olhos indo até a minha mala tirando um par de luvas pra frio.
- Maldito dia que eu deixei você namorar a minha irmã.- joguei pra ele.
- Se você quiser eu te vingo namorando a irmã dele.- Allan falou ao entrar no meu quarto.
- Não mesmo!- falamos juntos em uníssono e ele me olhou de imediato.
- Olha o respeito, a garota é bem mais nova do que você.- apontei.
- Ficou estressadinho? Nem o Victor que é o irmão não ficou.- cruzou os braços me pirraçando.
- Victor é um lerdo e eu tenho irmã da mesma idade que ela, caso você falasse dela desse jeito eu cortaria seu pescoço sem pensar duas vezes.
- E se acha que vai ficar falando da minha irmã assim sem mais e sem menos, está enganado.- Victor falou ao se levantar - Reze pro treinador não me colocar pra te treinar, caso o contrário, lá a gente se resolve.
Ele passou por nós dando um tapa na cabeça do Allan. O olhei fixamente, ainda com meu semblante fechado.
- Saí logo do meu quarto.- apontei pra porta.
- Tá bom, já entendi.- estendeu os braços em rendição saindo daqui.
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Sagrado Profano🍷• Gabriel Barbosa
FanfictionEntre taças de vinho, Gabriel e Kitra exploram os limites entre o sagrado e o profano. Ele, acostumado ao brilho dos estádios e à pressão dos fãs, descobre na calmaria de Kitra uma nova forma de se expressar. Ela, por sua vez, enfrenta a imensidão...